A nova “cara bonita” do Rock in Rio Lisboa tem apenas 24 anos, mas a cabeça bem no lugar. Inês Folque começou por ser olhada com desconfiança quando deu corpo à vilã Rita, de Morangos com Açúcar 7, mas a experiência na novela juvenil da TVI e, agora, na SIC K, deu-lhe a capacidade para enfrentar um futuro que ela mesma não sabe ainda muito bem onde a poderá levar.
VIP – Esteve recentemente a trabalhar no Brasil, mais concretamente no Rio de Janeiro, durante o Rock in Rio. Como correu a experiência?
Inês Folque – Foi ótimo. Foi uma experiência única de ir para o outro lado do Mundo fazer o que gosto. Estive lá apenas uma semana, mas foi muito recompensador, até porque tive a oportunidade de estar com pessoas muito mais experientes e com formas diferentes de trabalhar.
Quais foram as grande diferenças de trabalho que encontrou?
Os brasileiros são muito mais descontraídos e tive oportunidade de trabalhar com gente muito mais experiente, com métodos de trabalho bastante diferentes dos nossos, o que acabou por me beneficiar bastante. Nós temos mais regras e somos mais contidos, enquanto eles são muito mais descontraídos e abertos à novidade. Aliás, durante o tempo em que lá estive a preocupação da equipa brasileira foi sempre que nós absorvêssemos essa naturalidade que lhes é tão característica.
Teve oportunidade de ver algum dos concertos?
Não vi quase nada porque estive sempre a trabalhar durante os espetáculos. Vi Elton John, que não achei que fosse o artista indicado para este tipo de evento, e Snow Patrol, uma banda que já há muito queria ver e da qual gostei bastante. Depois já estava esgotada com tanto trabalho, senão teria visto também Red Hot Chili Peppers, banda de que gosto muito, e a Rhianna.
Já conhecia o Rio de Janeiro?
Sim, já lá tinha estado e adorei voltar, até porque é uma cidade que gosto sempre de visitar. Desta vez, no entanto, fiquei ainda com mais vontade de regressar. Talvez para o ano… Era uma cidade onde me imaginava facilmente a viver, até porque tem tudo a ver comigo.
Esta vertente da apresentação, à qual parece mais dedicada por esta altura, é o caminho a seguir?
Sinceramente, gostava de conseguir conciliar a apresentação com a representação, até porque uma área não invalida a outra. Se houver uma altura em que me obriguem a escolher logo verei, mas por enquanto acho que o melhor é deixar estas duas paixões em aberto. O mercado está complicado e nada como ter a mente aberta em relação ao que se pode e consegue fazer. Mas para já, o objetivo é continuar a evoluir enquanto apresentadora graças ao trabalho que tenho vindo a desenvolver na SIC K.
Ainda a associam ao papel da Rita, que fez nos Morangos com Açúcar?
Um pouco. Mas a maior parte dos miúdos que me abordam na rua já me veem como a apresentadora do Faktor K. Acho que finalmente me estão a associar à apresentação.
Diz que não tem preferência, mas nota-se um brilho diferente quando fala da apresentação…
Talvez, mas a verdade é que não tenho mesmo preferência. Gostava, essencialmente, de continuar a ter trabalho e de continuar a evoluir profissionalmente.
Disse que o Rio de Janeiro seria uma cidade onde viveria facilmente. Está cansada de Lisboa?
Não, de todo. Adoro Lisboa. Vivo em Cascais, mas passo muito tempo em Lisboa. É uma cidade muito apetecível e onde há coisas ótimas que podemos usufruir. É uma cidade onde se sente a História e onde estamos sempre a tropeçar em recantos maravilhosos…
Costuma andar muitas vezes em Lisboa?
Sim. Adoro ir com as minhas amigas para os miradouros da cidade ao fim da tarde, para os quiosques da Avenida, jantar fora…
Não pensa, por isso, em emigrar, como já muitos dos seus colegas da representação estão a fazer?
Por enquanto ainda não, mas percebo quem o faz. Isto está tão estagnado… e a possibilidade de evoluir é cada vez mais pequena… Vou continuar por cá, mas admito que tenho uma mente aberta o suficiente para, na eventualidade de me ver sem trabalho e sem perspetivas, ir lá para fora trabalhar ou estudar.
Os estudos parecem ser sempre uma das suas grandes prioridades…
E são. Sinto que necessito de mais formação na área, principalmente na representação. Estou à espera de uma pausa no trabalho, talvez lá para janeiro, para poder fazer uns cursos mais virados para o teatro, que é algo que também gostava imenso de fazer.
Concluiu um curso superior na Universidade Nova de Lisboa que tem pouco a ver com a carreira de atriz ou de apresentadora. Porque é que escolheu fazer Gestão de Empresas?
Os meus pais sempre quiseram que eu seguisse um caminho dito “normal”… E eu própria achei que talvez fosse o mais fácil. Mas depois de concluído, e mesmo após ter feito um estágio, cheguei à conclusão que estava na altura de apostar na formação artística e deixar a carreira de gestora um pouco de lado.
Os seus pais encararam bem essa decisão?
O melhor possível. Queriam que fosse por um caminho mais tradicional, mas depois de concluído o curso ajudaram-me a poder fazer aquilo com que realmente sempre sonhei.
Qualquer dia ainda a vemos num programa de entretenimento de topo…
Quem sabe. Mas gostava muito de apresentar um magazine cultural, como faz a Ana Rita Clara.
Que também começou como apresentadora do Rock in Rio…
Pois foi… Quem sabe se não seguimos um caminho relativamente paralelo. Admiro-a muito e acho que é um exemplo que deve ser seguido.
Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiro; Cabelo e maquilhagem: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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