Acaba de lançar Figuração Especial, um livro baseado na peça de teatro assinada por ele e que andou-na estrada durante dois anos; explora, na novela Remédio Santo, o papel de padre, e está em palco com A Cor do Sol ao lado da mulher, Marta Nunes. Marcantónio del Carlo admite que trabalha muito e cada tempo livre é para se dedicar à família recém-constituída, nomeadamente a Salomé, que considera sua filha.
VIP – Como está a correr este papel na novela?
Marcantónio del Carlo – Está a correr muito bem, as pessoas estão a gostar muito. Eu acho que os actores são acima de tudo "vampiros", sugam aqui e acolá vidas e situações que vão acontecendo à sua volta. Mesmo no conservatório, nunca fui aquele actor metódico que faz muita pesquisa, a nossa criatividade tem de vir ao de cima.
Quando ensina diz isso aos seus alunos, que é melhor trabalhar por intuição?
Acho que o trabalho de actor é fundamentalmente intuitivo, por mais cursos que se façam, há uma coisa que ou se tem ou não se tem, que é o talento. E como é que se descobre? Quem reconhece o talento é o público, mais ninguém.
Veio para Portugal quando tinha 14 anos, nunca ponderou regressar a Itália? Já se sente português?
Eu sinto-me africano! Nasci na Rodésia, agora Zimbabué, e gostava de conhecer um dia. É o meu país de origem, apesar de ter partido para Itália com dias. Agora, eu sinto-me muito bem em Portugal, acho que é um país fantástico para se viver.
Com a televisão, o teatro, as aulas, resta-lhe pouco tempo para a vida pessoal. O que gosta de fazer no seu tempo livre?
Sou igual a toda a gente. Eu acho que se soubessem o que faço no meu dia-a-dia achavam-me um chato. Na maioria dos dias, a minha vida é casa-trabalho, o pouco tempo livre que sobra é canalizado para a família.
A família é muito importante para si?
É junto dela que encontro o meu equilíbrio.
E ser pai faz parte dos seus planos?
Ser pai é fundamental. Eu já sou pai da Salomé, a filha da Marta, e é muito bom, é um papel a tempo inteiro. O resto virá a seu tempo, talvez.
Sente que tem uma relação de pai/filha com a Salomé?
Absolutamente. Fizemos agora umas mini-férias os dois no Algarve, porque a Marta esteve a trabalhar. É muito divertido porque eles crescem a cada minuto, é muito engraçado ter-se essa constatação na prática.
E ela não pede um irmão?
De vez em quando, mas ela também pede tantas coisas!
Como tem sido trabalhar com a Marta em A Cor do Sol?
No fundo, a peça reuniu três grandes amigos: eu, o Cristóvão Campos e a Marta… e foi muito giro. Por ser um projecto musical, ter a Marta a cantar num espectáculo escrito por mim é ouro sobre azul. A cumplicidade entre nós é muito produtiva e isso obviamente vem para casa. Já tínhamos trabalhado juntos, mas nunca num projecto tão íntimo, a vivência tem sido muito grande.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Rui Costa; Produção: Manuela Costa
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