Aos 23 anos, Ângelo Rodrigues já conquistou o seu espaço na ficção nacional. Sem rodeios, o jovem actor assume o desejo de triunfar no mercado brasileiro, espanhol e norte-americano. Até lá, vai (também) dedicar-se à música, com o lançamento do seu primeiro álbum a solo. Tudo isto com o apoio da namorada, a apresentadora Iva Domingues.
VIP – Como é que a representação surgiu na sua vida?
Ângelo Rodrigues – É algo hereditário na minha família (risos). A minha tia, Estrela Novais, faz produções há muitos anos. Desde criança que frequentava os bastidores dos trabalhos em que ela participava. Acabei por ficar com o fascínio que ela tinha e ainda tem pela profissão. Aos poucos desenvolvi o gosto pela arte, comecei a assistir a mais espectáculos. Com 15 anos tive a oportunidade de integrar uma companhia profissional. Paralelamente, na minha escola existia um auditório com excelentes condições que estava sempre vazio. Como tal, propus à directora começar a fazer peças de teatro escritas e encenadas por mim. Aí nasceu o gosto pelo teatro. Quando acabei o secundário tinha como meta sair do Norte e vir para Lisboa estudar e tentar a minha sorte profissionalmente.
O que acabou por acontecer…
Sim, foi o que fiz. Vim para cá estudar e começou a minha investida na televisão.
Sendo a paixão hereditária, não teve problemas com os seus pais quando optou pela representação?
Não fui incentivado, mas não colocaram entraves. Esteve sempre presente aquela máxima do "vais fazer o que te faz feliz". Sabiam que era isso e não colocaram entraves.
Podia ter sido jogador de futebol…
Tive esse sonho. O meu pai era professor de Educação Física e cresci a estudar Desporto. Além disso, cheguei a jogar no meu clube do coração, o FC Porto (risos). Actualmente, vejo jogadores, inclusive na Selecção Nacional, que jogaram comigo.
Quando vê um jogo com os antigos colegas pensa que podia estar no relvado?
Na brincadeira comento isso com os meus amigos, mas pensando melhor, vida de jogador de futebol não é para ninguém, apesar do respeito que tenho pelos jogadores. É uma carreira com pouca longevidade.
Esperava ter sucesso em pouco tempo?
O sucesso é relativo. É um facto que reflectindo sobre o que já fiz direi que sou afortunado, comparando com as milhares de pessoas que tentam o mesmo. Ainda assim, quero mais e melhor. Sempre fui muito determinado em busca dos objectivos e o que me tem acontecido é fruto do meu trabalho.
Laços de Sangue é uma co-produção entre a Globo e a SIC. Gostava que este projecto lhe abrisse portas no Brasil?
Claro. É uma ambição que tenho.
Os Estados Unidos da América também são uma ambição, a exemplo do que aconteceu com a Daniela Ruah?
Ela é um incentivo que prova que é possível. Se somos bons e determinados como ela, é possível chegar lá. É também uma ambição, mas tenho os pés bem assentes na terra. A oferta é muito maior e a Língua é outra.
Era capaz de abdicar do que tem em Portugal para começar do zero noutro país?
Se fosse mesmo o que quisesse. O que ganhamos em ser comodistas? O que ganhava se aos 50 anos olhasse para trás e pensasse por que não tentei? Por que não fui ter formação e tentar uma audição?
Se não formos aventureiros, de que nos serve a vida?
A disputa de actores que se tem verificado entre as estações televisivas é positiva?
É óptimo. Felizmente o nosso trabalho é mais valorizado. Quando o mercado está feito só para um canal, este acomoda-se um pouco. Com as audiências da SIC, que estão a crescer a olhos vistos, a TVI treme um pouco. É normal que exista a disputa de actores, o que acaba por nos valorizar.
Já sabe o que irá fazer depois de Laços de Sangue?
Estou a fazer uma peça de teatro que irá prolongar-se até ao Verão. Para já é o único projecto que tenho na representação.
E sem ser na representação?
Estou na fase final de gravação do meu primeiro álbum a solo. O objectivo é que o primeiro single seja lançado no Verão. Estou a apostar bastante nisto.
É fácil conciliar a representação e a música?
São duas coisas que me realizam e se optar por uma irei sentir sempre falta da outra. São duas coisas que me completam.
Gostava de ser actor num projecto com banda sonora da sua autoria?
Sim, claro (risos). É uma meta e seria o reconhecimento do meu trabalho.
O que podem esperar as pessoas que não conhecem o seu lado musical?
Espero que não vão pelo natural preconceito. Ou seja, como não sabem que canto que me tentem julgar por isso.
Como assim?
Que pensem que se estou a fazer isto é porque sou um actor que agora canta. Isto não é verdade. Tenho uma banda desde os 16 anos. Já gravei um EP. É algo que faz parte da minha vida. Por isso, as pessoas podem esperar um projecto que fala das minhas vivências, ao qual empresto o meu talento, que será determinado pelas pessoas. Vamos esperar para ver (risos).
Escreve as letras das músicas?
Sou eu que escrevo e componho.
Falou em vivências. Passa muito de si para as músicas?
Sim. É isso que ponho na música, o que faz com que seja um dos projectos mais pessoais. Estou a despir-me de pudores. Digo o que penso e conto histórias que vivi.
Como imagina o futuro da sua carreira?
Sem querer ser presunçoso, gostava de tentar o mercado brasileiro, espanhol e norte-americano. Isto no expoente máximo do que podia desejar.
E em Portugal, gostava de fazer mais cinema, televisão, teatro…?
Sinto-me afortunado porque costumo trabalhar nessas três vertentes e consigo conciliá-las muito bem. Tenho feito teatro, cinema e regularmente televisão. São três artes que se complementam, mas gosto bastante de fazer cinema. Gostava que o mercado em Portugal desse o salto, porque gostava de fazer mais.
Além do sucesso profissional, tudo lhe corre bem pessoalmente com a relação com Iva Domingues. Como define esta fase da sua vida?
É uma fase de alegria pessoal e profissional. Sinto-me bastante realizado com o meu trabalho e com a relação que mantenho.
Sente que ainda existe o estigma da diferença de idades nas relações?
Se fosse há alguns anos notava-se mais. Ainda somos conservadores, mas não tanto. No entanto, eu não noto diferença nenhuma. Se alguém notar, é a Iva (risos).
Pretende casar e ter filhos?
Ter filhos é uma ambição que tenho, pois não há maior alegria do que deixar alguém no mundo. Em relação ao casamento sou mais reticente. Sou de uma geração que não acredita tanto no casamento. E sou também de uma geração em que muitos dos meus colegas são filhos de pais separados. Acaba por ser comum cada um viver na sua casa. Isto não é necessariamente mau. Estou mais de pé atrás em relação ao casamento, até porque o casamento está mais ligado ao Cristianismo e à Igreja e eu não sou católico.
Que metas gostava de alcançar até aos 30 anos?
Conseguir sobreviver na minha profissão; fazer uma novela no Brasil; tentar a minha sorte nos mercados que referi; tentar fazer mais cinema em Portugal; conseguir editar o meu álbum e que as pessoas gostem do que faço; conseguir também sobreviver da música.
Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres, Produção: Marco António, Maquilhagem: Tita Costa com produtos Maybelline e L´Oréal Professionnel
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