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“A Maria Luísa foi o melhor presente”

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FERNANDA SERRANO revela que, desde que foi mãe, gosta ainda mais da época de Natal
Aos 37 anos, Fernanda Serrano é uma mulher realizada. Depois de ter vencido a difícil luta contra o cancro e de ter engravidado numa altura em que, por causa dos tratamentos, era desanconselhado, a actriz é hoje uma pessoa feliz.

Seg, 06/12/2010 - 0:00

 Aos 37 anos, Fernanda Serrano é uma mulher realizada. Depois de ter vencido a difícil luta contra o cancro e de ter engravidado numa altura em que, por causa dos tratamentos, era desanconselhado, a actriz é hoje uma pessoa feliz, agradecida e, sobretudo, disposta a aproveitar a vida ao máximo ao lado do marido Pedro Miguel Ramos e dos filhos Santiago, cinco anos, Laura, dois, e Maria Luísa, 17 meses, que acredita ter sido a maior benção que recebeu. Numa conversa com a VIP, a Júlia de Sedução, da TVI, conta como vai festejar este Natal.

VIP – Como vai ser este Natal?
Fernanda Serrano – Como sempre, vai ser em nossa casa, rodeados de família e amigos. São vários dias de festa e convívio. Iremos parar as gravações durante o Natal e a passagem de ano, por isso dá para aproveitar as festas.

Gosta do Natal?
Sempre gostei. Agora com crianças em casa ainda gosto mais.

Alguém se veste de Pai Natal lá em casa para os seus filhos?
Há sempre um voluntário ou voluntária.

Eles fazem pedidos ao Pai Natal?
Começam agora a fazer, sim.

É fácil dar-lhes presentes?
É. Sabem que têm um volume que não se ultrapassa. São regrados a pedir e a receber.

E à Fernanda, é fácil dar prendas?
Não sou uma pessoa materialista. Gosto de atitudes mais do que de presentes.

Qual foi o presente que mais gostou?
A Maria Luísa foi o meu melhor presente de Natal.

O que recorda dos Natais da infância?
O que ainda é latente nos Natais de agora. Reunirmos a família toda – se bem que o conseguimos fazer todo ano – muitos risos e o calor da lareira. O dia mais importante para nós é o 24. Comemos polvo ou bacalhau com natas. Nada de couves; e quando passávamos a Consoada no Alentejo, fazíamos a Missadura, que era assar carne durante toda a noite no "lume de chão", como se diz.

O que não pode faltar à vossa mesa?
Festa, vinho, música, muita comida confeccionada pelas mulheres – somos seis a ir para a cozinha – e muita alegria.

A Fernanda vai para a cozinha?
Sim. Vamos todas. Adoro. Faço um excelente bacalhau espiritual e polvo à lagareiro.

Qual o balanço que faz de 2010 e o que espera de 2011?
Espero que tudo melhore. Tem sido um ano difícil e embora as perspectivas não sejam simpáticas, eu sou optimista e penso que tem e deve melhorar. Para bem de todos nós.

Para si 2010 foi um bom ano na medida em que regressou finalmente ao trabalho. Como foi voltar a gravar?
Intenso, sobretudo pela afectuosidade com que fui recebida por todos os elementos desta maravilhosa equipa. Foi muito bom regressar à vida normal.

Sentiu algum medo, alguma insegurança neste regresso?
Medo não, de todo. Insegurança, tenho sempre alguma no início das gravações. Quando um dia deixar de a sentir, bem como o nervosismo inerente a esta fase, desisto e vou para casa. É o peso da responsabilidade.

Já tinha saudades de representar?
Muitas!

Como é a relação que mantém com o público? Incomoda-a ser abordada?
Nunca me incomodou. Mas as abordagens quase sempre acontecem de forma carinhosa e genuinamente boa.

Identifica-se com o personagem Júlia?
Apenas na feminilidade, que é bastante mais preemente do que a minha. Espero aprender e desenvolver ainda mais esta minha vertente. O Pedro adorará (risos).

Não se sente sensual? Feminina?
Sinto-me. Mas atendendo à forma mais ousada e extravagante de vestir da Júlia, posso dizer que sou mais discreta.

É vaidosa? Incomoda-a olhar para o espelho e descobrir uma ruga nova?
Não fico muito feliz quando vejo uma ruga nova, mas apetece-me muito ter mais anos e mais rugas. Não sou vaidosa, sou é cuidadosa, em tudo. Na alimentação, no descanso, na vida regrada. Isso é ponto assente.

Nos últimos três anos tem sido uma mãe a tempo inteiro. Como é que os filhos reagiram aos primeiros dias de trabalho?
Não foi muito fácil, mas acabaram por habituar-se. Estão sempre num ambiente familiar e em harmonia e isso é o mais importante. Eu, sim, senti grandes alterações no meu dia-a-dia e nas saudades que tenho deles. Mas cubro-os de beijos e mimos e atenção quando chego a casa. A sensação que fica é de presença, nunca de falta.

Nunca ponderou deixar a vida profissional para se dedicar só a ser mãe?
Claro que sim. Inúmeras vezes. E se algum dia achar que faço falta para o desenvolvimento, equilíbrio e bem-estar dos meus filhos, não hesitarei um segundo em abdicar do trabalho para ficar em casa. A minha família está e estará sempre em primeiro lugar.

Com três filhos, só consegue manter uma vida profissional activa quem tem uma boa estrutura familiar por trás. Quem a ajuda a cuidar das crianças?
Toda a família mais próxima. Os meus pais, tios e primas. Somos e funcionamos como uma boa estrutura familiar, cimentada por afectos e entreajuda. Sei que a família tem-se, não se escolhe, mas se assim fosse, era esta a que escolheria. É bom saber que podemos sempre contar uns com os outros.

O Pedro ajuda-a com os meninos? Como é ele como pai?
É óptimo pai e óptimo marido, mas "balda-se" um bocadinho, por culpa minha, às tarefas diárias de lhes dar banhos, de os adormecer, de lhes dar de comer. Não existem homens perfeitos e, aqui entre nós, se o Pedro fosse perfeito, perderia a graça. No entanto, colmata essa "falha" com outros factores surpreendentemente bons e únicos. Eu amo-o, dizer o quê?

Estão casados há seis anos. Que balanço faz?
Muito positivo. Na realidade, parece que estamos juntos há muito mais tempo, por tanta coisa que já vivemos, que já partilhámos juntos. Situações que nos aproximaram ainda mais e criaram um "escudo" que só nós conseguimos ver e sentir.

Um escudo? Sente que há alguma coisa da qual tem de se proteger?
Tudo o que passamos durante o nosso percurso de vida modifica-nos um ou outro aspecto ou perspectiva perante as pessoas, o trabalho, a sociedade, o Mundo. O que não nos modifica torna-nos mais fortes e mais seguros em relação ao que temos e ao que queremos. Sei que tenho um homem exemplar ao meu lado, que temos laços indissociáveis de amor, respeito e confiança, que têm de ser mantidos.

Ao fim de seis anos continua apaixonada pelo Pedro?
Posso dizer que se voltasse seis anos atrás, estaríamos à mesma a celebrar o dia do nosso casamento com o mesmo amor e entusiasmo com que o fizemos. Faria exactamente o mesmo e essa sensação é muito boa.

Com três filhos ainda conseguem tempo e forças para serem românticos?
Sim e nem precisamos de nos esforçar para isso. Temos a grande mais-valia de gostarmos muito da companhia um do outro. Passarmos tempo juntos. Fazermos programas a dois. Isso é fundamental.

Qual é o segredo para manterem acesa a paixão?
Cumplicidade, confiança e muito amor. Mais não digo.

Querem ter mais filhos?
Queremos ter sempre mais filhos, porque adoramos ter uma casa cheia. Mas agora estamos em fase de saborear os "ficha-tripla" ao máximo e não me parece haver espaço e tempo para mais.

Chama-lhes “ficha-tripla”? Que giro.
Ouvi uma vez essa expressão, há já alguns anos, e agora associei imediatamente a esta energia imensa que nos percorre a casa todos os dias e nos enche a alma, que são os nossos três filhos maravilhosos.

Em que fase estão?
Na deliciosa fase das descobertas. São crianças muito afectuosas. Dão muito, porque também recebem muito amor e carinho.

Fisicamente e psicologicamente quem está mais parecido com quem?
Ele é tudo pai, quer física, quer psicologicamente. Elas, fisicamente têm mais parecenças com o pai, mas o resto é meu.

Como é que eles reagem quando vêem a mãe na televisão, nas revistas?
Dizem sempre se gostam ou não, ainda que ninguém lhes pergunte a opinião. Acham que é normal isso acontecer e perguntam porque é que os nossos vizinhos e amigos nunca aparecem nas revistas.

Venceu a luta contra o cancro. Sente que isso a mudou?
Nunca um dia é igual ao outro. O nosso presente influencia o nosso futuro. Hoje sinto-me muito feliz e tranquila.

Disse numa entrevista que as memórias desse período não se apagam. Como lida com elas?
Dou-lhes a importância que realmente têm, mas tentando não as ter sempre muito presentes. Tento que um dia cheguem as memórias das minhas memórias.

Que sonhos e expectativas tem para o futuro?
Trabalhar, viver, divertir-me horrores e ganhar um Óscar! Ainda que não faça nada para o merecer, mas gostava de "lá" ir um dia!

A TVI ganhou um Emmy. Acha que o sonho do Óscar se torna mais real?
Todos nós temos sonhos e um dos meus muitos sonhos é esse. Independentemente da TVI ganhar um Emmy e eu poder participar num projecto que para isso também esteja nomeado, o Óscar seria sempre o Óscar!

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres

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