É o piloto mais novo a correr no Mundial de Ralis e, por isso, é tido na área como uma das grandes esperanças da modalidade em Portugal. Porém, isso não o livrou de alguns percalços. Bernardo Sousa define-se como uma pessoa ambiciosa e sonha ser campeão nacional de ralis. O tempo livre que tem divide-o entre a sua paixão pelas corridas e a sua paixão por Dália Madruga, a namorada, com quem se casou simbolicamente numa cerimónia que teve lugar na Capela da Azaruja, perto de Évora, no sábado, dia 18.
VIP – Casou simbolicamente com a Dália…
Bernardo Sousa – É verdade. Foi uma coisa a dois, não há nada no papel. Eu vejo-a como a mulher com quem quero passar o resto da minha vida. Quisemos celebrar o amor que nos une e para isso não é preciso assinar um papel.
Não querem tornar o casamento oficial?
Pensamos nisso. Mas o que interessa é estarmos felizes… e estamos muito.
A família não reclamou por não ter partilhado o vosso momento?
Eles vão ter oportunidade para isso.
Porque escolheram Évora para a cerimónia?
Foi a circunstância. Estávamos lá a passar o fim-de-semana e proporcionou-se.
É fácil manter uma relação com a vida que tem?
Não é fácil, mas aí é que uma pessoa demonstra o que é. O segredo é saber respeitar e aceitar a vida que o outro tem.
Vocês já se conheciam…
Sim. Quantas pessoas se conhecem durante anos e de repente se apaixonam?
O que o atrai mais na Dália?
Acho que qualquer pessoa olha para ela e vê que ela é uma pessoa interessante, inteligente e bonita.
Era fã dela?
Confesso que não sou muito ligado à televisão, mas sou ligado ao trabalho dela.
Já foi entrevistado por ela no Só Visto. Como foi?
Não é fácil (risos). É sempre difícil quando alguma pessoa com quem temos uma relação – mesmo que seja de amizade – nos faz algumas perguntas. Mas temos de ser profissionais.
É mais novo que a Dália. Isso incomoda–o? Incomoda a sua família?
Não. A minha família é muito mente aberta. E eles já estão habituados a que eu seja uma pessoa diferente.
Isso também se vê pela paixão que tem pelas corridas. Como surgiu o interesse pelos ralis?
O meu pai sempre esteve ligado à organização do Rali da Madeira e sempre teve o bichinho dos automóveis. Aos dez anos, ele ofereceu-me um kart. No início, não gostava muito daquilo, mas fazia as corridas, embora fosse quase obrigado. Gostava era do mar e de pescar. Só quando comecei a ganhar títulos é que me comecei a interessar realmente pelo automobilismo. Se não fosse o meu pai, eu não era quem sou hoje, nem tinha chegado onde cheguei.
É visto por muitos como a grande esperança da modalidade. Como encara este elogio?
É uma grande responsabilidade. Seja eu bom ou mau, as pessoas deviam apoiar-me porque sou dos poucos portugueses a correr internacionalmente.
A família não tem medo por si?
Os meus pais são separados, a minha mãe já vivia em Lisboa e o meu pai na Madeira. Era ela que me levava às provas do Campeonato Nacional no continente. Levava o livrinho dela e ficava num cantinho a ler. Por isso, já está habituada.
Sente que ter tido pais separados moldou a sua personalidade?
Não. Se calhar, fez-me uma pessoa mais forte. Eles dão-se muito bem, hoje em dia. Foi uma separação normal. Não houve influências negativas sobre os filhos.
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres
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