Maria Clara foi a primeira pessoa a saber que Rita Mendes estava grávida. Ou não fosse a relação entre mãe e filha de grande amizade. Tanto que, depois de 15 anos de independência, a empresária prepara-se para voltar a morar com a mãe, onde ainda vive a irmã. Uma decisão que surge depois do fim do relacionamento com Roger, o pai de Afonso, o bebé que deverá nascer em Outubro.
VIP – Como é a Rita como filha?
Maria Clara – É muito pouco armada em vedeta. Muito natural, verdadeira. Não sabe mentir. É muito espontânea, coisa que de vez em quando lhe traz dissabores.
Que características herdou de si?
MC – Talvez a espontaneidade, o à-vontade. Ainda que em criança fosse bastante tímida. É engraçado, porque de repente mudou, talvez pelo contacto comigo, que sou uma pessoa muito extrovertida. E esse traço identifica-nos. Tal como a impulsividade. Não temos paciência. Às vezes forçamos as situações para acontecerem ao nosso ritmo.
Rita Mendes – A minha mãe é muito corajosa e acho que nisso somos parecidas. Por mais que a vida seja adversa, continuamos. A minha mãe já viveu situações complicadas e ultrapassa tudo com um sorriso. Podemos ir ao fundo do poço, mas não ficamos lá. Depois temos coisas diferentes. Ela é muito organizada e eu sou muito desorganizada. Completamo-nos!
Que recordações de infância guardam?
RM – Lembro-me de andar ao colo da minha mãe até aos seis ou sete anos. Não a largava. Lembro-me de cada vez que ia ao médico ter direito a pedir uma prendinha.
MC – Eu recordo os eventos que ela organizava no Algarve, na nossa casa. Eram passagens de modelos, teatros… Organizava plateias e obrigava os familiares a sentarem--se e muitas vezes até tínhamos de pagar entrada.
Como é que é a vossa relação?
MC – Somos grandes amigas, conversamos muito. Somos as primeiras a saber de tudo e tentamos sempre dar opinião.
RM – Somos muito próximas. O facto de eu ter nascido quando ela era muito nova criou um laço ainda maior entre nós. Desde pequena que a minha mãe é uma grande amiga. A minha mãe foi a primeira a saber que eu estava grávida.
Como soube?
MC – Estava com ela. Incentivei-a a fazer o teste. Fomos as duas. Ela estava na dúvida, mas eu sabia que ela estava grávida. Deve ser instinto de avó.
O facto de a Rita se ter separado estando grávida, preocupa-as?
MC – Não. É um problema dela e ela está a geri-lo como acha melhor. O meu papel não mudou por isso, porque dentro das minhas possibilidades eu sempre faria o melhor que pudesse.
RM – É uma fase estranha, mas não há razão para me preocupar. Não vou fazer isto sozinha, não me vou armar em supermulher. Não queria ser mãe solteira, aconteceu. O natural é os mais próximos apoiarem-me.
Custou-lhe tomar a decisão de terminar a relação estando grávida?
RM – Claro que sim. Ponderei muito por causa do bebé. É complicado, mas não é o fim do mundo. O meu filho vai ter um pai e uma mãe na mesma. Foi uma decisão mútua, porque a relação não funcionava.
Dão-se bem?
RM – Depois de uma ruptura há sempre um afastamento. Tenho a certeza que se não estivesse grávida, provavelmente agora estaríamos na fase de luto, quase sem nos falarmos. No nosso caso há uma obrigatoriedade que visa o melhor para o bebé.
Apesar desta desilusão amorosa, está disponível para se voltar a apaixonar?
RM – Continuo a querer encontrar o amor da minha vida, mas não é para já. Agora, sem dúvida, o homem da minha vida é o Afonso.
Está com um ar óptimo. Outras pessoas na mesma situação estariam a passar por um momento depressivo.
RM – Acho que nos temos de adaptar às situações. Isto não é o ideal. Se eu pudesse escolher não estaria a passar por isto. Mas, a partir do momento em que as coisas seguem um rumo temos duas hipóteses: achar que a vida é madrasta e entrar no buraco, ou fazer omeletes com os ovos que temos. Eu não quero ser uma pessoa infeliz, por isso vou ver o que posso tirar de positivo desta situação e superá-la para ser feliz.
A vinda do Afonso está mesmo a mudar a vossa vida. Estão a mudar de casa e a Rita vai voltar a viver com a Maria Clara depois de 15 anos de independência…
RM – Eu saí de casa cedo, por opção, porque queria ser independente. Agora regresso porque me dou muito bem com a minha mãe e porque assim tenho-a a ela e à minha irmã mais perto para me ajudarem. E verdade seja dita, que o meu trabalho não me deixa muito tempo para estar em casa. Por isso, não vai haver choques de maior.
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Rui Costa
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