Joaquim Bastinhas
MARCOS TENÓRIO BASTINHAS vai estar na corrida do Campo Pequeno

Pai e filho receberam a VIP na Herdade das Algramassas, em Elvas, onde, diariamente, treinam e se preparam para se apresentar em praça na melhor forma possível. JOAQUIM BASTINHAS e o filho mais novo, MARCOS TENÓRIO BASTINHAS, são dois dos cavaleiros que no dia 23 fazem parte do cartel da corrida VIP.

VIP – Um ano depois da alternativa, pisa a praça do Campo Pequeno. Vai recordar essa sua noite?
Marcos Tenório Bastinhas – Já lá voltei depois da alternativa, mas é sempre uma praça que mexe com os toureiros.
Joaquim Bastinhas – A maior expectativa para a corrida VIP foi terem conseguido montar um cartel completamente diferente. O facto de serem pais e filhos e famílias no mesmo cartel não abranda a concorrência, porque não gosto de perder nem ao botão… quando estou no mesmo cartel com o meu filho, por vezes, a minha predisposição ainda é maior, ainda tento arriscar mais e fazer com que haja maior competição.

Sendo filho do Joaquim Bastinhas não se imaginava a fazer outra coisa?
MTB – Não comecei logo de pequenino… só comecei a tourear em público aos 14 anos. Hoje em dia, não me imagino a fazer outra coisa.

E os pais aceitaram bem a escolha, em especial a mãe?
MTB – Ela ainda sofre bastante… ao princípio eles diziam para levar isto como um hobbie porque era muito difícil, para estudar. Mas eu gostava e fui trabalhando nesse sentido.

Além do mais, tem tudo o que precisa em casa…
MTB – Também tem muito a ver com isso, porque a estrutura está toda montada. Tive essa sorte, facilitou muito.

Sente o peso do apelido?
MTB – Quer se queira quer não fazem-se sempre comparações, mas isso é bom porque orgulho-me muito do meu pai, é um grande toureiro e é sempre bom ir para a praça dignificar o nome dele.

Treinam juntos?
MTB – Sim, estamos praticamente o dia todo juntos. Já nem é tanto uma relação de pai e filho, já vai sendo uma relação de irmãos.

Ele é muito exigente?
MTB – Sim, sim!
JB – Nunca fiz força para que montasse ou fosse toureiro. Foi ele que me disse que queria ser. Avisei-o do espírito de sacrifício, do respeito que tem de ter pelo público. Tem de haver exigência e a experiência que vamos adquirindo conta muito. Claro que também tem de cometer erros, só assim se aprende.

Já apanhou algum susto?
MTB – Já apanhei alguns, mas ainda me dão mais vontade de voltar para cima do cavalo e entregar-me ainda. As quedas dão-me mais motivação para trabalhar.

Sofre muito quando ele está a tourear?
JB – É natural porque temos a mania que resolvemos as coisas mais facilmente e melhor.

A mãe sofre muito?
JB – Muitíssimo. Vai sempre à praça e acho que faz bem, porque assiste ao que se está a passar e não fica à espera de um telefonema.

Uma mensagem ao público para irem à corrida VIP.
MTB – Espero que os verdadeiros aficionados estejam lá, porque vai ser uma noite de família, mas também de grande competição.
JB – Vai ser uma corrida bonita, porque se vai ver duas formas de tourerar, a da minha geração e a de uma mais nova e mais irreverente.

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Tito Calado

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