Não é todos os dias que se recebe a visita de uma verdadeira princesa. MICHAEL DE KENT pode até nem ter direito ao trono inglês, mas não deixa de ser princesa. E mesmo antes do seu (polémico) casamento com o primo de ISABEL II, já o sangue azul lhe corria nas veias, graças à descendência nobre dos pais, o barão GUNTHER HUBERTUS VON REIBNITZ e a condessa MARIA ANNA SZAPÁRY VON MURASZOMBATH. Entre nós para apresentar o seu mais recente livro, A Serpente e a Lua, aceitou o repto da VIP para uns minutos de conversa, em tom mais informal.
Quando é que se apaixonou pela história que nos conta neste novo livro?
Talvez em criança. A minha mãe contava-nos, a mim e ao meu irmão, muitas histórias verdadeiras. No entanto, só voltei a esta história depois de ter escrito um livro sobre as concubinas do séc. XVI.
Como é o processo de escrita? Fecha-se no Palácio de Kensington ou foge para algum lado ainda mais recatado?
Geralmente escrevo entre Janeiro e Fevereiro. Vou para as Baamas e fecho-me sozinha numa cabana sobre a praia.
Escreve à máquina?
Não. Num portátil de última geração (risos). Mas confesso que tirando o processador de texto e a Internet, pouco mais sei fazer com ele. Mesmo que pudesse, mandar um míssil para a Lua, admito que não o saberia fazer.
Este livro foi alvo de uma opção de compra por Hollywood. Gostava de o ver transformado num filme?
Claro. Embora a concretizar-se seja pela perspectiva da história de amor…
Há algum actor/actriz que gostasse de ver a interpretar os principais papéis?
Diana de Poitiers. Tal como a Scarlett Johansson ficaria bem no papel de Catarina para Rei, o meu sonho seria o Jude Law!
Sendo uma pessoa com várias ocupações, é a escrita a sua preferida?
Não sei se será a preferida… Tenho, como se costuma dizer, muitos chapéus. Para além da escrita e das apresentações que faço um pouco por todo o lado, sou ainda a presidente do maior antiquário de Londres, o que me obriga a visitar sítios incríveis, o que eu adoro. Sou ainda intermediária em negócios de pintura, que é algo que me dá igualmente um prazer enorme. E ainda faço mais qualquer coisa que agora me está a escapar… (risos).
Os tablóides ingleses têm alimentado o rumor de que poderá estar de saída do Palácio de Kensington. Há algum fundo de verdade nisso?
Não, claro que não. Os jornais ingleses escrevem muita coisa que não é verdade. Muito lixo. Estamos lá para a vida! Embora a renda seja cara… (risos). Tenho ainda que vender muitos livros para ajudar a pagar aquele pequeno apartamento.
Outro rumor insistente dá conta das más relações que mantêm com o resto da família real…
Oh, mentira! Damo-nos lindamente. Os jornais gostam de arranjar problemas. É isso que têm que fazer: arranjar confusões para poderem vender mais e mais. Principalmente os tablóides ingleses. Mas lido bem com isso. Não é um problema para mim.
Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Rui Renato
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