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PEDRO COSTA e GONÇALO CASTEL-BRANCO apresentam “Os produtores”

Famosos

Os Produtores estão em Lisboa, depois de um mês de digressão nacional
Um dos musicais mais premiados de sempre está em cena no palco do teatro Tivoli, em Lisboa, até ao final de Março

Sex, 06/02/2009 - 0:00

Tomaram em mãos a responsabilidade de levar à cena o mais premiado de todos os musicais. Com o peso de 14 Tony’s – o equivalente aos Oscars nos espectáculos da Broadway – Os Produtores sobem ao palco do Tivoli até ao final do mês de Março e a VIP foi ver como os verdadeiros produtores estão a viver tão importante momento.

VIP – Ao contrário do que costuma acontecer, optaram por fazer uma digressão, antes de subirem ao palco em Lisboa. Estão satisfeitos com as passagens por Portimão e Coimbra?
Gonçalo Castel-Branco – Sem dúvida. Um off Broadway é algo que se faz quando se tem um espectáculo bastante grande e que tem que correr bem, principalmente em termos de crítica. Assim sendo, não podíamos estar mais satisfeitos com esta tour pré-Lisboa.

Acham que está melhor?
GCB – Sim, afinámos o espectáculo, testámos as mesmas piadas com vários tipos de público… Não quisemos ludibriar ninguém em Portimão ou em Coimbra, mas serviu, e bem, para melhorar o que havia a melhorar.

Ao longo dos últimos tempos todos os actores se têm referido a este musical como algo que queriam fazer, como se a carreira deles dependesse disso. Têm essa noção?
Pedro Costa – É natural. É "o" musical mais premiado da história, é do Mel Brooks, ele próprio um génio da comédia, e já foi traduzido para mais de 30 países. E, em todos eles, teve desempenhos de actores de primeira categoria. Quem é que não quer fazer parte de um projecto como este?

Como foi o processo de selecção dos actores?
PC – Acima de tudo, fomos muito criteriosos. Sabíamos o que queríamos para cada uma das personagens e escolhemos cerca de 30 pessoas para prestar provas. Foi o que bastou. Vimos de outras escolas e isso tem sido uma grande vantagem!

Essa outra escola não tem causado inveja às escolas que já por cá andam há muito tempo?
GCB – Precisamente o contrário. Acho que as pessoas entendem que não somos os tradicionais produtores de teatro, que se estão sempre a queixar que não há dinheiro para nada, que tem que ser tudo feito com a prata da casa, onde o encenador tem a responsabilidade toda em cima dos ombros… Aqui é uma equipa multidisciplinar.

É o vosso primeiro musical. Qual foi a grande dificuldade que tiveram que ultrapassar?
GCB – A única grande dificuldade foi encontrar casas que nos conseguissem receber. Em todas as outras áreas em que antevíamos dificuldades, elas não existiram. Há talento e, acima de tudo, muita vontade de trabalhar connosco – tivemos actores que não faziam castings há mais de 20 anos a ligar-nos a pedirem para vir…

Sente-se uma nova aura…
GCB – É um bocadinho como a era Obama. Há aqui um sonho parvo que tem tudo para correr muito bem ou muito mal, mas todos os que aqui estão vivem na mesma ilusão colectiva: fazer o melhor espectáculo que alguma vez se fez em Portugal.

Com tantos avisos de crise e recessão económica, não têm medo de se espalhar ao comprido?
GCB – Quem não tem medo é parvo. Mas estamos rodeados dos melhores e nós ainda sabemos uma coisa ou duas sobre formatos que, apesar dos "velhos do Restelo", têm tudo para dar certo.

Com tanta dedicação ao trabalho, a família tem sido muito prejudicada?
PC –Passam a vida nos ensaios (risos). Durante a digressão é mais complicado, mas tudo se consegue. É normal que acabem por viver um pouco as nossas vidas… Conhecem toda a gente e, por vezes, até é o elenco que toma conta das crianças! Acaba por fazer parte deste estilo de vida, não é?

Os produtores avaliam Os Produtores

Pedro Costa e Gonçalo Castel-Branco escolheram o elenco a dedo e, no final da digressão pré-Lisboa, já têm uma ideia do que cada um trouxe à peça.

Custódia Gallego– Sempre quisemos trabalhar com ela, mas não sabíamos que tinha tanta graça. Aprendemos "quilómetros" todos os dias com ela.

Rui Mello – Descobrimo-lo por acidente. Contratámo-lo para consultor, depois ele próprio fez as letras e acabou a pedir para fazer um casting. Hoje, é um Hitler com quem nos rebolamos a rir todas as noites.

Miguel Dias – Tínhamos medo que não fosse capaz de se afastar do universo mais revisteiro, mas revelou-se o "senhor musical"

Manuel Marques – Rebentou connosco em cinco minutos de casting. Ficou lá para ajudar a ver a química entre ele e os outros.

Rita Pereira – Telefonou para ir ao casting. Ganhou-o com muito estilo, mas sabendo que tem ainda um longo caminho a percorrer. Estivemos indecisos, mas a verdade é que ela hoje canta, dança e tem muita piada.

Pedro Pernas – É pouco conhecido do grande público, mas, depois deste espectáculo, vai ficar como uma referência de um humor muito genuíno.

Rodrigo Saraiva – Estamos habituados a vê-lo noutro tipo de papéis, mas aqui saca ovações de levantar a sala. É impressionante.
Ensemble – É das coisas mais difíceis de encontrar em Portugal. São 10 ou 15 pessoas que têm que ser bailarinos, ser cantores e ainda têm que representar. Ou tivemos sorte ou procurámos no sítio certo. A verdade é que reunimos um grupo extraordinário.

Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Rui Renato; Produção Manuela Costa; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionel

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