A pesar do turbilhão que a sua vida passou nos últimos quatro anos, a filha de Carlos Cruz é uma mulher serena e optimista quanto ao futuro. Depois das alegações finais do pai no processo Casa Pia, Marta Cruz diz que o “sr. televisão” está “tranquilo”: “A família que somos mantém-nos calmos.” Em entrevista exclusiva à VIP, Marta, que está no Brasil, revela que não quer fazer mais moda a tempo inteiro e conta que o maior sonho é trabalhar em TV, ao lado do pai.
VIP – Esteve durante algum tempo em Portugal, mas regressou entretanto ao Brasil. Quais são os seus planos nesta fase?
Marta Cruz – Estive em Portugal a convite do José Gouveia, para fazer relações públicas na discoteca W. Aproveitei e passei o meu aniversário no meu País, o que já não acontecia há quatro anos.
Estava a estudar jornalismo, já se formou?
Não. Estou no terceiro ano, mas quando voltar, vou transferir a matrícula para cá. Tenho propostas, mas só vou aceitar quando estiver definitivamente em Portugal. Sinto que o mercado está mais fechado, mas sou profissional, sei o que valho e tenho muita força de vontade.
E a moda?
É estranho! Não desfilo há quatro anos… Não quero fazer mais moda, só por fazer. Desfiles, fotos, publicidade vou aceitar, mas que seja algo relacionado com o meu nome.
Aceita convites como Marta Cruz figura pública e não como modelo…
Exactamente. Já não me identifico, já não tenho o corpo que tinha, o tempo que tinha… Agora, quero aproveitar aquilo para que estudei e começar a trabalhar numa coisa que seja para o resto da vida e não efémera, como é a moda.
O seu apelido ficou “manchado”?
Trabalho nunca me faltou. Se me perguntasse isso há quatro anos, responderia com uma certa tristeza ou insegurança. Hoje em dia, digo que sim, o Cruz ajuda em algumas coisas, mas também acredito que tenho talento. Além disso, feliz ou infelizmente, vivemos numa sociedade de cunhas e eu aproveito a minha! Não vale a pena ser-se ingénuo ou hipócrita. Sou filha de uma pessoa conhecida; portanto, o que é que vou fazer?
Foi para o Brasil à procura de algum resguardo, por toda a exposição a que a vossa família ficou sujeita no processo Casa Pia?
Inconscientemente, acho que foi uma forma de me preservar, de dizer “chega! Estou a ficar louca, aqui! Não consigo fazer nada, porque está tudo em cima de mim”. Cansei-me disso e foi a melhor decisão que tomei. Aos 20 anos, vivi a turbulência por que passei, ainda por cima publicamente… Foi difícil, mas foi a melhor decisão que tomei. Passei a ser anónima, o que me ajudou a perceber certas coisas. Fortaleza é uma cidade, mas agora chega de praia; preciso de urbanização, de stress, preciso de Portugal.
Acha que, por força das circunstâncias, levou um “banho” de humildade?
(Acena positivamente com a cabeça) Se não fossem estes quatro anos, ou virava uma pessoa insuportável ou alguém muito fraca, com medo de dar um passo porque toda a gente ia comentar.
Foi também nessa altura que se apaixonou, engravidou e casou com o Alexandre.
Sim. Sempre quis ser mãe cedo. Não posso dizer que tenha acontecido por acontecer… Aconteceu, porque quis ser mãe, tinha plena consciência do que estava a fazer. Foi a melhor coisa que fiz até hoje.
O Alexandre foi a pessoa indicada para ser o pai?
Era alguém que não sabia quem eu era. Estava comigo, por mim. A ida para o Brasil e o meu casamento acabaram por ser uma fuga para os meus problemas e vi no Alexandre a pessoa que queria ter a meu lado.
Quando percebeu que o casamento estava mal?
Todos temos o direito de crescer, evoluir, mudar objectivos e sonhos e nem sempre estamos disponíveis para o outro.
O que é que falhou?
Não posso dizer que tenha falhado… a diferença de culturas começou a fazer-se sentir. As coisas começaram a esfriar, os meus objectivos começaram a ser outros. Se já não me estava a sentir bem, “deixa-me ser feliz e segue o teu caminho”. Houve choque de culturas.
Já está divorciada?
Legalmente, estou separada desde Janeiro de 2008. Mas só agora, passado um ano é que vai ser decretado o divórcio.
A guarda da Yasmin foi o mais difícil de gerir?
Pelo contrário, foi o mais fácil. Independentemente de tudo, o Alexandre é um excelente pai e a Yasmin adora-o.
Como é que lhe explicou a separação?
Disse-lhe que o pai e a mãe já não são namorados, só amigos.
Apesar da separação física, mantém uma relação próxima com o seu pai?
Nem sempre tivemos uma relação assim tão próxima, porque os meus pais se separa- ram. Ficámos mais próximos depois da situação que vivemos, porque quando somos obrigados a afastarmo-nos de uma pessoa faz com que se comece a avaliar tempos perdidos, conversas que queríamos ter tido…
Esse é um aspecto positivo do processo Casa Pia?
Pode cair o mundo, que conseguimos fazer outro só nosso. Agora, vivemos muito uns para os outros. Temos novos valores e obrigações de família que antigamente não nos pareciam tão importantes.
Como é o Carlos Cruz avô?
O meu pai é uma pessoa polivalente e adapta-se à situação que está a viver.
Estamos na fase final do julgamento… Como se sentem?
Só posso dizer que temos muito amor, carinho e atenção uns com os outros. O momento que vivemos, a família que somos, mantém-nos calmos. O resto é conversa.
Custa-lhe ver o seu pai fora da TV?
Custa-me ver o profissional que o País perdeu. Acredito que, se está fora da TV, é porque quer. Acredito que já tenha tido convites.
Acha que algum dia ele vai voltar à TV?
Não sei… Mas espero que sim, porque o meu grande sonho é trabalhar com o meu pai. Espero que se concretize.
A nível financeiro, a vida do seu pai também mudou.
Nunca fomos pessoas de luxo, de ostentar… Temos o nosso conforto, a nossa família. Financeiramente, não faço ideia.
Qual é o estado de espírito do seu pai, neste momento?
Acho que está calmo e tranquilo.
Texto: Carla
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