A entrevista que Rita Guerra concedeu a Manuel Luís Goucha, esta segunda-feira, 25 de outubro, no vespertino da TVI, foi repleta de revelações. Depois de ter contado que tem um caroço numa mama, descoberto um dia depois do funeral do pai, vítima de cancro, a cantora recordou a violência doméstica que sofreu no seu primeiro casamento, tinha ela apenas 16 anos.
“Saio [da relação] com medo, porque havia ameaças. Cheguei a ser ameaçada: ‘Um dia destes, sais do casino e levas com ácido na cara’. Não se anda propriamente muito feliz na rua. Eu ia trabalhar com medo. Mas tudo isso ultrapassa-se. Vivermos reféns do medo não nos ajuda em nada”, defendeu.
Rita Guerra fez questão de salientar que foi o irmão Pedro que a “resgatou” daquele pesadelo e que, hoje em dia, “jamais na vida” suportaria “um bofetão”. “Nunca. Nas não é preciso chegar a tanto”, disse ainda.
Em 2015, a cantora editou a sua autobiografia, “No Meu Canto – Todos Temos o Direito de Ser Felizes!”, na qual contou pela primeira vez que tinha sido vítima de violência doméstica. “Já sofri agressões físicas, já vivi presa em casa, fechada à chave e proibida de falar com a minha família. Sei o que é viver sob ameaças e acordar e deitar-me com medo – daquele que paralisa. Sei o que é violência e sei o que é o medo. E sei que são inseparáveis. Foram precisos muitos anos até ser capaz de dizer: ‘Não. Chega’. Mas quando se aprende, não se esquece”, escreveu Rita Guerra, hoje com 54 anos.
“Foram-me dadas diretrizes acerca de como as coisas passariam a funcionar”
O primeiro sinal do terror que viria a sofrer foi dado logo depois do casamento. “Após a cerimónia, foram-me dadas pelo meu marido diretrizes acerca de como as coisas passariam a funcionar a partir dali. Disse-mo ao passarmos a ponte sobre o Tejo, a caminho da lua de mel. E eu não gostei nada do que ouvi. Houve qualquer coisa na maneira como aquilo foi dito que me deixou sem ar. Percebi que tinha entrado num buraco negro. Lembro-me tão bem dessa sensação, um frio a percorrer-me. Ainda hoje, tantos anos depois, sempre que passo na ponte, revivo esse momento. O momento em que tomei consciência de que me encontrava sozinha (e estava, porque, pouco tempo depois, fui praticamente proibida de falar com os meus pais) e tinha começado a cair. A pique. É-me difícil explicar como antevi o pior naquela meia dúzia de palavras. Infelizmente, acertei em cheio”, contou ainda no seu livro.
Em 2019, ao fim de quatro anos de namoro, Rita Guerra casou-se pela quinta vez, desta feita com o operador de câmara André Bergano, por quem foi surpreendida no programa “Goucha” com uma declaração de amor feita através de um vídeo. Naquele momento, a emoção tomou conta da artista.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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