O divórcio entre o emir do Dubai e Haya da Jordânia continua a decorrer e a dar que falar. Dois anos depois de a princesa ter fugido para o Reino Unido, novas informações sobre o polémico processo vêm a público e comprometem a imagem de Mohamed Bin Rashid Al Maktoum.
O Supremo Tribunal de Londres deu como provado que o emir do Dubai teve pirateou os telemóveis da ex-mulher, da sua advogada e de alguns funcionários de Haya através do Pegasus, um sistema informático desenvolvido por uma empresa israelita, que dá acesso direto a informações armazenadas em dispositivos móveis, como mensagens e e-mails, e também fornece acesso a câmara e microfone desses mesmos dispositivos.
O juiz do processo, que está a decorrer em solo inglês, declarou ainda que o medo que Haya da Jordânia tem de que os dois filhos, Jalila, de 13 anos, e Zayed, de nove, sejam sequestrados pelos pai na sua casa de campo, no Reino Unido, “é totalmente justificado.” O tribunal concluiu que o emir do Dubai incorreu num “abuso total de confiança e de poder” quando deu autorização “expressa ou implícita” para que os telemóveis da ex-mulher e da sua defesa fossem controlados através do Pegasus.
Estes novos dados juntam-se ao facto de Mohamed Bin Rashid Al Maktoum ter sequestrado duas das suas filhas mais velhas, as princesas Latifa e Shamsa, que denunciaram várias vezes o pai por estarem em prisão domiciliária.
Em 2019, Haya da Jordânia fugiu para o Reino Unido com os dois filhos, Jalila e Zayed, depois de acusar o marido de violência, ameaças e casamento forçado. Os dois menores estão à guarda total da mãe, que fez questão de os tirar dos Emirados Árabes Unidos para lhes dar um futuro melhor e impedir que tenham casamentos arranjados.
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reuters
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