Bruno Gomes d’Almeida é um dos 20 concorrentes da nova edição do “Big Brother“, que se estreou na noite deste domingo, 12 de setembro, na TVI. O site da revista VIP esteve à conversa, em exclusivo, com o stylist Luiz Gonçalves, um dos melhores amigos do arquiteto, para ficar a conhecer melhor o jovem de 32 anos.
VIP – Como é que é o Bruno?
Luiz Gonçalves – É muito divertido, mas tem um sentido de humor muito específico, porque ele é muito sarcástico e irónico. Nem toda a gente entende esse humor dele. Será, sem dúvida, um excelente concorrente. Mas terá de lá ficar algum tempo para que o possam conhecer melhor, porque ele não é só o rapaz das causas que luta pelos direitos humanos. Desengane-se quem julgar que ele será uma seca.
Por falar na luta pelos direitos humanos, o Bruno assumiu, desde o primeiro minuto, que é ativista e que entrou no programa para mudar mentalidades. Ele é mesmo assim na “vida real”?
Como disse, ele é muito mais do que isso. É muito divertido e carismático. Irá trazer ao programa a dose certa entre o seu propósito e o entretenimento. Mas sei que ele quis entrar com uma missão social. Ele sabe que sozinho não consegue mudar o mundo, mas sabe que pode impulsionar a mudança nos outros através daquilo que ele deseja para a Humanidade. Identifico-me muito com ele.
Mas o prémio final, de 100 mil euros, também ajudou…
Obviamente! O prémio é bastante aliciante, mas tenho a certeza que mais do que o prémio final, o Bruno vai para fazer a diferença. Um concorrente dizer que defende várias causas é fácil, mas sustentar bem as argumentações pode ser difícil. No entanto, o Bruno consegue fazê-lo bem. Ele pesquisa e lê bastante, é uma pessoa informada e culta.
A apresentação do Bruno foi alvo de algumas críticas negativas. Quer fazer um esclarecimento sobre isso, certo?
Certo! Na VT, ele disse que não gosta de pessoas privilegiadas e depois disse ao Manuel Luís Goucha e ao Cláudio Ramos que se considera um privilegiado, inumerando uma série de coisas (como o facto de ter tido acesso aos estudos e atividades extra-curriculares, ter tido a oportunidade de viajar, ser caucasiano e não ter passado por preconceitos étnico-raciais, etc). Bom, o que ele quis dizer é que ele tem noção dos seus privilégios. E o que ele não gosta é de pessoas que não reconhecem os seus. Ele luta para que as oportunidades sejam mais igualitárias para todos, independentemente de idades, géneros, etnias, raças, religiões e orientações sexuais.
Ele deseja poder viver num mundo melhor e deixar um mundo melhor aos próximos. O Bruno entrou na casa para nos relembrar que é só o amor e a empatia que importam!
Nessas mensagens menos positivas, há quem o compare ao Diogo Faro. O que tem a dizer sobre isso?
Não me parece que ele se ofenda com isso, muito pelo contrário. Nós até fomos os dois assistir ao espetáculo do Diogo Faro há uns meses. Ele gosta dele e identifica-se, por isso não é, de todo, uma ofensa para ele. Se o objectivo com essa comparação é ofender o Bruno, então não será conseguido.
O Luiz foi uma das pessoas que o acompanhou de perto na “polémica” sobre a doação de sangue. Como é que ele geriu toda a situação? (Saiba aqui o que se passou na íntegra)
A norma da DGS (Direção-Geral da Saúde) já permitia homens que tem sexo com homens doarem sangue, mas restringia essa possibilidade a um período de abstinência prévia de seis meses. E tendo em conta que os comportamentos de risco atualmente até estão mais entre os heterossexuais (segundo estudos que fomos logo averiguar), não fazia sentido nenhum que um homossexual que não tenha tido vários parceiros sexuais (como era o caso do Bruno, que não tinha) não pudesse doar sangue só porque não teve aquele período de abstinência. Como sentiu na pele o preconceito, lutou para que algo fosse feito. Os profissionais que o atenderam no IPST nesse dia (Instituto Português do Sangue e da Transplantação), chegaram até a dizer-lhe que já tinham muitos dadores e que já não era preciso mais sangue, para que ele acabasse por desistir.
Eu estive em contacto permanente com ele e apoiei imenso o facto de ele querer fazer uma reclamação e de expor a situação nas redes sociais. O caso foi, entretanto, discutido no programa “Linha Aberta”, apresentado pelo Hernâni Carvalho, na SIC. Com isso e através de uma petição que o Bruno criou, conseguiu-se, com a ajuda de uma deputada, levar o assunto à Assembleia da República e graças ao Bruno a norma da DGS foi rectificada: os homossexuais podem agora doar sangue com normas mais semelhantes aos heterossexuais e não com aquela discrepância de normas que havia, que não faziam sentido. Ele merece todo o nosso respeito. O sangue dele, como o de qualquer outro homossexual estando saudável e não tendo comportamentos de risco, irá salvar igualmente vidas e é tão preciso como qualquer outro sangue.
Concluindo, não foi fácil lidar com tudo aquilo, sentiu uma injustiça enorme e ele não suporta injustiças. Mas, no fim, não podia ter ficado mais feliz!
Voltando ao lado mais divertido do Bruno, ele cita, várias vezes, uma comentadora carismática da TVI…
Sim (risos)! Cita muitas vezes a Gisela Serrano (com frases dela que toda a gente da nossa geração conhece) e tenho a certeza que esse sentido de humor não lhe vai faltar para animar a casa, porque isso é exactamente o acontece cá fora quando estamos com ele.
Pode contar-nos algum momento divertido que tenha vivido com ele?
Um dos episódios mais divertidos e caricatos de sempre que passei com ele (que vou recordar isto para o resto da vida) foi ha 10 anos, em 2011. Estávamos no Festival Paredes de Coura e com os nossos 21 aninhos só fazíamos disparates próprios da idade.
Estávamos fartos de tomar duche no acampamento do festival, que não tinha água quente e que tinha sempre muitas filas, então ao passear no centro da vila descobrimos um pavilhão gimnodesportivo. O segurança estava na sua secretária, à entrada, mas estava a dormir na cadeira. Conseguimos entrar e usámos os balneários (éramos três rapazes e uma rapariga, mas fomos todos para o mesmo balneário) e tomamos um duche de água quente que soube pela vida.
O problema surgiu quando reparamos que aquele pavilhão estava a servir de dormitório para todos os seguranças do Festival (risos). Havia muitos colchões no chão que eram dos seguranças todos, ou seja, sem sabermos fomos tomar duche ao pior sítio possível…e quando estávamos quase a sair fomos apanhados por seguranças que estavam a chegar. Fomos ‘interrogados’, mas conseguimos sair daquela situação sem revelar que tínhamos tomado duche!
O Bruno era fã do Big Brother?
Sim! O Bruno era a pessoa com quem eu comentava tudo sobre os reality shows. Por vezes, ao domingo, reuníamo-nos para ver as galas em grupo, sobretudo as edições mais recentes do “Big Brother”. Éramos apoiantes dos ‘Sensatos‘ no “BB2020“. Normalmente, temos os mesmos concorrentes favoritos, porque temos uma visão e análise semelhantes sobre os mesmos. Desta vez, não vou poder comentar com ele o desenrolar do jogo, mas estou muito feliz de o ver na casa e saber exactamente qual o propósito desta aventura dele. Sempre achei que se um dia o Bruno concorresse ele iria conseguir entrar.
Como reagiu quando o viu dentro da casa mais vigiada do País?
Não sabia que ele se tinha inscrito. Fiquei surpreendido sim, mas chocado não. Surpreendeu-me pela coragem de se lançar ao desafio, sabendo que poderá encontrar pessoas que possam pensar de forma muito diferente dele. Mas não fiquei nada chocado porque, como assistíamos juntos às outras edições, por vezes comentávamos se participaríamos ou não e qual seria a intenção ao entrar. Só me preocupei em saber se ele tinha deixado tudo orientado.
Como assim? Pode contar-nos o que quer dizer com isso?
O Bruno tem o Bali e a Florence, que são os dois cães que vivem com ele. Obviamente, ele deixou isso tudo orientado, deixou os trabalhos de arquitetura prontos antes de entrar. E conversou com os pais. Eu quis saber se ele tinha contado à família. E sim! Contou e teve o apoio deles também.
Entrevista: Ivan Silva; Fotos: redes sociais
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