O escândalo à volta da associação Raríssimas foi denunciado pela TVI a 10 de dezembro de 2017, ano em que o caso começou a ser investigado pela Polícia Judiciária, pelos inspetores da Segurança Social e pelo Ministério Público. A investigação identificou várias irregularidades e revelou centenas de documentos que punham em causa a gestão de Paula Brito e Costa, que na altura assumia o papel de presidente e fundadora da instituição.
Foram encontrados mapas de deslocações fictícias, a compra de vestidos de alta-costura e gastos pessoais em supermercados. A denúncia da gestão danosa da Raríssimas, os maus-tratos aos funcionários e a criação de uma petição pública a invocar o despedimento de Paula Brito e Costa fez com que a dirigente abandonasse o lugar de chefia a 20 dezembro desse ano.
Após ter sido despedida, a queixosa exige uma indemnização de 147 mil euros – dos quais 71 326 euros dizem respeito a créditos laborais, 66 637 pelo total de 11 anos de produtividade e 10 mil por dados patrimoniais – por considerar que foi dispensada de forma ilegal da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras. A ex-presidente alega ainda que, após se ter afastado da direção da associação Raríssimas, separou-se e sofreu de ansiedade e de depressão. A informação foi avançada por uma publicação diária.
Já a instituição pede a devolução do dinheiro que Brito da Costa usou para fins pessoais. Os gastos usados foram avaliados num total de 384 mil euros.
O julgamento começou no dia 2 de setembro deste ano, no tribunal de trabalho de Loures. Paula Brito e Cunha Brito foi constituída arguida e acusada dos crimes de recebimento indevido de vantagem, de peculato e falsificação de documentos.
A associação Raríssimas foi fundada em abril de 2002 por Paula Brito e Costa com o intuito de apoiar pessoas com doenças raras.
Texto: Carolina Sousa Fotos: Arquivo Impala
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