A VIP esteve à conversa com a diretora comercial de uma agência de viagens, para tentar perceber o que levou esta corrida à compra de férias nas Maldivas.
Sex, 20/08/2021 - 18:26
Existiu uma procura maior para as Maldivas nos últimos meses? “Sem dúvida. No momento de serem feitas as remarcações [devido à pandemia da covid-19], o destino escolhido passou a ser quase 100% as Maldivas. E, curiosamente, apesar do número elevado que já tinhamos de reservas para lá, outras não eram e passaram a ser”, quem o garante é Margarida Lopes, diretora comercial da agência TravelSquare, sediada em Lisboa.
De facto, este país paradisíaco, que se localiza em pleno Oceano Índico, tem sido muito visitado nos últimos meses. Particularmente por figuras públicas, que partilham galerias infindáveis de fotos nas redes sociais, identificando, ao mesmo tempo, as agências que lhes proporcionam tais dias de descanso.
Apesar de a TravelSquare nunca ter patrocinado viagens a famosos, Margarida considera que existem várias empresas concorrentes que procuram promover-se com esse tipo de exposição. “Já tivemos alguns contactos nesse sentido, mas não nos pareceu vantajoso na altura avançar com esse tipo de reserva/promoção. No entanto, é uma questão de publicidade. Estas agências procuram promover-se com este tipo de exposição e talvez traga mercado”, comenta.
Mas o que é que originou esta corrida à compra de férias nas Maldivas? Os preços baixaram? A resposta é não. No entanto, esta profissional do ramo do turismo esclarece: “Aquando do (re)começo da compra de viagens, as Maldivas sempre nos deram um feedback muito positivo em relação à segurança. Não só o destino em si, como também a principal companhia aérea para la chegar”. Os hóspedes são testados várias vezes até poderem andar livremente sem máscara nos hotéis e, no início da vacinação, o Governo das Maldivas ofereceu a vacina aos turistas, de forma a atraí-los.
“Fomos sempre tendo notícias positivas dos clientes e acabou por se verificar um crescendo natural, apesar do preço”, continua.
Vamos falar de preços, então. “O custo depende muito da época/hotel/disponibilidades, mas para ter uma ideia há ofertas a começar nos 1.600€ por pessoa (atenção: estamos a falar de ofertas reais), para sete noites em regime de tudo incluído. Fazendo Dubai + Maldivas, por exemplo, em época alta, não chega a quatro mil euros para dois passageiros, num total de nove noites”, revela.
Por se localizarem numa outra parte do planeta, as viagens também são demoradas, até porque não existem voos diretos do nosso País. “Para chegar às Maldivas, se for com a Emirates, por exemplo, demora: 7h35 entre Lisboa e Dubai e 4h10 entre Dubai e Malé, capital das Maldivas. O tempo da escala depende, mas poderá ser de duas a duas horas e meia”, informa a diretora comercial da TravelSquare.
O que torna as Maldivas tão especiais? “Têm a conotação de serem diferentes pela quantidade de atóis onde só se encontra um hotel, pela água cristalina e areia fina… as pessoas idealizam esse sonho”. E talvez o confinamento tenha feito com que as pessoas tornassem os seus sonhos em realidade.
Apesar de “as pérolas do Oceano índico”, como são apelidadas, “reinarem”, a agência vendeu também muitos pacotes para as ilhas portuguesas, ilhas espanholas e Punta Cana, na República Dominicana.
Margarida Lopes termina garantido que não foi um ano fácil, repleto de “muitos avançoes e recuos”. “As alterações de entrada nos destinos e as incertezas fizeram com que as pessoas guardassem as marcações para a última da hora… e muitos ainda não marcaram. Estamos expectantes e esperançosos com o progressivo desconfinamento e com a possibilidade do certificado digital nos permitir não ter restrições de entradas e circulação pelo Mundo”, remata.
Texto: Ivan Silva; fotos: redes sociais e Unsplash
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