Catarina Furtado Manda boca a programas que “exploram emoções e beliscam a dignidade”
Nacional
Catarina Furtado estreou este sábado, na RTP1, o programa “É Urgente o Amor”, uma ideia original sua com a qual quer combater formatos que exploram “os sentimentos e as emoções das pessoas”.
Dom, 18/07/2021 - 14:00
1/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
2/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
3/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
4/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
5/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
6/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
7/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
8/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
9/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
10/15
11/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
12/15
13/15
14/15
15/15
Catarina Furtado estreia novo programa e pede televisão mais positiva
A ideia partiu de Catarina Furtado, que a apresentou a José Fragoso. O Diretor de Programas da RTP1 aceitou e a estreia aconteceu este sábado, 17 de julho. Falamos de “É Urgente o Amor“, o novo programa da estrela do canal público que, todas as semanas, leva protagonistas a fazer homenagens a pessoas comuns ou instituições.
Em entrevista à NOVA GENTE, Catarina Furtado conta que este formato original tem uma forte componente musical, de forma a ajudar, também, a classe artística que, ao longo do último ano, foi uma das mais afetadas pela pandemia da Covid-19. David Carreira, Carminho, Aurea, Marco Paulo, JoséCid, FernandoDaniel, Diogo Piçarra, Fábia Rebordão, Amor Electro, Sofia Escobar, Tiago Nacarato, Bárbara Tinoco e Anjos são alguns dos convidados que juntam a esta celebração.
“É Urgente o Amor” serve, ainda, para dar à televisão portuguesa um formato assente em “mensagens positivas, que não explorem os sentimentos e as emoções das pessoas, beliscando a sua dignidade”, e que “informem e emocionem, que entretenham e inspirem”, atira a comunicadora, de 48 anos.
Catarina acredita que o programa pode ser uma alternativa a outros “formatos”, nos quais há a “necessidade”, nota, “de se aparecer só para aparecer e para se ser apenas famoso”.
“A televisão está cheia de conteúdos e formatos que não só promovem uma manipulação das vidas – confundindo a realidade com a ficção -, como também a superficialidade do ser humano, além de, muitas das vezes, abusarem da tristeza, das desgraças e do miserabilismo. As pessoas acabam por se expor demasiado sem beneficiarem em nada dessa exposição”, frisa.
Leia a entrevista completa a Catarina Furtado:
Depois de “As Idades da Inocência”, volta a um género de formato televisivo mais emocional com “É Urgente o Amor”. A televisão está a precisar deste tipo de formatos? Acho, sinceramente, que a televisão está a precisar de mensagens positivas, que não explorem os sentimentos e as emoções das pessoas, beliscando a sua dignidade. Que informem e emocionem, que entretenham e inspirem. A televisão está cheia de conteúdos e formatos que não só promovem uma manipulação das vidas – confundindo a realidade com a ficção -, como também a superficialidade do ser humano, além de, muitas das vezes, abusarem da tristeza, das desgraças e do miserabilismo. As pessoas acabam por se expor demasiado sem beneficiarem em nada dessa exposição. Por outro lado, há também a necessidade, noutros formatos, de se aparecer só para aparecer e para se ser apenas famoso. E para esse fim, sujeitam-se a tudo. Acho que não devemos ter receio de mostrar emoções e os afectos desde que seja sempre transmitida uma mensagem positiva, inspiradora e que promova a empatia, a gratidão, a solidariedade e todo o tipo de demostrações de amor. Senti que fazia falta e propus à RTP uma ideia de celebrarmos a gratidão. O José Fragoso concordou e, juntamente com a produtora Shine, desenvolvemos o formato original onde o elemento música tem um papel importante, porque também os artistas foram muito afectados com a pandemia.
Neste programa, vai dar a conhecer pessoas inspiradoras. Quem é a pessoa que mais a inspira e que Portugal não conhece? E quem é a pessoa com projeção mediática que mais a inspira em Portugal? Porquê? Não consigo, felizmente, responder a essa pergunta porque tenho tido o privilégio de conhecer centenas de pessoas inspiradoras, sobretudo raparigas e mulheres, em Portugal e no mundo inteiro há mais de 20 anos enquanto Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), enquanto documentarista da série de programas “Príncipes do Nada”, que já tem 15 anos, e enquanto fundadora e presidente da Associação sem fins lucrativos Corações Com Coroa desde há nove. E, neste formato, onde cada programa da série de 8 episódios tem 5 diferentes demostrações de gratidão e amor, também irei apresentar pessoas verdadeiramente inspiradoras.
A Catarina, também por essa veia ativista que assume, é uma pessoa inspiradora para muitos portugueses. Como olha para este reconhecimento? Todos os dias recebo dezenas de mensagens que me enchem o coração e que vão nesse sentido de, de alguma forma, com a minha conduta de vida, com a minha opção (e necessidade) de ter acima de tudo um propósito de vida, não só pessoal mas também público que passa por promover os direitos humanos, por tentar contribuir para uma sociedade menos umbiguista, mais inclusiva, com mais igualdade de género, de oportunidades, de escolhas, com menos violência e menos discriminação, estou a inspirar outras pessoas. É uma grande alegria porque sinto, ainda que seja uma migalha, que poderei ajudar a tornar este país um lugar mais justo e igualitário e não apenas a alimentar o meu ego.
Assusta-a a ideia de inspirar os outros ou sente que é uma responsabilidade? É, de facto, uma responsabilidade mas que eu assumo prometendo que não desistirei das causas porque nos dizem respeito a todos e todas. Depois, existem momentos na carreira que me motivam e incentivam a continuar no caminho que acredito ser o que me tem proporcionado o sentimento de realização pessoal e profissional, uma felicidade e uma sanidade mental que me acompanha ao longo dos 30 anos de carreira, como por exemplo, ter recebido recentemente o prestigiado Prémio Consagração Dona Antónia pelo meu trabalho social e o seu impacto na nossa sociedade. É um Premio que antes foi atribuído a mulheres absolutamente determinantes para o desenvolvimento do nosso país em diferentes áreas. Uma honra!
“Este já é um programa de sucesso na minha carreira”
Em “É Urgente o Amor”, a emoção promete ser uma constante. E com Catarina, também houve algum momento em que não conteve as lágrimas? Em vários momentos. Mas são sempre lágrimas de alegria e essas fazem toda a diferença. Celebra-se o lado positivo do ser humano!
O programa fê-la percorrer o país. Houve alguma preocupação acrescida por gravar o programa em plena pandemia? Obviamente que tivemos todos os cuidados e mais alguns, por isso este programa foi bastante mais difícil de ser gravado, não só por ser um formato original, não experimentado antes como também porque tínhamos de testar sempre a equipa e convidados. Correu tudo sem nenhum percalço! E tenho de deixar os parabéns à minha equipa que foi incansável a querer cumprir os meus desejos para o programa e que deu o melhor de si, com muito poucas horas de sono. Sou muito grata e para mim, mesmo antes da estreia, este já é um programa de sucesso na minha carreira. Pelo que vivi, pelo que aprendi e pelas histórias inspiradoras que testemunhei.
Sendo um programa que promete celebrar a vida e o amor, acredita que o amor pode salvar vidas? Eu tenho a certeza de que a empatia, a solidariedade e o amor são as nossas boias de salvação. O programa tem o título do poema de Eugénio de Andrade “É urgente o Amor” e eu escrevi uma letra original para se utilizar no genérico e em alguns excertos. Convidei o António Zambujo para compor a música e a interpretar. Fiquei muito feliz não só porque ele aceitou de imediato como com o resultado da canção, que, modéstia à parte, acho que está mesmo muito bonita e não deixa de ser também uma ode a Eugénio de Andrade por ter o mesmo título.
Voltará depois do verão com o “The Voice Portugal”, mas gravou recentemente um outro programa de 13 episódios. O que pode contar sobre este projeto? Não posso ainda. Assim que o director de programa entender revelar, terei todo o gosto em partilhar.
Texto: Ana Filipe Silveira e Dúlio Silva; Fotos: Reprodução Instagram