Maria do Céu Guerra, de 78 anos, perdeu a “vergonha” de usar batom vermelho. E tudo graças à personagem que desempenha na novela da TVI “Festa é Festa”, Corcovada, que se apresenta sempre com aquela cor nos lábios. A confidência foi feita pela própria em entrevista a Manuel Luís Goucha.
A atriz “nunca” tinha usado batom vermelho, a não ser “em cena”, mas “sempre a disfarçar”. “Não me sentia bem”, admitiu, no última emissão do programa “Conta-me”, também da estação de Queluz de Baixo.
Porém, tudo mudou com o papel que atualmente interpreta em televisão. De tal modo que, na entrevista a Goucha, Maria do Céu Guerra se apresentou com um batom daquela cor. “Agora uso. A seguir à Corcovada, quando acabo de me pintar, olho para mim e digo: ‘O batom fica-me bem’. É giro”, constatou a protagonista da novela “Festa é Festa”.
Maria do Céu Guerra e os “saltinhos para o colo do público”
No programa “Conta-me”, a consagrada artista falou ainda da importância que a televisão tem na sua carreira, recordando a mítica série de humor que protagonizou, em 1999, para a SIC. “Percebi na ‘Residencial Tejo’ que dar alegria às pessoas era uma coisa maravilhosa”, começou por dizer.
Com uma carreira inquestionável em teatro, Maria do Céu Guerra tem dado, “de vez em quando”, “uns saltinhos para o colo do público”. E tudo “para me sentir perto das pessoas”, explicou.
Foi por isso que aceitou fazer a novela “Festa é Festa”. Quando a convidaram para a novela da TVI, Maria do Céu Guerra percebeu que “podia voltar a ter o prazer enorme de dar alegria às pessoas com uma coisa que gosta de fazer”. “Nós vivemos um bocado frustrados, aqueles que decidiram trabalhar em teatros independentes. Trabalhamos para muito poucas pessoas, comparativamente com aquilo que gostaríamos. Gostaríamos de chegar ao País inteiro”, assumiu.
Personagem em “Festa é Festa” tem semelhanças com a mãe
A atriz partilhou ainda o que sentiu quando a personagem lhe foi apresentada. “Quando me fizeram mais ou menos o desenho da Corcovada, pensei imediatamente: ‘Isto pode ser uma nova aventura que tem que ver com a alegria das pessoas em casa depois deste tempo todo em que elas estão longe’. É outro saltinho para o colo do público que eu dou, como dei na ‘Residencial Tejo’ e como depois dei, com um nível bom, em ‘Os Gatos Não Têm Vertigens‘”, filme que protagonizou com João Jesus e Nicolau Breyner, falecido em 2016.
“São coisas que as pessoas adoram, que entram no coração das pessoas. É muito bonito. Se há coisa de que tenho orgulho na minha vida profissional é conseguir tocar não só na inteligência – porque o teatro toca sempre um pouco na inteligência das pessoas – mas na sensibilidade. Na sensibilidade, no amor, no gostar mais dos outros…”, teceu.
Sobre Corcovada, Maria do Céu Guerra louvou o facto de a personagem ser “completamente livre e completamente maluca”. “Às vezes, lembra-me a minha mãe com as coisas que ela faz”, admitiu.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: Divulgação TVI e reprodução redes sociais
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