Nascida há 64 anos, Ide de Souza Vieira está há três em Portugal, país pelo qual se diz “apaixonada”. Mas foi no Brasil, em 2004, que chorou a morte da filha mais velha, causada por uma depressão. “Ela fazia 19 anos em março e faleceu em dezembro”, contou a concorrente de “O Amor Acontece”, explicando, de seguida, como superou o pesadelo.
O novo reality show da TVI estreia-se já no próximo domingo, 4 de julho, e o canal de Queluz de Baixo tem revelado o rosto dos primeiros candidatos do reality show apresentado por Maria Cerqueira Gomes e Pedro Teixeira. Nesta sexta-feira, no matutino “Dois às 10”, Maria Botelho Moniz e Cláudio Ramos receberam Ide de Souza Vieira, que, tal como a TV 7 Dias avança na edição em banca, esconde um passado de sofrimento.
“Acho que temos de ter muito Deus dentro do coração e uma força gigantesca para poder voltar a sorrir depois de uma perda tão gigante como esta. Principalmente quando se é aquela mãe galinha, que quer ter os filhos debaixo das asas o tempo todo, a ampará-los, a fazer tudo ou além de tudo para lhes dar o melhor. Eu sempre fui aquela mãe amiga, companheira, menina, que brincava com as minhas filhas com bonecas. Eu misturava-me como criança”, recordou.
Ide de Souza Vieira contou à dupla das manhãs que aquela filha, por ter sido a primeira, tinha sido “sonhada e planeada”. “Ela era uma menina alegre, como eu. Brincalhona, risonha. Com o passar do tempo, na adolescência, mostrou uma aptidão muito grande para a música. Tocava piano, teclado, órgão. Tocava divinamente”, lembrou, com um sorriso no rosto.
Um sorriso que se escondeu há 17 anos. “Quando a perda aconteceu, o chão abriu e eu entrei num buraco negro. Ela levou a minha alma. Durante muitos anos, senti-me morta por dentro. Eu obrigava-me a sorrir, porque a vida continua. Mas, dentro de mim, sentia-me morta”, admitiu, relatando o que confessava à sua outra filha: “Acho que sou um cadáver ambulante”.
Ide confessa: “Algo me impulsionava a acabar com a minha vida”
Os pensamentos suicidas eram, na altura da morte da primogénita, uma constante. “No primeiro ano, algo me impulsionava a acabar com a minha vida. Algo dentro de mim dizia-me: ‘Tu não tens vida, isto não é vida. Tu perdeste algo muito precioso na tua vida. Tu, hoje, não vives. Vegetas, és um cadáver ambulante. Acaba logo com isso'”, partilhou uma das primeiras candidatas do novo reality show da TVI.
Ide de Souza Vieira detalhou um episódio em que pensou em acabar com a sua própria vida. “Muitas vezes ia a uma grande estrada que há em São Paulo e na qual passam muitas carretas pesadas. Ia para lá e começava a olhar. Vinha uma carreta em grande velocidade e aquela voz dizia: ‘Joga-te à frente daquela carreta’. Outra dizia: ‘Não, não faças isso. Porque ainda não é tempo para morreres’.”
Logo depois, a participante de “O Amor Acontece” revelou que a vontade de morrer também existia no seu próprio local de trabalho. “Como ainda trabalhava num hospital, pensava: ‘Conheço medicamentos que se injetam na veia e são letais. Então, vou roubar um medicamento desses'”, assumiu.
“Achava que não tinha meios de me reerguer. Eu dizia sempre: ‘Desta vez, o vendaval levou tudo. Não tem como erguer a minha vida'”, lamentou ainda, no programa “Dois às 10”.
Aliado à dor da morte da filha, Ide de Souza Vieira perdeu os seus “dois empregos” três meses depois da tragédia que a abalou. “Fiquei sem a minha filha e sem emprego. Achava que não tinha como recomeçar”, disse, acrescentando que também questionou a sua fé: “No primeiro ano, não conseguia sentir Deus. Tinha raiva de pensar: ‘Será que Deus existe mesmo? Como? Se Deus é amor, é carinho, é caridade, é perdão? Deus é tudo'”. “Sentia-me sem coração naquele momento”, completou.
Ainda não totalmente refeita do luto, a participante no novo reality show da TVI teve de ultrapassar outra tragédia. Leia tudo, em exclusivo, na edição desta semana da TV 7 Dias. Já nas bancas.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: Divulgação TVI e reprodução Instagram
Siga a Revista VIP no Instagram