O príncipe Harry ficou muito traumatizado com a morte da princesa Diana. O duque de Sussex concedeu várias entrevistas para o seu novo documentário “The Me You Can’t See”, onde acabou por revelar que sofreu vários ataques de pânico e que se refugiou no álcool.
“Estava disposto a beber, a consumir drogas, estava disposto a experimentar coisas que me levassem a sentir menos o que estava a sentir. Mas devagar percebi que não ia beber de segunda a sexta, mas provavelmente bebia o mesmo (que beberia numa semana) numa sexta ou sábado à noite”, começou por dizer Harry, que perdeu a mãe aos 12 anos, depois de lady Di sofrer um trágico acidente de viação em 1997, Paris.
“Via-me a beber, não porque gostava, mas porque estava a tentar esconder algo”, acrescentou, revelando ainda que a mulher, Meghan Markle, o incentivou a procurar ajuda psicológica depois de se conhecerem por sentir que Harry ainda tinha questões para resolver.
Na mesma entrevista, o príncipe Harry desabafou sobre as dificuldades que sentiu ao trabalhar na Casa Real. Atualmente, os duques de Sussex estão afastados da realeza e vivem com o filho Archie, de dois anos, nos Estados Unidos, mas nem por isso deixou de recordar os tempos em que assumiu o papel de membro sénior da família real britânica.
“Todas as vezes que vestia um fato e uma gravata e tinha um papel a desempenhar ou algo do género (…). Antes mesmo de sair de casa estava a transpirar com a minha camisola, o batimento do meu coração estava… estava em modo de alerta. Ataques de pânico, ansiedade severa, dos 28 aos 32 a minha vida foi um pesadelo”, afirmou.
“Pensava que a minha família ia ajudar, mas cada tarefa, pedido, aviso, o que quer que fosse, foi recebido com silêncio ou negligência total. Membros da família disseram para entrar no jogo, que a vida seria mais fácil, mas ainda tinha muito da minha mãe dentro de mim. Sinto-me fora do sistema, mas ainda estou preso lá. A única forma de te libertares é contares a verdade”, continuou.
“Não estava num ambiente onde era encorajado a falar sequer. Era como se fosse esmagado”, findou Harry, que ainda continua a frequentas sessões de terapia.
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reuters e D.R.
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