Angélica Jordão
Desolador! A foto agarrada ao caixão da filha que está a comover a internet

Nacional

Angélica Jordão impressiona ao patilhar fotografia emocionante agarrada ao caixão da filha. Ex-concorrente d’ “A Quinta” perdeu a bebé às 23 semanas de gestação

Qui, 20/05/2021 - 9:50

Angélica Jordão perdeu o bebé Às 23 semanas depois de a ter deixado de sentir. A antiga concorrente de “A Quinta” iniciou uma dura luta para conseguir que o hospital lhe devolvesse o corpo de Lua (era assim que se ia chamar a bebé), até que conseguiu que tal acontecesse. Angélica queria conseguir fazer-lhe o funeral para assim fazer o seu luto.

O funeral aconteceu esta quarta-feira (19) e Angélica Jordão, irmã de Mel Jordão, partilhou uma imagem arrebatadora a chorar agarrada ao caixão. A legenda dessa imagem contém uma mensagem de amor.

“Meu amor, é cada vez mais difícil esconder e lidar com esta dor. Sinto que está a tomar conta do meu corpo, do meu jeito de ver a vida e a dos outros, sinto tanto a tua falta meu amor, que posso até ouvir meu coração chorar. Hoje não posso olhar-me no espelho porque sei que tu, minha Lua, não estás lá. Quando vejo outras grávidas baixo a cabeça porque essa era eu há duas semanas!”, lê-se.

“Odeio quando as pessoas me dizem ainda está nova poderás ter outros, quando eras tu que eu queria e sentia! Eras tu que eu queria! Quando tive a necessidade de acordar de madrugada para bombear o leite que deveria ser teu, saber que as pessoas estão a ser fortes por mim, saber que o teu pai está a conter as lágrimas para ser forte por mim. Hoje consegui ter a minha paz e foste com Deus, espero que sim que ele exista e te guarde com carinho. Lua tu foste a minha maior aventura. Minha melhor amiga e o meu verdadeiro amor. Obrigada por me deixares ser tua mãe. Hoje finalmente tiveste o teu descanso. E para sempre estarás nos nossos corações. Amo te muito muito muito minha lua”, termina.

Depressa recebeu dezenas de mensagens de apoio de antigos concorrentes de reality shows da TVI e de anónimos. “Sempre contigo… SEMPRE! És forte meu amor! Amo-te!”, escreve Sofia Sousa. “Agora estará a proteger-te sempre”, diz Cristiana Jesus. “Isto parte-me o coração. És nova sim.. mas nem por daqui a 30 anos te irás esquecer da Lua e sentirás o mesmo amor sem igual.
Sê forte princesa. Sente deste lado um pouquinho da força que seja”, escreve Vanessa Ferreira que está grávida.

“Não sinto a minha bebé a mexer-se”

Angélica Jordão contou os momentos vividos após perder a filha durante a 23.º semana de gestação. A ex-concorrente de “A Quinta” esteve no “Dois às 10”, no dia 12 de maio, e apontou o dedo aos profissionais de saúde pela forma como foi tratada.

Visivelmente emocionada e ainda em choque com tudo o que aconteceu, a ex-concorrente do reality show começou por contar que vivenciou uma gravidez “normal”, apesar de alguns “enjoos”. “Cheguei a vomitar sangue de tanto vomitar”, disse, apesar de naquele momento achar que tudo estava normal.

Foi no dia 3 maio que o instinto de Angélica lhe dizia que algo não estava bem. “Comecei a sentir qualquer coisa estranha, a senti-la cada vez menos”, afirmou. Apesar de ter sido aconselhada não dramatizar a situação, a irmã de Mel Jordão decidiu ir ao centro de saúde. “’Não, não é normal ela ficar mais do que um dia sem se mexer’”, recorda. “Até que às 7h30 da manhã fui ao centro de saúde – isto no dia 5 de maio – e disse: ‘eu não sinto a minha bebé a mexer-se’”.

Fizeram-lhe uma ecografia de dopler para auscultar a bebé. “Disseram-me que isto é baixo para o batimento cardíaco de um bebé”. Durante a escuta, os batimentos cardíacos intensificaram-se, mas por cautela, a médica encaminhou-a para o hospital. “Provavelmente está tudo bem, mas vou enviar-te uma carta de emergência para ires para o hospital de Faro”, disse-lhe a profissional de saúde. “Cheguei ao Hosptial de Faro e recebi a pior notícia da minha vida”.

Chegada àquela unidade hospitalar, Angélica Jordão voltou a fazer um ecografia. “Ao fazer o exame, o ecrã estava virado para eles, então não conseguia ver. E eu soube que algo se tinha passado quando a médica chamou outra . Aí é que comecei aos gritos, a arranhar-me. Tenho arranhões no meu corpo”. Ainda sem a confirmação oficial por parte da equipa médica, Angélica já tinha consciência de que tinha perdido a bebé.

A confirmação surgiu então depois. “Viram o ecrã para mim, mostram-me o coraçãozinho dela e dizem-me: ‘aí como pode ver, ela já não tem qualquer tipo de batimento’”, recorda com a voz embargada. “Aí eu gritava pela minha mãe. Comecei a dar socos na parede. Comecei a arranhar-me muito e… caí no chão. Chamaram a psicóloga e depois só queriam que eu me sentasse, mas uma pessoa quando está em desespero não quer estar sentada […]. Só queria estar a aliviar aquela frustração que eu estava a sentir em algo”.

“Tomei o pior comprimido da minha vida”

“Nunca me consegui acalmar”, rememora. “Depois tomei o pior comprimido da minha vida. Era sempre eu que tinha de perguntar: ‘que comprimido é este que me estão a dar?’ e eles: ‘este comprimido vai parar a gravidez’. E eu comecei aos gritos: ‘não, não quero. Por favor, não’”. Perante a insistência da mãe, que estava ao lado neste doloroso momento, Angélica acabou por tomar a medicação. “Tive de ser muito forte. Lembro-me que estava a tomar o comprimido e estava a arranhar-me toda e bebi tanta água…”, recorda com a voz embargada.

A ex-concorrente de reality shows da TVI considera não ter havido mais cuidado na forma como o processo foi conduzido por parte dos profissionais de saúde. “Acho que eles já estão tão habituados àquilo, mas mesmo assim não é uma justificação para tratar com tanta frieza, algo que é tão mau”.

Após a toma do comprimido que interrompeu a gravidez, Angélica Jordão permaneceu no hospital até ao dia seguinte. “Perguntaram-me se que queria ir para casa. Como é óbvio quero ficar aqui. Não quero ir para casa, sabendo que tenho algo que não está bem dentro de mim”.

Na manhã subsequente, a cunhada de Diogo Piçarra foi informada dos procedimentos que viriam a ser postos em prática: “’Vamos ter de pôr três comprimidos dentro de si’”, explana. “E eu:’Que comprimidos são estes?’ Lá está, tinha de ser eu sempre a perguntar”, explicando ainda que um dos medicamentos tomados serviu para induzir o parto. “Custou-me muito a médica estar-me a pôr aquilo. Tudo o que faziam, eu chorava…porque a minha filha estava ali”. As horas subsequentes foram de ausência de sono, mesmo apesar dos calmantes que lhe foram administrados. “Fiquei muitos dias sem conseguir comer. Ainda hoje é difícil comer, porque neste momento sinto-me culpada”, afirma.

Após o desfecho trágico, Angélica Jordão procurou perceber as causas da perda da bebé sem encontrar um motivo. Fizeram-lhe uma amniocentese e outros exames médicos. Sobre a amniocentese ainda não obteve um resultado, “mas tudo o resto deu tudo normal. Não havia razão nenhuma para acontecer”.

Sobre o momento do parto, Angélica recorda “uma dor horrorosa” , “ uma dor que no final não valeu a pena”. “Tive-a nos meus braços, peguei nela, beijei-a, abracei-a…”, afirma, contado que o feto lhe foi, de seguida retirado. “Os médicos não me quiseram dar a minha filha para fazer o enterro e é por isto que eu estou aqui hoje. Eles disseram-me: ‘Você sabe que a bebé já não é sua. A bebé agora é uma alma’. Pronto, foi essa resposta que me deram.”

Texto: Ana Lúcia Sousa e Alexandre Vaz Oliveira

Siga a Revista VIP no Instagram