António Raminhos
Escreve livro sobre luta contra a ansiedade e revela não saber quando regressa aos palcos “sozinho”

Nacional

António Raminhos revela que está a escrever um livro sobre as suas vivências em torno da ansiedade e da Perturbação Obsessiva-Compulsiva.

Ter, 13/04/2021 - 15:04

António Raminhos tem vindo a relatar, nas redes sociais, a luta que trava contra a ansiedade e a Perturbação Obsessiva-Compulsiva.  Agora, o humorista, de 41 anos, vai materializar a experiência pessoal num livro que está a escrever. 

Mas não tem sido tarefa fácil, tal como o próprio deu a conhecer na rede social Instagram nesta segunda-feira, 12 de abrirl.

“Muito antes da pandemia sequer existir, ainda os folículos da Covid andavam na bicharada, fiz uma promessa: ‘se conseguir pegar na história mais estranha que me aconteceu e dar-lhe um significado, escrevo um espetáculo sobre o simbolismo de tudo aquilo que nos acontece.’ Foi assim que nasceu o ‘Sentido das Coisas’… e isso. O espetáculo que mais me custou fazer até hoje, por abordar temas muito pessoais em torno dos meus medos. De tal modo que tive ataques de pânico a meio de espetáculos, quis desistir durante muitos, tive insónias, palpitações…”, desabafa. “Estava praticamente no início da tour quando tudo parou e, com o tempo, tomei a decisão: não vou voltar a fazê-lo. Aliás, nem sei quando vou voltar aos palcos sozinho”, revela.

“Tive já episódios de ansiedade a escrever o livro”

E explica uma das razões para adiar esse projeto. “Vai nascer algo ainda maior que já está em marcha. Estou a escrever aquilo que será um livro sobre todas as minhas vivências em torno da ansiedade e da Perturbação Obsessiva-Compulsiva. Os meus medos desde pequeno, os episódios mais difíceis, a relação com a minha família, com a Catarina e, sobretudo, com a minha cabeça. É um relato muito pessoal, verdadeiro e que não é uma lição para ninguém (só para mim)”, escreve.

“Quero antes que seja aquilo que eu próprio senti falta no meu crescimento. Alguém com quem me identificasse, que me “normalizasse” e que, de algum modo, ajudasse a perceber que não estava sozinho, que não é o fim, que pode deixar de ser um fardo”, escreve. A verdade é que, o avançar da escrita do livro, não tem sido tarefa fácil. “O melhor de tudo? Tive já episódios de ansiedade a escrever o livro: ‘não prestas’, ‘não consegues’, ‘ninguém vai comprar’, ‘desiste’! É doloroso ir a alguns sítios que não queremos voltar. Há palavras que ainda nem consegui escrever, porque é como se lhes estivesse a dar força”, desabafa. E continua: “Mas o mais engraçado? É que estou a gostar e, pelo que editor já me disse está a ficar ‘inteligente e simultaneamente divertido’. Não sei, só quero que ao ler se sintam aliviados porque na realidade #somostodosmalucos“, finaliza.

Texto: Andreia Costinha de Miranda; Fotos: Reprodução

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