Miguel Vieira abriu pela primeira vez as portas da sua casa, situada em Espinho, a um programa de televisão. A Maria Cerqueira Gomes, no “Conta-me“, da TVI, o estilista revelou que deseja ser pai, estando num processo de adoção há anos, e abordou o assunto do cancro.
Foi aos 16 anos que o estilista teve o primeiro contacto com a doença. “Fui operado a um tumor benigno numa perna. É um choque grande”, diz, recordando que numa fase em que os jovens gostam de sair, conviver com os colegas, teve de fazer 10 operações e viu-se preso a uma cama durante nove meses. Já na fase de recuperação conta uma história engraçada. “Os bombeiros que iam buscar-me ao hospital paravam na escola para eu estar um bocadinho com os meus amigos”.
Miguel Vieira: “O período de vida não eram meses, mas poucas semanas”
Esta fase negra foi ultrapassada com sucesso. No entanto, Miguel Vieira, de 55 anos, voltou a ser assombrado pela doença já em adulto. Após uma forte dor na zona abdominal, foi fazer exames e descobriu que a situação era grave. “O período de vida não eram meses, mas poucas semanas”.
“Fiquei anestesiado. Era preciso explicar à minha família”, afirmou, ao recordar esses tempos difíceis. No dia seguinte estava no hospital para ser submetido a uma operação, à qual se seguiram diversos tratamentos. “A quimioterapia que fiz foi violentíssima. Entrava no domingo e só no domingo seguinte é que me tiravam o cateter. Fazia 16 horas de quimioterapia por dia”.
Apesar da situação ser complicada, e na escuridão da noite pensar “em mil e uma coisas”, achou sempre que ia vencer. Manteve-se otimista, característica que diz ter herdado da mãe, mas teve medo de deixar a família. Enquanto esteve internado no IPO do Porto, Miguel Vieira não deixou de trabalhar e de desenhar uma coleção que apresentou mais tarde. “Passa-se a ver o mundo e as pessoas de maneira diferente”, assegura.
Vontade de ser pai
Durante a conversa com Maria Cerqueira Gomes, sua amiga pessoal, o designer de moda revelou que ainda acalenta o sonho de ser pai. “Não tenho problemas de dizer, pela primeira vez, que estou num processo de adoção há muitos anos, mas continuo à espera”, disse, adiantando que embora consiga gerir esta espera com alguma calma, sabe que a qualquer “momento pode receber uma chamada para ir buscar alguém”.
Num processo bastante burocrático, e indepedentemente do que possa acontecer, Miguel Vieira salienta que é uma prova de que consegue superar-se. “Que reúno condições de bom pai, de bom ser humano e cidadão”.
Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Reprodução TVI
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