Acreditar ou não no Pai Natal, manter ou não a magia e até quando? O site Crescer reuniu algumas das histórias mais hilariantes de crianças que desvendaram o mistério, confrontando os pais.
Nos grupos de mães do Facebook, a opinião é unânime: os pais devem manter a magia e o encantamento até conseguirem. Não há uma idade certa para terminar com o sonho e o imaginário das crianças, mas nem sempre é fácil enganá-las.
De forma perspicaz, a filha, de cinco anos, de Sónia Fraga disse-lhe: «Se são os duendes que fazem os brinquedos e o Pai Natal distribui, por que razão os supermercados estão cheios de brinquedos que as pessoas podem comprar?»
Paula Rebelo Moura nunca soube como é que o filho descobriu. Tinha seis anos. «Chegou a casa muito indignado um dia a confrontar-nos com a mentira que lhe tínhamos contados nos primeiros seis anos da vida dele. E em que outras coisas mais lhe teríamos mentido… estava ofendidíssimo! Ainda lhe dissemos que existe sempre que acreditamos nele, nos nossos corações e nas histórias. Claro que mais uma vez rebateu, nas histórias existem os dragões, o Pai Natal é mesmo só invenção vossa! E ainda acrescentou: e não pensem que eu acredito na Fada dos Dentes que isso é outra mentira, são vocês que deixam o dinheiro e até sei que são dois euros a mãe e quando é só um euro é o pai! Podemos deixar-nos disso e dão-me logo o dinheiro!»
Cátia Oliveira relata que descobriu as prendas na mala do carro dos pais e Elisa Cruz recorda que apanhou a mãe a colocar as prendas na lareira.
«Mas afinal o Pai Natal existe ou não existe?» Esta é a grande dúvida das crianças quando os anos vão passando e começam a perceber que a magia não é o que parece. Na dúvida, Cristiana Lopes deixa a dica. «A minha filha perguntou-me este ano se ele realmente existia e eu apenas respondi: ‘Deixa de existir quando deixares de acreditar nele, é uma escolha tua!’ Ela tem 10 anos e respondeu: ‘Prefiro continuar a acreditar que ele possa existir!’ O segredo é somente este, acreditar…»
Quando o disfarce de Pai Natal falha
Tânia Marisa Costa recorda, de forma engraçada, como o filho descobriu que o Pai Natal não existe. «O meu filho sentou-se no colo do Pai Natal, puxou-lhe a barba e viu que era falsa. A resposta dele: ‘Ahahah eu sabia! Vai crescer-vos o nariz de Pinóquio seus mentirosos!’»
As gémeas de Mikaela Mikka descobriram aos cinco anos. «Era eu que me vestia de Pai Natal, mas nesse ano esqueci-me de colocar as luvas e elas disseram logo: ‘É a mãe!!! Olha as unhas iguais!!!’ E foi assim que elas souberam que não era o Pai Natal…»
Beatriz Sinogas tem uma história hilariante a contar, com muita tradição familiar. «O Pai Natal telefona uma vez por ano para saber o que ele quer… Tenho a foto do Pai Natal no número de um amigo e ele liga para falar com o meu filho. Este ano ligou, ele fico contente, começaram a falar, a perguntar se se tinha portado bem… e de repente… ‘MÃE É O ANDRÉ… o Pai Natal é o André!’ Foi risota total… O André disse que estava a ajudar o Pai Natal… mas não o convenceu.»
Quando a magia acaba na escola
Muitas são as crianças que descobrem que o Pai Natal não existe quando entram na escola primária. Os próprios professores, ou os alunos que já sabem, quebram toda a magia. Recentemente, uma professora de Nova Jérsia chegou mesmo a ser despedida por ter feito a revelação. (Leia aqui o artigo).
«O meu filho teve uma professora de inglês que na primeira classe “fez o favor”…», disse Mitó Gonçalves Ermida.
Também o filho de Inês Quintas soube na escola. «O meu filho de oito anos, quando tinha seis, disseram-lhe na escola que não existia… Questionou-me… Ao que respondi: ‘Pois, o Pai Natal só existe para quem acredita… Os meninos que não acreditam, são os pais que têm que comprar os presentes… Na nossa casa acreditamos e ele vem!’ Trabalho com crianças e digo-lhes o mesmo, quando vêm todos emproados a dizer que não existe…»
Joana Duque decidiu contar ao filho mais velho quando ele estava no 5.º ano, tinha 10 anos. «Contei porque ele era gozado por ser o único menino que acreditava. Foi dos momentos mais difíceis da minha vida. Senti que estava a destruir a inocência. Fartou-se de chorar e eu também. No fim da dolorosa conversa pedi desculpa ao meu filho e disse que esperava que não ficasse zangado comigo. Respondeu: ‘Não estou zangado. Estou só triste… mas devo dizer-te que eu tenho a certeza no fundo do meu coração que o Pai Natal existe!’ Atualmente é o meu maior cúmplice na manutenção da magia com os manos.»
O que dizem os psicólogos?
Para a psicóloga Sofia Moura, as crianças podem acreditar no Pai Natal até quando quiserem acreditar no Pai Natal. «Esta é a altura do ano em que alimentamos uma fantasia, a magia da história do Pai Natal, não o homem físico, mas o que ele representa, a bondade, o dar sem receber nada em troca. Uma magia muito bonita de se viver! Este faz de conta, esta magia natalícia contribui para o desenvolvimento emocional e para o despertar da curiosidade das crianças. Geralmente quando entram para a escola, elas percebem que o homem físico não existe, por volta dos seis ou sete anos, mas o sentido mágico do Natal pode manter-se para sempre!», referiu ao site Crescer.
E quando eles já não acreditam no Pai Natal? «A melhor forma de lidar com isto é perguntar à criança se acredita no Pai Natal para perceber se estará pronta para lidar com a ‘verdade’, quando a criança responde que não e chegou a hora de revelar os factos, a melhor forma será reforçar a ideia de que o espírito de Natal, é verdadeiro contando a história de S. Nicolau: o Pai Natal em tempos foi uma verdadeira pessoa e hoje em dia nós honramos essa memória oferecendo coisas especiais às pessoas de quem mais gostamos! O Pai Natal é uma espécie de sentimento dentro dos nosso corações», explica a psicóloga pediátrica Clementina Almeida, do projeto ForBabies.
«O Natal tem um significado muito mais alargado do que a existência, ou chegada do senhor de fato vermelho. É claro que é saudável deixar o seu filho dar asas à imaginação e criar ele próprio todo o enredo em volta deste misterioso senhor que lhes traz alegria, mas não é condição essencial! Segundo alguns estudos esta prática pode ajudá-los a mais tarde serem mais capazes de desenvolver as suas invenções e grandes ideias. Este tipo de experiências, à semelhança dos contos de fadas, poderão ser formas muito mais eficazes de transmitir às crianças alguns valores morais, como a partilha, solidariedade, amor, tal como ajudar a distinguir os “bons dos maus’.»
Texto: Filipe Rosa; Foto: D.R.
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