Há sete dias em greve de fome, nove empresários do movimento “Sobreviver a Pão e Água” estão instalados em frente à escadaria da Assembleia da República. José Gouveia, um dos rostos do manifesto ao lado de nomes como Ljubomir Stanisic e João Sotto Mayor, anunciou através das redes sociais aquilo que parece ser o fim da greve de fome.
“Vamos comer”, pode ler-se na imagem a preto e branco partilhada na página de Instagram da conhecida figura da noite lisboeta, na noite desta quinta-feira, 3 de dezembro.
A decisão foi tomada na sequência de uma reunião entre Ljubomir Stanisic e José Gouveia com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina. A reunião aconteceu nos Paços do Concelho e terminou ao fim de mais de duas horas.
“É nossa vontade que ela [a greve de fome] termine, posso dizer, mas só em grupo é que a gente pode decidir”, avançou José Gouveia, citado pela agência Lusa, no fim do encontro com o autarca da capital. Agora, chegou a confirmação de que o protesto, iniciado na passada sexta-feira, chegou ao fim.
Recorde-se que os nove empresários adiantaram que só terminariam o manifesto se fossem ouvidos pelo primeiro-ministro, António Costa, ou pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Segundo a TVI, Fernando Medina esteve em permanente contacto com o responsável pela tutela da Economia, apresentando as reivindicações e medidas propostas pelo grupo de manifestantes. “Ficou acordado que, dentro de sete dias, teremos um novo encontro”, disse Ljubomir Stanisic, citado pela TVI.
O protesto foi iniciado por rostos do movimento “Sobreviver a Pão e Água”, na passada sexta-feira, depois de, no mesmo dia, terem tido uma reunião na Presidência da República da qual “não resultou nada”
Ljubomir Stanisic, José Gouveia e João Sotto Mayor, entre outros, foram ouvidos por assessores do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e não pelo próprio chefe de Estado, como esperavam. “O Presidente não apareceu. Os assessores disseram-lhes que iam passar-lhe a mensagem”, disseram à TV 7 Dias, na altura.
Na origem do movimento está a crise instalada nos setores da restauração, hotelaria, comércio e cultura por causa da pandemia da COVID-19. Reclamam não só pela falta de apoio do Governo a estas áreas como pelas medidas de restrição aplicadas, que põem em causa a sobrevivência dos negócios.
Texto: Alexandre Oliveira Vaz e Dúlio Silva; Fotos: Nuno Moreira e D.R.
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