Taís Araújo é uma das atrizes negras mais famosas do Brasil. Numa altura em que o racismo voltou a ser falado à escala mundial, a VIP questionou-a sobre o assunto. Afirma-se empenhada na luta pela igualdade racial e revela que ainda não sabe o que poderá acontecer no Mundo após a explosão do movimento Vidas Negras Importam.
A atriz acredita que boa parte da sociedade se sensibilizou mais com a questão do racismo após o assassinato brutal de George Floyd. “Eu tenho dois filhos negros e quero continuar lutando”. Neste momento, Taís Araújo está em casa, em isolamento, por causa da pandemia da Covid-19, e conta voltar em breve para as gravações de Amor de Mãe, a telenovela que está em exibição na SIC. Solidária com o momento menos bom que o seu país atravessa, a atriz transferiu o cachê – que recebeu por uma locução para uma campanha de publicidade a um banco – para a associação CUFA, que apoia mães que vivem em favelas. A pedido da atriz, esse banco fez uma doação e os recursos angariados permitiram distribuir 4161 cartões de alimentação, beneficiando mais de 17 mil pessoas. Taís Araújo, que em agosto irá comemorar 16 anos de união com o ator Lázaro Ramos, fala-nos de Vitória, a sua personagem, que está a dar que falar, da vida após a maternidade, dos cuidados com o corpo, da maturidade e muito mais…
VIP – Neste período de quarentena, como tem sido ficar em casa e cuidar dos filhos? Muito trabalho?
Taís Araújo – Eles ficam um pouco entediados. Para o João, que está com nove anos, é um pouco mais chato. Ele ama ir para a escola, estudar, estar junto com os coleguinhas da escola. Então, para ele, é um pouco mais complicado. Fora isso, vivemos um dia após o outro. Claro que eu quero voltar a trabalhar, ter a vida normal, mas isso com segurança. Não entendo as pessoas terem esse desejo de ir à praia ou ao shopping neste momento que atravessamos. Sinto falta dos meus pais e amigos, mas só posso recebê-los em casa sem a pandemia.
Em Amor de Mãe, Vitória queria engravidar, não conseguia e partiu para a adoção. Depois conseguiu e ainda descobriu um filho do passado. Chegou a pensar na possibilidade de não poder ser mãe?
Já! Antes de ter o João, eu passei muito por esta questão e foi doido porque pensei em fazer fertilização in vitro. Eu achava que não tinha estrutura emocional para lidar com esta frustração. Logo em seguida engravidei dele e ficou tudo bem.
Tornou-se mais sensível depois da maternidade?
Eu sempre fui uma manteiga. Mas te respondendo, sim, em determinados temas. Parece que a maternidade tirou um véu dos meus olhos.
Após engravidar, a visão do Mundo modifica-se?
Você passa a ter mais medos e isto te impulsiona a trabalhar, a gente pensa mais no que fazer para melhorar, pensa mais sobre o que fazer com duas crianças para trabalhar.
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