Entre respostas, muitas foram as lágrimas derramadas por António Gonçalves. O agricultor foi entrevistado por Júlia Pinheiro para o vespertino da SIC e emocionou-se por diversas vezes, sempre que a conversa se centrava na morte de um dos seus. Primeiro, abordou o desaparecimento da mulher e evocou a «revolta» que sentiu por um cancro lhe ter roubado, há cerca de um ano, o seu grande amor. Depois, falou abertamente sobre as circunstâncias da morte de uma das irmãs, em maio passado.
Emília era quase uma segunda mãe para António Gonçalves. Depois de «um mês e meio internada», a familiar não resistiu à COVID-19. Tinha 57 anos. «Esteve ligada aos ventiladores, em coma induzido. Os médicos diziam que estava a correr tudo bem. Tinha um pulmão afetado, até que ficou bom. O problema foram os outros órgãos, que entraram em falência», relatou.
Questionado pela anfitriã do programa Júlia sobre se a irmã teria sido bem assistida medicamente na Suíça, onde estava emigrada e onde acabou por morrer, um dos protagonistas de Quem Quer Namorar com o Agricultor? revelou a sua convicção de que Emília foi vítima de uma experiência médica.
«Sempre defendi os suíços, gosto muitos dos suíços. Os suíços deram-me muito e ensinaram-me muita coisa desde a infância. Foi com eles que aprendi o homem que sou hoje. A nível de economia, são todos muito bons. A nível de saúde, acho que só são bons para eles, para quem eles querem. Uma senhora com 57 anos, que não estava a trabalhar há três anos… não faz falta ao país. Acho que foi uma cobaia e pouco fizeram para que ela se salvasse», afirmou.
«De certa forma, confiámos nos médicos. […] Mas eu sei muito bem que [Emília] foi [vítima de uma] experiência de vacinas. Eles não acertaram e deram cabo dos outros órgãos», alegou.
António Gonçalves contou ainda que os seus sobrinhos «queriam pedir a autópsia e ir para à frente com o caso», mas acabaram por ser convencidos pelo tio para esquecerem o assunto. «Eu disse que não valia a pena. Nada recupera [a vida da irmã]. Não quero saber dos erros médicos nem do que eles puderam ou não saber. […] Os médicos experimentaram e [a vacina] não funcionou. Pode ser que funcione noutras pessoas…», lamentou.
O corpo de Emília foi, depois, trasladado para Portugal. A intenção dos filhos era fazerem as cerimónias fúnebres na Suíça, mas o agricultor convenceu a família a realizar o funeral no país que viu nascer a irmã. «Os filhos queriam que ela ficasse lá, mas, como eu sei os segredos todos dela – o futuro dela seria estar cá -, fiz pressão e contactei as outras irmãs todas e o marido. Consegui trazê-la para cá.»
«Ela queria vir para cá no mês de maio, para me ajudar com a casa. […] Infelizmente, em maio, veio, só que dentro de uma caixinha», afirmou ainda António Gonçalves, com os olhos marejados de lágrimas.
Texto: Dúlio Silva; Fotografias: D.R. e reprodução SIC
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