Josh O’ Connor, ator que dá vida ao Príncipe Carlos na série The Crown, recusa fazer a história do telefonema erótico entre o príncipe Carlos e Camila Parker Bowles, que foi divulgado em 1993 na imprensa e foi um escândalo na família real britânica.
Em entrevista ao EW Live, o ator conta que deixou bem claro aos produtores da série que não iria interpretar a parte mais polémica do telefonema: aquela em que Carlos diz à então amante que gostaria de ser o o seu «tampão» para poder estar sempre «dentro» dela.
«Quando me ofereceram o papel, uma da sminhas primeiras perguntas foi – digo perguntas, mas foi praticamente uma afirmação – não vamos fazer o telefonema do tampãp, pois não?», conta.
O ator explica que tomou essa decisão porque o seu currículo profissional reúne um leque de personagens de carácter duvidoso e que agora gostaria de ter a oportunidade de interpretar algo mais convencional, que não envergonhasse os pais.
«Esta é a minha hipótese de os meus pais verem um trabalho meu e não sentirem vergonha. E não poderia conseguir isso ao falar de tampões na Netflix», diz, em tom de brincadeira.
O telefonema erótico
O telefonema erótico a que Josh O’Connor se refere aconteceu em 1989 entre o príncipe Carlos e Camila Parker Bowles. Na altura, o filho da rainha Isabel II estava casado com a princesa Diana, com quem teve dois filhos, William e Harry. E Camilla unida a Andrew Parker Bowles, oficial do exército britânico, pelo matrimónio, do qual nasceram Tom e Laura.
A conversa íntima entre os amantes foi gravada a 18 de dezembro de 1989. No entanto, só em janeiro de 1993 é que a transcrição do telefonema foi publicada pela revista People. Cerca de um mês após o Carlos e Diana terem anúnciado que se iam divorciar. Por seu lado, a agora duquesa da Cornualha e o então marido só colocaram um ponto final no matrimónio em 1995.
O escândalo da divulgação da relação extraconjugal entre o herdeiro do trono e a amante ficou conhecido como «Camillagate».
Apesar de tudo, Carlos e Camilla continuam juntos e oficializarm a relação em abril de 2005, no edifício Windsor Guildhall, em Windsor, Berkshire.
Leia a transcrição do telefonema:
Camilla: Humm… és tão bom a levar avante.
Carlos: Para! Quero é sentir-me perto de ti, à tua volta, por cima e por baixo, dentro e fora de ti.
Camilla: Oh.
Carlos: Particularmente, dentro e fora de ti.
Camilla: Oh, estava mesmo a precisar disso agora.
Carlos: A sério?
Camilla: Sei que iria ficar como nova. Não aguento uma noite de domingo sem ti.
(…)
Camilla: É como aquele programa “Start The Week”. Não consigo iniciar a minha semana sem ti.
Carlos: Eu encho o teu depósito!
(…)
Carlos: Então e eu? O problema é que preciso de ti várias vezes por semana.
Camilla: Também eu. Preciso de ti durante toda a semana. A toda a hora.
Carlos: Meu Deus! Vou viver para dentro das tuas calças ou algo do género. Assim era mais fácil.
Camilla: Em que é que te vais transformar? Num par de calças de ganga!
Carlos: Deus me perdoe! Num tampão. Olha a sorte que era.
Camilla: És um idiota! Que ideia maravilhosa.
(…)
Camilla: Ou então poderias transformar-te numa caixa.
Carlos: Que tipo de caixa?
Camilla: Uma caixa de tampões, para não parares de fazer esse processo.
(…)
Camilla: Na terça-feira, o Albert chega a casa.
Carlos: Não.
Camilla: Acreditas nisto? Nem sei o que ele anda a fazer. Anda aos tiros por ai. Mas, querido, conseguias ligar-me nessa altura?
Carlos: Talvez. Se amanhã à noite estiver tudo feito.
Camilla: Oh, meu querido, não aguento estar sem ti. Como conseguias estar despachado amanhã?
Carlos: Tenho o próximo discurso para preparar.
(…)
Carlos: Vou tentar organizar-me.
Carlos: Mas quando é que posso voltar a falar contigo?
Camilla: Não aguento.
Carlos: Quinta-feira à noite?
Camilla: Certamente era uma boa altura. Na quinta-feira à noite estou sozinha. Na quinta-feira ou na terça-feira, enquanto estás a fazer as tuas coisas eu fico à espera sozinha que dês sinal de vida.
(…)
Carlos: Reza, reza.
Camilla: Seria maravilhoso ter uma noite só para nós. Não seria, querido?
Carlos: Então não seria? Para desejar-te um feliz Natal.
(…)
Camilla: Acho que estás exausto depois deste trabalho. É melhor ires descansar. É melhor ires dormir, querido.
Camilla: Ligas-me de manhã quando acordares?
Carlos: Sim, claro.
Camilla: Antes de ter as crianças à minha volta.
(…)
Carlos: Boa noite, querida.
Camilla: Amo-te.
Carlos: Também te amo. Não quero dizer adeus.
(…)
Camilla: Amo-te e estou muito orgulhosa de ti.
Texto: Inês Neves; Fotos: reprodução redes sociais e Reuters
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