Mais um momento que promete dar que falar. Tudo aconteceu quando, enquanto completavam parte de um desafio de 72 horas lançado pelo Big Brother, Hélder conversava com Soraia sobre a relação de 21 anos que o concorrente terminou recentemente e sobre os desejos que ele tem de construir uma família no futuro.
Depressa a conversa escapou para as características (físicas e não só) que o participante mais aprecia numa mulher… e para a cumplicidade evidente com a colega.
«Se há coisa que adoro é falar com mulheres», afirmou Hélder. «Mulheres, no plural. Todo o tipo de mulheres. Venha o que vier à rede, o homem fala», sublinhou Soraia, virando-se para Iury, que assistia à conversa. «Calma, calma! Sei que lá para fora deve estar a passar a imagem de que sou mulherengo, mas não é isso. […] Eu prefiro ser mulherengo do que ser…», respondeu, apontando com a cabeça para Edmar, assumidamente homossexual.
«Não acho piada nenhuma»
Uma afirmação que deixou a professora assistente em ensino especial sem palavras. «Olha, o que estás a dizer? Vais levar…», disse-lhe a concorrente. Como achou não ter percebido bem as palavras de Hélder, de 39 anos, Soraia, de 27, pediu-lhe para repetir. «Prefiro ser mulherengo do que ser…», afirmou novamente, repetindo o gesto com a cabeça, indicando para Edmar.
«Olha, tu não me digas isso, porque eu não acho piada nenhuma», reagiu a jovem do Seixal, a residir em Londres, Inglaterra. Mas «com todo o respeito», tentou justificar-se, alegando que as duas «não estavam a entender» o que ele quis dizer com aquela declaração. «Estamos a entender até demais», contra-atacou Iury. «E não estamos a gostar», acrescentou Soraia.
«É uma frase que uso muito, mas não é para magoar ninguém»
Foi mesmo ela que tentou terminar com a conversa, mas Hélder insistiu em explicar-se. «Quando apontei [para Edmar], quis referir-me à frase. Esta é uma frase que uso muito, mas não é para magoar ninguém. Se há pessoas com quem adoro conversar, é com eles [homossexuais]. Eu adoro falar com eles. E todos eles conseguem entender-me», garantiu o concorrente de Santa Maria da Feira. E ainda assegurou, referindo-se a Edmar: «Eu adoro-o. Se eu não gostasse dele, já lho tinha dito.»
Mais à frente, Hélder retomou o assunto para, uma vez mais, explicar a polémica afirmação que, depressa se notou, não caiu bem em Soraia. «Às vezes, as frases podem ser mal interpretadas. Quando disse ‘eu prefiro ser mulherengo do que ser coiso’ tem a ver com a expressão ‘mais vale um pássaro na mão do que dois a voar’. Isto pode querer dizer: gosto de muitos passarinhos no ar, mas só quero um.»
Pedro Crispim revolta-se: «Este tipo só pode ser parvo»
Entretanto, Pedro Crispim veio a público reagir à polémica declarações de Hélder e considerou «atitudes como esta deploráveis». «Este tipo só pode ser parvo. O Hélder é inseguro e de nível baixo, como já revelou ser desde o início deste BB, até com as mulheres, que diz adorar, quando o próprio não sabe claramente o que é ‘adorar’ alguém, quando isso deverá começar ao respeitarmos o outro. Quando alguém adulto, de forma consciente e gratuita, promove e incita direta ou indiretamente o ódio, através do seu discurso condescendente e totalmente desajustado, revela ai a sua falta de princípios e carácter», começou por escreveu o consultor de moda no Facebook.
«O machismo e brincadeiras enraizadas de preconceito são infelizmente consideradas normais na nossa sociedade, o que faz com que, de forma silenciosa, o ódio seja aceite e alimentado. A informação está acessível a todos, infelizmente a ignorância também, sendo esta última o maior veneno numa sociedade que se pretende informada e inclusiva e não castradora. Precisamos urgentemente de uma ‘cura’ para toda e qualquer intolerância!», acrescentou.
O comentador de Big Brother 2020 faz ainda uma referência ao momento que Portugal e o resto do mundo vivem atualmente, devido à pandemia da COVID-19, lamentando que nem todos tenham olhado para este período como um período de reflexão.
«Este tempo deveria ter servido para organizar ideias, rever prioridades e crescermos. Só alguns aproveitaram esta oportunidade para limar arestas e sair desta quarentena de alguma forma melhores, mais empáticos e com outra consciência do Mundo e do ser humano… Mas também deu espaço para que, quem já era idiota, ficasse ainda mais. O Hélder é um claro exemplo disso», rematou.
Texto: Dúlio Silva; Fotografias: reprodução TVI e redes sociais
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