Covid-19
O novo sintoma de coronavírus que deve ter em conta

Os sintomas da Covid-19 – a doença provocada pela infeção pelo novo coronavírus – tem sido um tema comummente abordado pelos especialistas com o objetivo de esclarecer a população e ajudar a diferenciar esta patologia das gripes comuns.

Esta terça-feira, dia 24 de março, Ricardo Mexia, médico de Saúde Pública, no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, esteve presente no programa Alô Portugal, emitido pela SIC, para esclarecer os portugueses das dúvidas mais comuns sobre a infeção pelo novo coronavírus e alertou para o surgimento de um novo sintoma que tem sido relatado em vários novos casos de Covid-19 e que pode ajudar a despistar esta infeção.

De acordo com o especialista, a «perda do olfato» é um sintoma relevante que está a ser considerado na avaliação da Covid-19. «Temos identificado a tosse, a febre e a dificuldade respiratória (a sensação de falta de ar) como aqueles sintomas que estão presentes mais frequentemente mas já identificamos outros sintomas, como dores de cabeça, corrimento nasal, queixas gastrointestinais como diarreia, e há agora um sintoma muito específico que tem sido verificado que é a perda do olfacto», revelou o especialista.

Este sintoma merece especial atenção, de acordo com Ricardo Mexia por ser «muito raro» noutras infeções respiratórias. «Estão a ser descritos vários casos de pessoas [com coronavírus] que deixam de sentir os cheiros e, portanto, este é um dos sintomas que se está a considerar particularmente relevante para identificar os casos de coronavírus. É uma situação tão rara que surgindo, até isoladamente, pode ser um indício de infeção», alertou.

Sintomas da Covid-19 são muito variáveis 

Na sequência desta perda do olfacto, poderá surgir um outro sintoma que é a perda de paladar. «Tendem a estar os dois associados», explicou Ricardo Mexia. O especialista alertou contudo que, no que toca à sintomatologia desta infeção que atinge os pulmões, há uma grande heterogeneidade na sua manifestação clínica. 

«Há pessoas que têm quadros praticamente sem sintomas e outros casos com quadros muito severos. Até mesmo as manifestações dos sintomas são muito heterogéneas», informou Ricardo Mexia que aconselha a contactar a linha «SOS 24», perante a dúvida e a presença de vários sintomas do foro respiratório, como a tosse seca, ou seja, sem expectoração, e a sensação de falta de ar, no sentido de esclarecer o que se deve fazer, se deve procurar um hospital, ou se deve ficar em casa», recomendou o especialista.

Ricardo Mexia alertou ainda que «a falta de ar acontece tipicamente nos casos mais severos» e que «esses casos precisam memo de ser conduzidos até uma unidade hospitalar».

A doença Covid-19 que já afetou, até à data, 2362 pessoas, em Portugal, um aumento de 15 por cento nas últimas 24 horas, afeta principalmente as vias aéreas inferiores, os pulmões. «Há um conjunto de recetores localizados nos pulmões que são afetados pelo vírus que acaba por se alojar nos pulmões e se reproduzir. Portanto, acaba por haver uma infeção no pulmão que compromete o seu funcionamento e que pode dar origem à pneumonia que, por sua vez, compromete a capacidade do sistema respiratório», esclareceu o especialista. 

Texto: Sofia Santos Cardoso

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