O cerco em torno das finanças obscuras de Juan Carlos está a apertar-se, nomeadamente ao dinheiro, 65 milhões de euros, que doou à amante Corinna Larsen.
As autoridades espanholas e suíças estão a investigar o rei emérito de Espanha. A Fiscalía Anticorrupção espanhola enviou para a Suíça uma comissão para investigar a polémica doação de 65 milhões de euros que Juan Carlos deu à mulher que terá sido sua amante, Corinna Larsen, e ao filho desta, Alexander. Esta investigação surge em consequência de outra polémica: a adjudicação a um consórcio de empresas espanholas de uma linha de comboio de alta-velocidade na Arábia Saudita. Em 2008, o rei Abdallah da Arábia Saudita terá, alegadamente, doado 100 milhões de dólares [89 milhões de euros] a Juan Carlos, quando este ainda era rei de Espanha, em compensação pelo acordo bilateral.
Terá sido uma parte desse dinheiro que depois o marido da rainha emérita Sofia terá doado à amante Corinna, em 2012. Esta doação terá acontecido depois do escândalo que os dois protagonizaram e que abalou Espanha.
A queda durante caçada aos elefantes
Corinna era a mulher que estava com Juan Carlos na polémica caçada aos elefantes no Botswana e que só foi descoberta porque o pai do rei Felipe VI fraturou a anca durante a caçada. O monarca foi obrigado a pedir desculpas publicamente.
Agora, Corinna diz, através dos seus advogados, que o dinheiro que ela e o filho receberam foi uma «doação» pelo «carinho» que o rei tinha por eles. E vai mais longe: Juan Carlos teria prometido uma prenda de aniversário ao seu filho, Alexander: um safari. Contudo, dado que o referido safari não aconteceu devido ao acidente em que fraturou a anca na caçada, Juan Carlos terá decidido compensar o jovem, na altura com 10 anos, e logo com 65 milhões de euros.
Texto: Ricardina Batista; Fotos: Reuters
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