Aos 30 anos, Isaura trava a mais difícil batalha da sua vida: a luta contra um cancro da mama. O anúncio foi feito pela cantora e compositora no Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, a 4 de fevereiro, numa mensagem em que garantia que, «felizmente, é possível tratar» a doença e que, por isso, «há de ficar tudo bem».
Menos de um mês depois, a artista decidiu antecipar os efeitos da quimioterapia e rapou o cabelo. A primeira imagem da sua nova aparência foi tornada pública pela própria, esta sexta-feira, no InstaStories, ferramenta da rede social Instagram. «Agora uso um boné e, quando vou na rua, rio-me sozinha porque me sinto altamente disfarçada como quem fugiu de um crime», brincou Isaura na legenda da fotografia. [Percorra a galeria para ver a foto]
«Pronta para dar cabo» do cancro da mama que lhe diagnosticado, como a própria sublinhou no texto do início deste mês, Isaura segue em frente na luta. E com apoio de anónimos e figuras públicas.
O apresentador e radialista Vasco Palmeirim, por exemplo, enviou um «grande beijo» a Isaura nos momentos após o anúncio. Antes, escreveu: «O cancro nem sabe com quem é que se meteu! Vai, Isaura.» O também rosto da RTP Sílvia Alberto seguiu os passos. «Isaura, que difícil deve ser. Pode faltar a energia, mas sei que te sobra a valentia para o que ainda há de vir e que vai correr tudo bem», comentou a apresentadora.
«Força, Isaura! Tudo vai correr bem!», pressagiou o humorista Nuno Markl, em reação à mensagem em que a artista, de 30, se diz «pronta para dar cabo» do cancro. «E vais dar cabo dele. Um grande abraço!», reforçou a apresentadora Tânia Ribas de Oliveira. «Força. Vais da a volta!», respondeu, por sua vez, Rui Maria Pêgo.
Os músicos David Fonseca, Ana Bacalhau e Marta Carvalho também fizeram questão de demonstrar publicamente o apoio a Isaura. «Vai dar tudo certo! Força!», escreveu a última, que concorre à edição deste ano do Festival RTP da Canção com a composição do tema Medo de Sentir, interpretado por Elisa.
Ao mesmo certame concorreu, há dois anos, Isaura, compondo o tema que viria a ganhar essa edição. O Jardim, cantado por Cláudia Pascoal, representou, por isso, Portugal no Festival Eurovisão da Canção de 2018, ficando em último lugar na competição internacional. A intérprete da sua canção também não deixou de entrar nesta onda de solidariedade. «A tua força abala-me!», reagiu.
Leia na íntegra o anúncio de Isaura:
«No Dia Mundial do Cancro, venho para vos dizer que fui diagnosticada com cancro da mama. Felizmente, é possível tratar e há de ficar tudo bem! Quis escrever este post por três razões. Vou tentar explicar-me o mais brevemente possível.
1) Porque é possível que nos próximos meses não seja tão expedita e desenvencilhada como de habitual – há muitas coisas a fazer agora – cuidar de mim teve, obrigatoriamente, que levar a taça para casa e chegar ao topo da lista. Se estiver em falha com alguém em matérias de trabalho, aproveito para pedir desculpa e prometer que nada está esquecido. Eu continuo aqui, pronta para fazer coisas, é só um ritmo novo!
2) Porque, quando fui diagnosticada, as primeiras pessoas com quem quis falar foram pessoas que tinham vivido isto muito recentemente e que eu sentia ter acompanhado. Como elas foram partilhando o que se estava a passar nas redes sociais, também eu fui sentindo cada vitória e a palavra cancro foi encolhendo e ocupando menos espaço. Partilharmo-nos vulneráveis é difícil mas é tão importante. Há demasiadas burocracias e coisas a decidir num curto espaço de tempo enquanto se tenta assimilar tudo o que alguém desbobinou à nossa frente. Graças a elas, senti-me mais amparada e soube o que fazer com mais certezas. O que me leva à razão número três.
3) Também eu espero poder ajudar alguém que precise. Há qualquer coisa que muda dentro de nós no segundo em que somos confrontados com um cenário destes. Acho que percebemos melhor a palavra amizade e ficamos mais abertos ao mundo. No Dia Mundial do Cancro, venho para vos lembrar que o diagnóstico atempado do cancro da mama é mais eficaz a cada dia que passa e nós só temos de fazer a nossa parte. Não se esqueçam e não tenham medo de fazer a palpação: porque não vão encontrar nada e, se encontrarem, é para tratar o mais rapidamente possível! Quanto ao meu: estou pronta para dar cabo dele.»
Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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