Jorge Jesus
«Gosto mais de Portugal depois de ser emigrante»

Nacional

Jorge Jesus entrevistado por José Rodrigues dos Santos no Telejornal da RTP, horas depois de ser condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa com a Ordem do Infante D. Henrique.

Ter, 31/12/2019 - 8:35

Jorge Jesus foi entrevistado por José Rodrigues dos Santos no Telejornal (RTP1) da noite desta segunda-feira, 30 de dezembro. O treinador de futebol foi condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa com a Ordem do Infante D. Henrique, horas antes. 

«No dia 15 de maio de 2018, o senhor foi esbofeteado por adeptos do Sporting na academia de Alcochete. Ano e meio depois, tocou o céu, no Brasil. O que é que isto lhe diz sobre a vida?» Assim foi a primeira pergunta colocada pelo pivô. O técnico do Flamengo, equipa do Rio de Janeiro [Brasil], explicou que «foi o futebol» que lhe deu a «possibilidade de dar passos em frente».

«Não estavam muito de acordo»

No entanto, a mudança para o outro lado do Atlântico não era muito bem vista pelas «pessoas mais ligadas» a Jorge Jesus. «Não estavam muito de acordo porque o Brasil é um país que despede treinadores com três ou quatro jogos e uma semana de trabalho. E eu pensava o contrário, que o Brasil poderia projetar a minha carreira. Quando surgiu a oportunidade de treinar o Flamengo, depois de duas recusas, a do Vasco da Gama e a do Atlético Mineiro, não hesitei. E em boa hora não hesitei. Almocei com a minha equipa técnica e disse-lhes que íamos para o Brasil ganhar a Libertadores e jogar no Campeonato do Mundo de Clubes».

Devido ao tempo que tem passado fora de Portugal e às saudades que sente do nosso País, Jorge Jesus confessa: «Gosto mais de Portugal depois de ser emigrante. Cada vez mais dou valor ao que é português. Cada vez mais percebo os emigrantes portugueses.»

Porém, o «mister» garantiu que nunca foi «tão bem tratado, desportivamente, como é no Brasil». 

Jorge Jesus em tribunal a 7 de janeiro

Sobre o ponto de partida, a agressão de que fora alvo ano e meio antes, nem uma palavra. José Rodrigues dos Santos não voltou ao tema que Jesus terá de reviver quando, a 7 de janeiro, testemunhar em julgamento contra Bruno de Carvalho e outros elementos ligados ao clube verde e branco e à claque Juventude Leonina.

Texto: Luís Martins com Ivan Silva; Fotos: Paula Alveno e Reuters

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