A pouco dias de ser lida a sentença do julgamento em que Augusto Fernandes (proprietário do carro que Angélico Vieira conduzia na fatídica madrugada de 25 de junho de 2011) é acusado de vários crimes, a VIP conversou com Filomena Vieira.
Augusto Fernandes e a sua ex-mulher são acusados pelo Ministério Público de vários crimes, entre eles o de burla qualificada e falsificação de assinatura. Dia 29 será lida a sentença. “Foi provado pelas duas peritagens que eles falsificaram documentos. Eu tinha contacto com o meu filho e estava fora de questão aquilo acontecer como eles diziam”, conta Filomena, recordando que o dono do stand alegou que o carro que o filho conduzia naquela madrugada na A1 teria sido dado ao cantor em troca dos carros que Angélico lá teria colocado para venda e não ter sido emprestado. “Ele fez ao contrário, falsificou as assinaturas e ficou com os carros alegando que o Angélico queria vendê-los”, continua a explicar, lembrando que os carros em questão seriam um Audi e um Ferrari em troca do BMW 635 que o cantor conduzia naquela noite.
“Isso e dinheiro que o meu filho tinha lá de um Porsche Cayenne que tinha vendido através deles e esse dinheiro ficou por lá. Muita barafunda”, continua. No entanto não são os bens materiais que Filomena e o marido, pai de Angélico, Milton Vieira, querem. “O carro não tinha os pneus adequados, o carro não tinha as jantes como deve ser, aquele carro tinha tido o mesmo tipo de acidente no ano anterior em julho de 2010. Aquele carro foi recauchutado”, conta, confessando: “O meu filho caiu numa grande armadilha. Aquele carro não estava em condições nenhumas para circular. Era um carro acidentado, que já tinha tido o mesmo problema. Não houve foi uma desgraça como aconteceu desta vez”, explica a mãe do antigo cantor da banda Dzrt.
“A verdade é que se o carro fosse outro, se o carro estivesse em boas condições, o Angélico hoje ainda estaria vivo. Com certeza que sim”, desabafa, lembrando ainda: “Mesmo que tivesse havido um acidente, se o carro estivesse em bom estado não teria acontecido isto. A roda desapareceu. Até hoje ninguém sabe da roda que causou essa desgraça, a roda traseira do lado esquerdo do meu filho. Até hoje ninguém sabe onde está essa roda e essa roda foi vista no dia do acidente, estava ao lado na montanha. E quando eles foram fazer a peritagem o dono do carro tirou o carro e obviamente que essa roda ficou sempre em posse dele. Não fui eu que estava desorganizada, a pensar salvar o meu filho, que a fui lá buscar. Nunca pensei que as condições do carro estivessem nesse estado. O meu filho caiu numa armadilha. Aquilo foi uma grande armadilha. O meu filho tinha carta de condução há anos, conduzia carros… e carros como deve ser. A primeira coisa que o meu filho fazia era mudar os pneus e as jantes, porque ele gostava de pneus largos e jantes apropriadas aos pneus. Já lá vão oito anos que ando nesta luta. Para além de ter perdido o melhor da minha vida, ando com estas situações e não há meio de ver isto resolvido. Esperemos que desta vez decidam e que a justiça se faça como deve ser. É a única coisa que me espera e que me resta para poder finalmente fazer o luto”.
Recorde-se que Angélico Vieira foi declarado morto às 23h40 de dia 28, três dias depois do acidente. Na viatura viajavam ainda Hélio Filipe que teve morte imediata e Armanda Leite que ficou com mazelas físicas e mentais permanentes e irreversíveis.
Texto: Célia Esteves; Fotos: IMPALA
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