Noémia Costa vai regressar à ficção portuguesa já a partir da próxima segunda-feira, dia 28 de outubro, na nova novela da SIC, Terra Brava. A atriz, de 55 anos, regressa ao pequeno ecrã após ter emigrado para o Reino Unido por falta de convites e propostas de trabalho na área da representação, algo que a própria só revelou agora, na apresentação da novela à imprensa. Noémia Costa promete regressar em grande, «com uma personagem fantástica.»
«Estive a trabalhar em Inglaterra. Estive a trabalhar em saúde e, neste momento, além de atriz, sou formada em healthcare assistant [assistente em cuidados de saúde]. Tirei este curso porque achei que tinha acabado a minha carreira de atriz. Eu vivo sozinha e tenho de me fazer à vida», explicou, justificando a sua escolha com o facto de este país «ser perto» de Portugal e por dominar a língua.
Com esta formação, «estou apta para fazer todos os serviços», adiantou a atriz. «Trabalhei com alta demência, o que foi bastante cruel mas que me preparou obviamente mais para a vida», acrescentou, referindo que, com este trabalho, aprendeu «a relativizar muito mais as coisas».
«Apanha o avião e vem para casa. A personagem é muito boa»
Prazeres é o nome da personagem que possibilita o regresso de Noémia Costa ao seu país. O convite veio do coordenador de projeto. «Quando recebi este convite, estava lá, a acabar de fazer um turno de 15 horas. O Adriano Luz ligou-me e disse-me que tinha boas notícias para mim. Ele sabia que eu estava há dois anos fora do país e, não sendo um colega com uma amizade muito próxima, esteve sempre presente. É incrível quando a ajuda vem das pessoas de quem menos se espera», sublinhou.
E o que lhe disse ele? «Disse-me: ‘Miúda, apanha o avião e vem para casa. A personagem é muito boa’», parafraseou Noémia Costa, que descreve a sua personagem como «uma mulher religiosa, de valores, muito rica a nível de sentimentos e para quem a família é tudo». «Desfiz-me em lágrimas», confessou agora a atriz, ela que só naquele momento revelou às colegas de trabalho que era atriz.
Seguiu-se um breve período «para tratar de algumas coisas» no seu país de acolhimento e «para dar o tempo necessário» à unidade de saúde em que trabalhava. Só depois, em maio, regressou a Portugal para o pontapé de partida de um projeto que espera que indicie o seu regresso definitivo a Portugal.
«Espero que seja de vez. Estou muito grata»
«Espero que seja de vez, pelo menos para aquilo que eu gosto de fazer. Há uma coisa que eu não tenho: medo de lutar», vincou, assumindo que deixou de «fazer planos». «Podemos recomeçar. Eu recomecei em Inglaterra a fazer outro trabalho. Mas recomecei uma nova vida. Depois, venho para Portugal e estou novamente a recomeçar aquilo que eu gosto de fazer. Estou muito grata.»
«É difícil viver sempre no fio da navalha. Eu já vivo nele há 39 anos, porque comecei muito nova. Há paragens que são forçadas e não são as melhores para nós. Temos de faz contas à vida. Os atores em portugal não ganham de todo o que as pessoas pensam que ganham. Têm todos os deveres, mas não têm direitos nenhuns. Penso que com isto digo tudo», rematou.
Texto: Ana Filipe Silveira e Dúlio Silva com Redação WIN | Fotografias: Impala
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