«Entre a vida e a morte»: foi com este título que o País acordou a 28 de agosto, dois dias depois de Ângelo Rodrigues ter dado entrada na unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Garcia de Orta, em Almada, com uma grave infeção, alegadamente causada pela administração de uma injeção de testosterona.
Passou, por isso, um mês desde o internamento do ator, cuja vida sofreu uma volta de 180 graus. O Bruno da série Golpe de Sorte, da SIC, deverá ficar com mazelas físicas, embora já esteja em perspetiva a alta hospitalar, à qual se seguirá um longo processo de fisioterapia – já lá vamos.
Naquela manhã de 28 de agosto, um diário generalista escrevia que Ângelo Rodrigues estava a lutar pela vida e que já tinha sido sujeito a duas intervenções cirúrgicas para remoção de tecidos necrosos. O estado de saúde do ator era débil, a ponto de, durante esse intervalo de tempo de dois dias, ter supostamente sofrido uma paragem cardíaca, revertida pelos médicos. Este dado nunca foi, contudo, confirmado pela agência que representa o artista.
O que os representantes do intérprete de Golpe de Sorte – cujo elenco foi acompanhando, a par e passo, a evolução do estado clínico do colega – disseram à TV 7 Dias, na altura, era que Ângelo Rodrigues tinha um «prognóstico reservado».
A reação da SIC
A par dos atores com quem contracenou na série de sucesso da SIC, também a estação de Paço d’Arcos emitiu naquela quarta-feira uma nota oficial. «Estamos a acompanhar de perto a evolução do estado clínico do Ângelo com a preocupação e o recato que a situação exige e com a firme esperança de que recupere bem e rapidamente», defendia o canal liderado por Daniel Oliveira.
Ainda nesse dia, Ângelo Rodrigues foi submetido a uma terceira operação, cujo objetivo era fazer uma drenagem de um abcesso que teria na nádega. O sistema renal do ator começou a entrar em falência, mas o corpo clínico do Garcia de Orta conseguiu estabilizá-lo. «A esperança está nas sessões de diálise», dizia-nos uma fonte hospitalar.
O dia terminou com um novo dado, também ele ainda hoje a carecer de confirmação: este não terá sido o primeiro susto que Ângelo tivera decorrente do uso de anabolizantes. «Esta já não é a primeira vez que Ângelo Rodrigues se deslocou ao hospital para tratar de problemas relacionados com a administração de estimulantes para o desenvolvimento físico. Há dois anos, terá sido tratado por causa de uma pedra no rim, na sequência do consumo destas substâncias», avançou uma jornalista da CMTV no programa Rua Segura.
«Coma induzido»
Dia 29 de setembro. O sol voltou a raiar e com ele novas informações surgiram, com a SIC a pronunciar-se pela primeira vez em antena sobre o caso. Segundo o canal, Ângelo Rodrigues estava em «coma induzido» e «estável», embora com o prognóstico a manter-se reservado. «A identificação e o combate mais eficaz à bactéria causadora da infeção está dependente do resultado das colheitas realizadas recentemente», indicou, por fim, a SIC no Primeiro Jornal.
O dia não acabou sem uma nova atualização do estado de saúde. «Podemos informar, oficialmente, que há melhorias no estado do Ângelo. Não temos informações clínicas porque estas são dadas somente à família», informaram os representantes do ator à TV 7 Dias.
Enquanto a suposta atual namorada de Ângelo Rodrigues, Carolina Fernandes, falava em «esperança» nas redes sociais, a irmã, Mariana Rodrigues, escreveu: «Ensinaste-me a não ter medo de caminhos desconhecidos e, hoje, de novo juntos, a aventura é mais séria mas tu estás preparado para tudo, ditando assim a história da irmã que vê o irmão mais velho como um Herói. Que o vê como um exemplo, como um orgulho e como uma força irredutível. Não temos medo. O amor tem um poder enorme e tu tens tanto amor à tua volta. Obrigada por me ajudares a verbalizar a palavra ‘Amo-te’. É tudo tão mais real.»
«O prognóstico continua reservado»
A semana terminou com boas notícias, dadas uma vez mais pela agência Glam: «Vimos por este meio informar que Ângelo Rodrigues já não se encontra em coma. Apesar das francas melhoras, permanecerá nos Cuidados Intensivos e o prognóstico continua reservado. […] A família agradece as inúmeras manifestações de carinho e todo o respeito demonstrado».
A recuperar lentamente, o ator deu início, na segunda-feira seguinte, a um tratamento inovador numa câmara hiperbárica, realizado no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, e que tem como «objetivo acelerar o processo de cicatrização das feridas infligidas para remover os tecidos atingidos pela infeção e potenciar os efeitos dos fármacos, desde logo da antibioterapia», explicou o Expresso. A ter sucesso, como se veio a comprovar mais tarde, este tratamento evitaria medidas mais radicais, como a amputação da perna esquerda, «onde se localizou o foco da infeção por uso indevido de injeções de testosterona na tentativa de aumentar a massa muscular», acrescentava a mesma publicação.
«Avaliação psiquiátrica»
Praticamente ao mesmo tempo, o Correio da Manhã avançava que o ator se encontrava «muito pouco comunicativo, triste, apático, depressivo e arrasado». Foi pedida, então, uma «avaliação psiquiátrica» para «analisar o estado emocional do paciente e perceber como está a lidar com os diversos cenários, neste caso uma possível amputação, e ainda avaliar a presença de pensamentos mais negativos».
Seguiu-se uma nova cirurgia, a quarta em menos de uma semana. Ângelo Rodrigues estava, ainda assim, «totalmente fora de perigo», garantiam os representantes do ator, acrescentando que não havia «qualquer risco de amputação da perna». Foi também nessa altura que o intérprete deixou os Cuidados Intensivos para passar para os Cuidados Intermédios.
Nova operação em outubro
Os dias foram passando e Ângelo Rodrigues está agora numa nova fase da sua recuperação, que se prevê, ainda assim, longa. A primeira etapa já foi ultrapassada com êxito: uma primeira intervenção cirúrgica de reconstrução da perna esquerda. «A segunda e última intervenção está prevista para o início de outubro, seguindo-se fisioterapia já fora da unidade hospitalar», notificou a agência a 17 de setembro, reiterando que o ator «se encontra em plena recuperação».
Os representantes de Ângelo Rodrigues não confirmaram, mas os últimos dados sobre o estado clínico deste, avançados pelo Correio da Manhã a 20 de setembro, indicam que a última operação ficou marcada por complicações.
«O organismo rejeitou a pele sintética e há novamente sinais de infeção, com vários episódios de febre. A situação não está fácil», referiu uma fonte àquela publicação, revelando ainda que o ator estava em «isolamento» no Hospital Garcia de Orta. A juntar a isto, o mesmo diário adiantou que o intérprete está a sofrer de problemas de visão no olho esquerdo e que, por isso, já está a ser acompanhado pelo departamento de oftalmologia da mesma unidade hospitalar.
Texto: Dúlio Silva | Fotografias: Impala e reprodução redes sociais
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