Cinco meses após a morte de Joaquim Bastinhas, a família prestou-lhe uma sentida homenagem. A praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, inaugurou, esta terça-feira, dia 4 de junho, uma exposição que percorre a vida do cavaleiro, destacando momentos especiais da sua carreira. Um momento que ficou marcado por muita emoção e dor. Helena Nabeiro, viúva de Bastinhas, não conseguiu controlar as lágrimas, assim como os dois filhos, Ivan e Marcos Tenório Bastinhas.
«Deixa muita saudade, muita saudade…»
Casada com Marcos Tenório Bastinhas, Dália Madruga recordou o sogro com emoção. «Os dias têm sido todos tristes, no entanto, todos nós temo-nos agarrado à ideia de que o meu sogro era vida. Ele amava viver e eu acho que a melhor imagem que podemos fazer é continuar a sorrir e relembrar aquilo tudo que ele foi e que continua a ser, porque não é só a falta física. A presença física acaba por não ser a única coisa que nos unia a ele, portanto ele continuará sempre vivo para nós», declarou, em lágrimas. O comendador Rui Nabeiro, pai de Helena Nabeiro e dono da Delta, falou em saudade. «O meu genro era uma boa pessoa, era saudável, alegre, feliz, lutador… não posso dizer mais nada. É um dia de muita emoção. Deixa muita saudade, muita saudade…», disse, emocionado.
«É uma homenagem mais do que merecida»
Apesar do momento de dor, Marcos Bastinhas fez um esforço para prestar declarações à comunicação social. «É uma homenagem mais do que merecida. Já a merecia noutras circunstâncias, agora penso que ainda mais, infelizmente. Nós temos é de dar valor e de desfrutar do pai que tivemos – foi um grande ser humano – e tentar colocar em prática tudo o que ele nos ensinou», declarou. Marcos Tenório Bastinhas continua o legado do pai, dado que também ele é cavaleiro. «Continuo o meu dia a dia nos sítios onde estava com ele… é recordar os ensinamentos e momentos que nos deu todos os dias, para que possamos seguir com a vida para a frente, sempre com ele no pensamento, fazendo as coisas como ele gostava que fossem feitas…», acrescenta.
Ciente que Joaquim Bastinhas deixou uma marca no mundo da tauromaquia, o filho pretende honrar o nome do pai ao continuar com a mesma profissão. «Já estou nisto há alguns anos e agora ainda tenho de ter mais força e mais empenho para honrar o nome Bastinhas. O meu muito obrigado a todos os aficionados, porque têm-me dado muita força e muito carinho. É por eles também que vou continuar a honrar esse grande nome, que não é fácil… não é uma tarefa fácil, mas vou tentar um pouco estar à altura dele», conclui.
Joaquim Bastinhas morreu a 31 de dezembro aos 62 anos, depois de ter estado internado durante dois meses no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. Os problemas de saúde começaram após uma ter sido operado a um pólipo nos intestinos. No entanto, no pós-operatório surgiram algumas complicações e Joaquim Bastinhas foi colocado em coma induzido por duas ocasiões. A última foi devido a uma infeção bacteriana, da qual já não recuperou.
Texto: Ricardina Batista; Fotos: Tito Calado
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