Maria João Abreu, de 55 anos, foi a convidada de Daniel Oliveira no programa Alta Definição deste sábado, 25 de maio, dia marcado pela final da Taça de Portugal de futebol.
A protagonista da nova série da SIC, Golpe de Sorte, com estreia agendada para a próxima segunda-feira, 27, relembrou a infância difícil, falou sobre o amor e sobre a carreira artística, dando grande destaque ao novo projeto que se aproxima.
«Os portugueses vão-se apaixonar por esta mulher. É muito simples e generosa. Esta personagem tem muitos altos e baixos. É muito completa», revela a atriz que dá vida a Céu, na nova série da estação de Paço de Arcos. Céu é uma vendedora de fruta que, de um dia para o outro, ganha 100 milhões de euros, no Euromilhões.
«Ela procura realizar os sonhos dos filhos, tal como eu», conta a mãe de Miguel, de 33 anos, e de Ricardo, de 26, frutos do casamento já terminado com o ator José Raposo.
«Se eu ganhasse 100 milhões de euros ia fazer muitas doações como ela. Continuava a trabalhar, mas seria mais seletiva», confidencia, entre sorrisos.
«Trabalhar com o José Raposo é fácil?»
Casada com João Soares, desde 2012, a artista conta ao marido de Andreia Rodrigues que é fácil trabalhar com José Raposo, de quem se divorciou em 2008, depois de terem estado casados por 23 anos. O ator também entra na nova trama. «É o pai dos meus filhos, é uma excelente pessoa. Um grande ator, talvez o melhor da geração dele», garante Maria João Abreu.
Ainda sobre Golpe de Sorte, a atriz congratula Daniel Oliveira. «Daniel, deixa-me dar-te os parabéns. A série tem atores mais velhos. Temos tanto a aprender com eles. Hoje em dia parece que a mãe é quase da idade da filha», atira.
«Voltei a acreditar no amor»
O rosto da SIC revela que tenta emendar a relação anterior com a recente. «Pelo menos tentei fazer isso. O João trouxe-me frescura. Voltei a acreditar no amor. É uma pessoa muito calma, ao contrário de mim!»
«Sofri de bullying no teatro, ao ponto de ir parar ao hospital»
A grande aventura na representação começou aos 19 anos, quando fez um casting para um musical e foi selecionada. Desde então, Maria João Abreu construíu uma carreira sólida, sendo uma das atrizes mais conceituadas do nosso País. No entanto, nem tudo foi um «mar de rosas». «Sofri de bullying no teatro, ao ponto de ir parar ao hospital. Foi grave, muito grave. Tive muitos pesadelos. Cheguei a pensar que fosse algo pessoal. Foi-me dito que não, de pessoas que já tinham sido vítimas de bullying da mesma pessoa», começa por contar.
«Quando percebi que essa pessoa era assim, pensei que ela deveria ter um problema. Passei a trabalhar a compaixão dentro de mim e um dia estou num semáforo e essa pessoa passou. Já tinha sentido raiva e de repente passei a sentir compaixão… pena», continua.
«Olha-te com ódio e cospe-te na cara»
Maria João Abreu revela que «aquilo era tão fora», que pensava: «Não pode estar a acontecer!» «Acontecia até em cena, no palco. Estilo estar a fazer um casal amoroso e a pessoa em vez de olhar para ti muito apaixonada, olha-te com ódio e cospe-te na cara e aperta-te a mão e empurra-te quando vais entrar em cena. Eu não queria acreditar que aquilo estava a acontecer. Como estavam pessoas mais idosas no elenco fui aguentando, aguentado, até que fui parar ao hospital. Fui parar ao hospital com um ataque de ansiedade», desabafa.
A eterna Lucinda da série Médico de Família, também da SIC, falou ainda sobre a difícil infância que teve. «Os meus pais exigiam que eu fosse a melhor. Que fosse a melhor na escola. Eles queriam que eu tivesse uma vida melhor do que a que eles tiveram. Sempre trabalhei, desde muito nova», conta.
«Tinha uma grande necessidade de sentir amor»
«Lembro-me de estarmos à procura de tostões nas gavetas para irmos comprar um quilo de arroz para o jantar. Tinha sete, oito anos. A minha mãe é uma força da natureza. Trabalhava muito. Eu ia arranjando as coisas. Aos oito anos fiz o meu primeiro arroz de tomate. Sempre fui uma criança muito madura. Não sabia brincar. Tinha pânico de falhar e tinha uma grande necessidade de sentir amor», relembra.
Durante a conversa, Maria João Abreu ainda fala da importância que os padrinhos têm na sua vida. «Tive dois padrinhos fabulosos, tios do meu pai. De vez em quando a porta abria-se e lá vinha uma sacada de comida. Bananinhas», lembra, com um grande sorriso no rosto.
A ex-mulher de José Raposo, atual companheiro de Sara Barradas, considera que a «representação veio para colmatar tudo aquilo» que não brincou. «Sempre fui muito tímida. A representação veio para me soltar um bocado, descobrir facetas que não conhecia», diz.
«Sofreste do complexo do ninho vazio?»
Os anos passam e Daniel Oliveira pergunta se a atriz tem saudades de ter os filhos em casa. «Muitas. De cantarmos todos juntos, lermos um livro», responde. Perante tal resposta, o apresentador volta a perguntar: «Sofreste do complexo do ninho vazio?» «Sim, muito. Saíram os dois de casa no mesmo dia. Foi horrível!»
Maria João já tem dois netos, Matias e Noah, filhos de Miguel, que fazem as delícias da avó. «Quando fui avó, parece que rejuvenesci!»
Por fim, a artista releva que já foi traída algumas vezes por ser «demasiado honesta». Em relação a pedidos de desculpa garante: «As pessoas importantes para mim e que me magoaram, já me pediram desculpa!»
«Há pessoas que nunca mais quero voltar a ver ou com as quais quero voltar a trabalhar. Mas não estou chateada com ninguém», remata.
Texto: Ivan Silva; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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