O bailarino de Conan Osíris, João Reis Moreira, esteve à conversa com Rui Unas no programa digital Maluco Beleza, desta quarta-feira, dia 28 de março.
Para além de revelar como foi o primeiro encontro com Conan Osíris, que irá representar Portugal na Eurovisão de 2019, João contou também como foi todo o seu início no mundo da dança.
Tudo começou aos 11 anos quando João se sentiu rodeado de preconceitos sobre a dança e sobre o próprio gosto por esta arte. «Eu era muito novo, tinha para aí 11 anos, e estava um bocado rodeado de preconceitos sobre dançar e sobre o que seria isso. Estava de tal forma rodeado que chegaram a crescer em mim preconceitos sobre mim próprio.»
O facto de ser um rapaz a dançar não era, na altura, «algo socialmente bem aceite» e tal poderia originar «comentários menos agradáveis». Embora tenha andado numa escola primária onde sempre se sentiu protegido, tal não acontecia quando teve de mudar para uma escola básica, inserida num bairro social, e foi onde começaram os episódios de bullying. «Quando saí da escola primária, onde me sentia protegido, passei para uma escola básica com pessoal com muito mais idade. Cresci no Cacém e esta escola era em Mira-Sintra. Era dentro de um bairro social, então tinha pessoal de várias nacionalidades. Eu era muito pequeno, vestia-me de uma maneira que já fugia da norma e foi aí que comecei a definir o meu próprio estilo.»
«Bastava estar a conjugar um verde com um laranja e já levava uma chapada na cabeça»
Foi precisamente nestes momentos iniciais na escola nova que João começou a sofrer de bullying, não por gostar de dançar, até porque não o fazia na escola, mas sim por ter definido um estilo que na altura ainda não era bem aceite. «Nunca dancei na escola. Bastava estar a conjugar um verde com um laranja e já levava uma chapada na cabeça.»
João teve de aprender a viver na escola nova e definir uma posição nos intervalos. «Tive que aprender que ainda tinha mais cinco anos pela frente naquela escola, não vou estar a levar chapadas todos os dias, tive de arranjar formas para conseguir viver bem naquela escola», conta acrescentando que levou as pessoas a aceitá-lo como ele era e que chegou mesmo a ganhar proteção e respeito dos mais crescidos, por nunca baixar a cabeça quando era «agredido».
«Forcei as pessoas a aceitarem-me, de alguma forma bati sempre o pé, eu via muitos putos a levarem chapadas e a ficarem com a cabeça baixa e a irem para a parte de trás de escola só para não terem de se cruzar com ninguém e eu fui sempre onde tinha de ir, se levasse chapadas, ficava sempre de cabeça erguida. Isso acabou por levantar interesse por mim e começaram a respeitar-me e a ser protegido pelos mais crescidos», remata.
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Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: RTP e reprodução Instagram
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