Sérgio Figueiredo e Margarida Pinto Correia
«Quando começámos a namorar os nossos filhos gozaram connosco»

Nacional

Antes de Sérgio Figueiredo e Margarida Pinto Correia descobrirem que estavam apaixonados, Maria Luísa e Nuno já se tinham apercebido que o amor andava no ar. O casal recorda o início da relação

Qui, 07/03/2019 - 8:47

Margarida Pinto Correia e Sérgio Figueiredo, ambos de 52 anos, aproveitaram o convite de Rodrigo Herédia para desfrutarem de uns dias na neve. O casal, que está junto há cerca de quatro anos e meio, aproveitou para descansar e namorar.

A diretora de Inovação Social da EDP tem dois filhos: Nuno, de 19 anos, e Pedro, de 16, frutos do seu casamento com Luís Represas. Já o diretor de Informação da TVI é pai de quatro: Sérgio, de 27, Maria Luísa, de 19, Manuel, de 15, e Pedro, de 13.

VIP – É a primeira vez que o Sérgio vem à neve?
Sérgio Figueiredo – É a primeira vez e espero que não seja a última. Entrei muito a respeito e quase que não conseguia andar. Quando pisei a pista, pela primeira vez, estava com algumas dificuldades, mas depois há uma sequência… e quando ganhamos o controle sobre nós próprios, descontraímos e divertimo-nos. 

Para a Margarida não é a primeira vez…
Margarida Pinto Correia – Não, não é, mas já não vinha neste registo há muito tempo fazer pistas. Há 15 anos que não fazia.

Mas é como andar de bicicleta?
MPC – Mais ou menos. Eu quis ir para a aula dos iniciados porque pus a hipótese de já não conseguir fazer nada, mas consigo fazer algumas coisas e sinto-me mais ou menos à vontade. Claro que não vou para pistas difíceis, porque só cá estamos dois dias e quero ir com alguma calma e não estragar nada, mas sim, é um bocadinho como andar de bicicleta, quando fazemos a primeira descida. Quando me pus ao lado deles a fazer os primeiros exercícios penei. Já não me lembrava de nada, mas depois, de repente, está tudo lá, o joelho vai para o sítio certo, o pé faz a coisa certa e quando a pista está pela frente já é mais divertido. 

É bom vir neste registo para namorar?
MPC – É, porque é muito raro nós conseguirmos quebrar mesmo e aqui somos obrigados a isso. Deixamos muitos sítios onde devíamos estar, mas são opções que são também de saúde mental e são muito importantes.

Vocês costumam ter tempo para fazer umas férias ou escapadinhas românticas?
MPC – Tentamos. Fazemos umas escapadelas de vez em quando.

Nenhum dos filhos quis vir?
MPC – Desta vez, fomos convidados só os dois, mas os filhos não poderiam vir porque têm aulas. Nem sequer colocámos essa hipótese. Sabia bem, mas são coisas diferentes. Há que separá-las.

O Sérgio tem quatro filhos…
SF – Quatro filhos e uma neta.
MPC – O Sérgio foi pai cedo e o filho mais velho também foi pai cedo.

Como é que é o Sérgio avô?
SF – É “babado”, mas é diferente de ser pai.

Qual é que é a grande diferença?
SF – Não sou eu que tenho o encargo da educação. 

Portanto, os avós servem para “estragar” os netos?
SF – Tento não “estragar”, mas dou muito mimo. Agora, a grande diferença em relação a amar um filho é que amamos a neta através de duas pessoas, que é de nós próprios e através do nosso filho, que é uma corrente maravilhosa! 

Como é que se chama a neta?
SF – Carmo e tem 13 meses.

E a Margarida ganhou uma neta?
MPC – Também… Eu sou “avódastra” que é uma coisa maravilhosa.

A Margarida continua na Fundação EDP. O que é que está a fazer?
MPC – Sou diretora de Inovação Social e acompanho projetos que se propõem transformar comunidades e dar melhoria na qualidade de vida de pessoas por todo o País, portanto, são projetos exclusivamente em Portugal. Além deste projeto, temos outros como o de dinamização da cidadania nas escolas portuguesas desde o quinto ao 10.º ano, que já trabalha com mais de 530 escolas pelo País todo. Temos o EDP Solidária, que é o maior fundo disponível para os projetos sociais, esse é um fundo reativo – às propostas que nos fazem em candidatura – que injeta todos os anos em Portugal um milhão de euros. É um trabalho que me enche as medidas. Obviamente, que também tem comunicação, mas não é a minha função.

Não tem saudades do jornalismo e da Televisão?
MPC – Tenho, tenho saudades de tudo, mas as saudades é uma coisa com que nós aprendemos a viver e a perceber em que medida é que elas nos são angustiantes ou não. Durante muitos fiz rádio, era o meu prato forte e eu senti imenso as saudades. Cada vez que punha um “casco” na cabeça, fosse para dar uma entrevista sobre o meu trabalho, “ficava a dar à cauda”. Há um ano recomecei a fazer rádio, estou a fazer um programa na Antena 1 com o João Gobern e dá-me um gozo enorme. Estou com o Sérgio, em permanência, a viver a informação da TVI. Trocamos muitas ideias, conceitos, opiniões e projetos, portanto eu vivo um bocadinho a Televisão, por interposta pessoa, mas não estou a fazer Televisão agora. Não é uma porta fechada. Estas coisas na comunicação nunca ficam encerradas. 

Se o Sérgio a convidasse para fazer um programa na TVI, aceitava?
MPC – O Sérgio não me vai convidar nunca. Essa é uma conversa que já se atravessou, até porque terceiras pessoas me dizem porque é que ele não me põe a fazer isto ou aquilo, mas não! Obviamente! Separamos as águas. Não seria bom para nenhum de nós. Sendo o Sérgio diretor de Informação da TVI não faria sentido nenhum. Às vezes, é até por mesquinhez. Nós vivemos num país pequenino, com ideias pequeninas sobre o conceito de profissionalismo e de qualidade. Portanto, o penoso caminho por que teríamos de passar no que parece antes do que é, não vale a pena. Eu não estou desesperada à procura de trabalho.

Estava a dizer que já trabalharam juntos. Onde?
MPC – Trabalhámos juntos em duas fases. Uma quando eu estava na Fundação Gil, antes de ir para a Fundação EDP, o Sérgio estava lá, e tive durante dois anos uma relação muito próxima com o meu antecessor, com o Guilherme Collares Pereira, para desenhar um apoio da Fundação EDP à Fundação Gil, que acabou por se concretizar. Nessa altura, o Sérgio estava a caminho para outros voos, mas acabámos por nos cruzar, longe de sermos namorados.

Conhecem-se há muitos anos?
MPC – Sim, há muitos. Andámos no mesmo liceu, mas não sabíamos. Cruzámo-nos várias vezes no jornalismo. Apresentei dois anos seguidos uma entrega de prémios numa gala…
SF – Que o Jornal de Negócios fazia, quando eu era diretor. Não se lembra de mim, por acaso.
MPC – Não, não. De todo. Conhecíamo-nos e respeitávamo-nos. Nem sequer éramos grandes amigos. Depois na altura da Fundação do Gil, obviamente que nos conhecemos melhor e aproximamo-nos mais. Depois, eu fui trabalhar para o sítio onde ele estava também a trabalhar, mas não havia essa ponte. Não estávamos nessa fase da vida sequer. Só que ficámos ali com alguma cumplicidade e continuámos enquanto amigos. Depois foi uma evolução natural. Estávamos os dois separados e tínhamos os dois miúdos da mesma idade (Nuno, filho de Margarida e Maria Luísa, filha do Sérgio). Nessa fase da amizade deu imenso jeito fazermos programas e quando nós começámos a namorar, os nossos filhos, que têm a mesma idade, gozaram connosco. O meu filho disse-me: “Só tu é que não tinhas dado por isso. Porque nós já tínhamos percebido. Até já nos chamávamos irmãos.” Eu cheia de problemas a dizer que se calhar estava ali um clima… Eu cheia de dúvidas e o meu filho a dizer-me: “Mãe, nós já demos por isso. Só tu é que não percebeste.”

Os filhos do Sérgio também viram as coisas da mesma forma?
SF – Sim, provavelmente, mas nunca verbalizaram assim.
MPC – Só a Maria Luísa, que é da idade do Nuno. Os dois falavam sobre isso e diziam “que giro que era se os nossos pais agora se apaixonassem”.

Dão-se todos bem?
MPC – Dão, dão. Passamos férias juntos, fazemos patuscadas juntos, passamos fins de semana juntos e eles têm uma cumplicidade de irmãos, de facto. Isso é saudável.  

Texto: Carla Vidal Dias; Fotos: Helena Morais  

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