José Condessa revela história de amor com Bárbara Branco
«O nosso amor surge de uma grande amizade»

Nacional

José Condessa é a figura do momento depois de vencer o Dança com as Estrelas, da TVI. Conheça o percurso do ator, de 21 anos, e a história de amor com Bárbara Branco

Sex, 01/03/2019 - 12:14

José Condessa foi o vencedor do último Dança com as Estrelas, da TVI. Ao longo de várias semanas, deu o seu melhor na companhia da bailarina Ana Cardoso. O esforço foi recompensado e o ator superou a finalista Kelly Bailey, que era favorita à vitória. O momento mais difícil aconteceu quando a namorada, Bárbara Branco, que também era uma das concorrentes, foi eliminada. 

O ator podia ter sido futebolista e fez parte das equipas do Benfica, mas acabou por escolher os palcos do teatro. Aos 21 anos, José Condessa chega assim ao estrelato, mas continua com os pés bem assentes na terra, até porque não tem descanso. Já começou a ensaiar a peça de teatro Romeu e Julieta, que tem estreia marcada para 17 de abril.

Em entrevista ao nosso site, José Condessa conta como começou a história de amor com Bárbara Branco, há quase um ano, e fala da morte da avó, a mulher muito especial a quem dedicou o prémio do programa da TVI.

Como foram estes últimos dias, depois de vencer o Dança com as Estrelas?
José Condessa – Já estou a mudar o chip, com o foco no teatro, porque comecei logo a ensaiar a peça Romeu e Julieta. O meu dia a dia tem sido focar-me na peça de teatro.
É abordado por fãs no café, na rua. Dão-lhe os parabéns?
Confesso que ainda não tive muitas oportunidades dessas, tenho aproveitado para descansar também. As últimas semanas foram longas e cansativas, mas muito positivas. Mas sim, as pessoas que encontro na rua felicitam-me e é bonito sentir esse apoio e calor humano… 

Sentiu que, de repente, se tornou numa estrela nacional?
O Dança com as Estrelas trouxe uma proximidade com o público, principalmente porque não é uma personagem, somos nós próprios e isso é bonito. As pessoas começam a falar connosco não só pelo nome da personagem da novela, mas já diretamente com o nosso nome. E sentem que já nos conhecem melhor, porque não estamos atrás de nenhuma personagem, por isso há um contacto mais direto.

O Dança com as Estrelas é uma maneira de relançar carreiras e de dar mais visibilidade aos atores?
É bom para chegar a um outro tipo de público. O público do teatro às vezes é diferente, assim como o público das novelas… não é o público que vê o Dança com as Estrelas. O público de domingo à noite gosta de dança, do meio artístico. Chegamos a outras pessoas. Ter a oportunidade de participar no Dança não é uma coisa que consigamos todos os dias, nem todos os anos. 
E muito menos vencer…
Também. 

Durante muitas semanas a Kelly Bailey foi a favorita, mas o José conseguiu superá-la e vencer. Como conseguiu batê-la e criar mais empatia com o público?
Não sei. No início eu e a Ana, a bailarina, não tínhamos como objetivo, de todo, vencer. Era fazer sempre o melhor e melhorar de semana para a semana, ao mesmo tempo tentar, de alguma forma, fazer diferente. O nosso objetivo principal era superarmo-nos e sermos melhores. A questão de chegar ao fim e de ir passando de gala para gala acaba por ser um reconhecimento desse esforço, quero eu acreditar. E chegar ao final e conseguir vencer também acho que foi isso. Esta vitória é o culminar de muitas horas de trabalho. É uma vitória nossa, uma coisa que conseguimos atingir juntos e é ótimo, porque foi depois de muitas semanas de esforço. É muito bom vermos o nosso esforço recompensado.

Muitos concorrentes terminaram o programa mais magros. Quantos quilos perdeu?
Dois, três quilos… Passamos o dia todo a suar muito, aos saltos. Agora hei-de engordar…

Começou na representação muito novo, aos cinco anos…
Isto começou porque o meu pai era ator de teatro amador e eu desde pequeno que o acompanhava. Aos cinco anos, houve um desafio de fazer um pequeno monólogo. Não sabia ler na altura, o meu pai decorou o monólogo por mim e cantava-mo e eu decorei a ouvir. Começou com uma espécie de brincadeira, mas que eu levava muito a sério. O que mais me fascina é a ideia de grupo, o coletivo, a transmissão de conhecimentos dos mais velhos, a passagem de testemunho…

Além do teatro, viveu outra realidade que foi o mundo do futebol
Comecei nas escolas do Benfica em formação, depois joguei no Benfica e cheguei à Seleção Nacional sub 14. Comecei a jogar futebol no Benfica, por volta dos cinco anos, ao mesmo tempo que comecei no teatro. Sempre tentei conciliar o desporto com o teatro, até que chegou a uma altura que acabou a ser incompatível.

Que memórias guarda dessa altura em que viveu o sonho de muitos meninos…
Ficou-me na memória a entrada no estádio com os jogadores pela primeira vez, lembro-me do estádio enorme cheio com as pessoas a aplaudirem, de estar a dar a mão a um ídolo; lembro-me dos torneios fora, em Espanha. Tenho memórias muito boas. Neste momento, o que fica é o facto de continuar a jogar com os amigos, que é uma coisa que continuo a fazer regularmente, apesar de agora durante o Dança com  as Estrelas ter sido complicado por causa dos riscos de lesão. Tenho um grupo de amigos em que jogamos duas vezes por semana… 

Foi difícil tomar a decisão de deixar o futebol para se dedicar à representação?
Eu, na altura, pensava muito nisso e era muito difícil tomar a decisão. Acabou por ser a vida a escolher, porque acabei por ter uma lesão mais ao menos grave, uma rutura do tendão de Aquiles, que me impediu de continuar a jogar durante algum tempo. Isso foi-me afastando um pouco do futebol e foi aí que saí do Benfica. A partir daí, o que continuei a jogar noutros clubes era mais amador, por isso a vida acabou por escolher por mim. Já estava na escola de teatro e era impossível conciliar os ensaios à noite com os treinos, a vida acabou por escolher…

Que mestres é que teve neste mundo do teatro e da televisão?
O Carlos Avilez, sem dúvida. Tornou-se um professor, um grande amigo, por ser a figura que é no teatro português. É o diretor à frente de uma companhia há mais tempo na Europa. O Diogo Infante também, a Marina Mota… são pessoas que, de alguma forma, nos ajudam na altura certa e que nos marcam. São pessoas preocupadas connosco, que dão sempre uma palavra amiga e a crítica, que é muito positiva… 

Como é que encara as críticas quando elas são negativas?
Acho que é ótimo, quando vem de pessoas que acreditam em nós, é a prova que ainda não desistiram, que acreditam que há uma possibilidade de mudar e fazer melhor. É sempre construtivo. 
 
Como é que um jovem, com 21 anos, encara a vida?
É mesmo um dia de cada vez, a pensar no futuro com objetivos, com ânsia de fazer melhor. O lema é fazer sempre melhor de projeto para projeto. Tenho objetivos pessoais de viajar, é como outra criança qualquer… (risos)

Dedicou o prémio do Dança com as Estrelas à sua avó. Como era a vossa relação?
Sempre vivi com a minha avó na mesma casa. A parte boa dos avós é que eles não têm de trabalhar e então têm tempo para perder com os netos. Os meus avós sempre foram muito próximos. A minha avó era uma pessoa muito especial na minha vida.  Quando o Dança com as Estrelas surge percebi que era um desafio que não era a minha praia, não sabia como ia correr e sabia que me ia sair do pelo… Quis ter a oportunidade de fazer isso com uma força extra, uma dedicação extra, uma espécie de homenagem…

Imagino que perder a sua avó foi o momento mais difícil da sua vida 
Sim. É um momento que nos molda, as coisas mudam. Devemos lidar com a morte de uma forma positiva, guardo as recordações boas e os ensinamentos. Marca-nos para sempre e acho que isso é bonito. 

O José viveu o Dança com as Estrelas ao mesmo tempo que a sua namorada, a Bárbara Branco. Foi importante para si partilhar a pista com uma pessoa tão especial?
Sim, como é obvio, ter a oportunidade de partilhar esta aventura complicada com ela, dá-nos mais força. Estamos habituados a contracenar juntos em teatro, sabemos como falar, lidar um com o outro e como nos entreajudar. O Dança não foi exceção. Foi um pilar, um apoio, o que foi ótimo, mas cada um fazia a sua coreografia. A palavra amiga é ótima neste caso. Uma experiência que me deu muito gozo e que ela pode viver ao mesmo tempo.

Já deram um pezinho de dança juntos depois do fim do programa?
Não. Agora já começamos a ensaiar às tardes e noites. Há de ser a valsa na peça Romeu e Julieta.

Que projetos profissionais atuais e futuros tem na agenda?
Em termos profissionais, estou a ensaiar o Romeu e Julieta que vai estrear no Teatro da Trindade a 17 de abril, que é uma encenação do João Mota. Depois vai estrear o Gabriel, no dia 21 de março. É um filme de boxe que fiz no ano passado e que me deu muito gozo fazer. A nível futuro, em princípio vou voltar ao Teatro Experimental de Cascais, tive um convite do Carlos Avilez para uma peça… 

Como começou a história de amor com a Bárbara. Estão juntos há quanto tempo?
Está quase a fazer um ano. A questão é simples e bonita ao mesmo tempo. Começamos nisto quase ao mesmo tempo, conhecemo-nos porque temos o mesmo grupo de amigos. Criamos uma grande amizade e ao dividir estas aventuras a amizade ainda cresceu mais. Depois fomos convidados pelo Carlos Avilez para entrar na companhia de teatro e começamos a trabalhar juntos em várias peças. Há um momento em que se dá um clique, mas não sabemos bem quando, as coisas começaram a acontecer. O facto de existir uma amizade deixa-nos uma segurança muito maior na relação, porque já conhecemos a pessoa de outra forma. O nosso amor surge de uma grande amizade. 

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Nuno Moreira, Impala e reprodução redes sociais 

 

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