À medida que a investigação decorre e as famílias lutam pela guarda de Renato, de 13 anos, filho de Luís e Rosa Grilo, são reveladas também novas versões da vida que levava o ex-casal. O que era até ao dia do assassinato do triatleta, uma história (aparentemente) feliz e apoiada pelas famílias de ambos, depressa se tornou numa história com diferentes contornos. O lado materno e paterno de Renato estão de costas voltadas e revelam agora pormenores da adolescência de ambos que até então não tinham sido revelados para «preservar a memória de Luís Grilo», afirma Maria Antónia Pina, mãe de Rosa Grilo, à SIC.
Em causa está a acusação feita pela irmã de Luís Grilo, Júlia Grilo, sobre os pais da viúva. Segundo a mesma, a família de Rosa Grilo terá rejeitado ficar com a filha quando esta era toxicodependente. Em declarações à SIC, Maria Antónia Pina afirma que os problemas da filha com a droga só começaram quando esta se envolveu com Luís Grilo, sete anos mais velho.
Quando se conheceram, Rosa Grilo tinha 13 anos e o triatleta 20. «Ele era toxicodependente e influenciou a minha filha», afirma a progenitora da viúva.
Segundo a família da presumível assassina, Luís Grilo já tinha problemas com estupefacientes e terá encaminhado Rosa Grilo, na altura menor de idade, para o mesmo caminho. Assim que começaram a namorar, Rosa Grilo afastou-se dos pais e passou a viver em casa da cunhada. Júlia Grilo afirma que os pais não a aceitaram quando souberam que Rosa Grilo era toxicodependente. No entanto, a versão da família Pina é diferente. «A minha filha queria vir para casa, mas ela [Júlia Grilo] não deixava», afirma a mãe da viúva, alegando que a irmã do triatleta o fazia para tentar tirar o irmão do mundo da droga.
A relação do casal começou a ficar conturbada e pautada por episódios de violência. A mãe de Rosa Grilo conta à jornalista da SIC que Luís Grilo batia na filha. E foi num desses momentos de agressão que a viúva decidiu voltar para casa dos pais.
Para sustentar o vício, Luís e Rosa Grilo chegaram a roubar a família. «A primeira vez que vieram a minha casa levaram-me o ouro e o dinheiro», afirma Américo Pina, pai de Rosa Grilo.
Num outro momento, Rosa Grilo pediu o cartão de crédito ao pai e levantou o dinheiro todo que estava na conta. Apesar de tudo, Américo Pina nunca fez queixa da filha e do triatleta à polícia, porque «eles davam-se bem». «Sempre os apoiei em tudo.» Esta é, de resto, a forma como Américo tem lidado com o encarceramento da filha. O homem está sempre presente à porta do tribunal e, em entrevistas, faz sempre questão de defender a filha.
Recorde-se que Júlia Grilo defendeu Rosa até há bem pouco tempo. Nos primeiros tempos de prisão, ia visitá-la todas as semanas e chegou à afirmar em entrevistas não acreditar que ela teria morto o seu irmão. O relacionamento entre cunhadas só começa a ficar conturbado quando a guarda de Renato é disputada.
Luís Grilo: De bom genro a traiçoeiro
A família de Rosa Grilo afirma que sempre teve uma boa relação com o triatleta. Até ao dia em que o corpo de Luís Grilo é encontrado, em agosto do ano passado, sem vida numa estrada de terra batida, ao fim de 39 dias dado como desaparecido. Rosa Grilo é presa preventivamente por suspeita de o ter matado.
Até então, enquanto decorre o julgamento, as famílias do ex-casal lutam pela guarda do filho de Luís e Rosa Grilo, Renato.
Filho de Rosa Grilo não quer ficar com avós maternos
Américo Pina, pai da detida, confirmou que o menino não quer ficar consigo e com a avó. Contudo, o pai de Rosa Grilo garante que essa posição foi instigada pela tia, Júlia Grilo, que está a tentar ficar com a guarda total de Renato. «A avó estava a dar-lhe banho a falar-lhe da mãe [Rosa Grilo] e nisto o menino disse que ia chamar a polícia se ela continuasse», conta o avô materno do menor. Américo acrescenta ainda que sempre quis guarda partilhada e que a irmã de Luís apenas quer ficar com o sobrinho por interesses financeiros.
Júlia Grilo aponta aos avós maternos do menino as mesmas acusações. Segundo a irmã da vítima, que é chamada pela criança de avó, Américo e a mulher «não querem saber do menino», apenas «querem o dinheiro dos seguros que Renato vai receber» e garantir que «ele sustenta a mãe quando ela sair da prisão». Júlia explica ao referido programa que não quer partilhar a tutela do menor porque os avós maternos «educam de uma forma» diferente da sua. «Quero dar-lhe [a Renato] os valores que partilhei com o pai dele, que era adorado por todos», acrescenta a tia.
Texto: Redação Win – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e reprodução redes sociais
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