Foi em setembro de 2018 que António Cordeiro falou publicamente pela primeira vez da dura batalha que enfrenta há cerca de dois anos contra uma doença incurável: uma Paralisia Supranuclear Progressiva.
Durante uma entrevista a Daniel Oliveira, na SIC, o conhecido rosto das telenovelas portuguesas falou abertamente sobre esta patologia, muitas vezes confundida com Parkinson ou Alzheimer, que lhe provoca rigidez nos músculos e que muito lhe tem condicionado a vida.
Esta quinta-feira, 7 de fevereiro, o nosso site esteve com o ator no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Lisboa, numa ação de solidariedade, organizada com o intuito de o ajudar monetariamente, uma vez que os tratamentos têm custos bastante elevados.
Orlando Henrique, amigo de António Cordeiro há mais de 40 anos, foi quem o acompanhou até à sala de espetáculos, uma vez que o artista vive com «muita limitação» e «não pode andar sozinho». «Tem necessidade de andar sempre acompanhado, porque a parte locomotora cria-lhe desequilíbrios», confessa-nos.
Mas, como vive António Cordeiro o seu dia-a-dia?
Bastante próximo de António Cordeiro desde a adolescência, Orlando revela que o ator «todos os dias, praticamente, tem fisioterapia e terapia da fala».
«Esta doença afeta principalmente a parte locomotora… ele para a frente até anda bem mas quando se vira facilmente tem desequilíbrios», partilha.
«Quanto à parte emocional… claro que isto cria uma espécie de depressão, embora na parte mental ele esteja 100% lúcido, absolutamente consciente de tudo», assegura. Porém, esta reviravolta na sua vida não tem sido de todo fácil. «Uma pessoa que tinha a vida que ele tinha e agora está limitado na sua ação, a parte emocional também fica afetada, não pela doença em si mas pelo estado em que ele está».
«A doença não evoluiu o que é ótimo, está estável»
Contudo, Orlando Henrique está seguro de que a tendência é para melhorar e que «está bem apoiado na parte médica». «Está com medicamentos diários, anda sempre com a caixinha dos medicamentos… mas não existe nenhum medicamento nem tratamento específicos para esta doença. Ele foi ao médico esta semana e a doença não evoluiu o que é ótimo, está estável», disse de sorriso no rosto.
«Começo a sentir diferença nos últimos dois meses, tem vindo a melhorar muito muito, isto com o apoio de tudo: medicação, fisioterapia, apoio psicológico, medicamentos, com os amigos e a mulher, Helena. Não há um factor decisivo, há vários fatores», revelou. «Por isso eu estou aqui», disse, confiante no futuro.
Ao lado de Orlando, para terminar a conversa, António Cordeiro quis dar uma breve declaração: «Estou melhor… que bom, ainda bem…», sorriu também com os olhos.
Texto: Joana Dantas Rebelo Fotos: Arquivo Impala e DR
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