Como mãe, entrei duas vezes no Bloco de Partos. A primeira vez foi em 2014. Tinha casado no ano anterior e estava a meio do meu curso de Enfermagem.
Foi um trabalho de parto tranquilo, pela noite fora, entre conversas e risadas com o marido (bendita epidural!). A Eva nasceu numa linda manhã de outono, às 09:40. Ah, e não respirava…
Depois de instalado o pânico (em mim e no marido), vi os profissionais lidarem com a situação com total calma e perícia, falando connosco entre massagens cardiorrespiratórias e aspiração de secreções dos seus pulmões minúsculos. Poucos minutos depois (que pareceram horas numa Câmara de Tortura nazi), tínhamos uma bebé chorona perfeitamente normal. Roxa e toda maltratada, mas viva e a respirar. Vitória!
A segunda vez foi um bocadinho diferente. Após um acordar atribulado (às 06:00) com algumas dores, deparei-me com a rutura do saco amniótico. Ok, relaxar e comer qualquer coisa, esperar que seja hora de acordar a mais velha, levá-la ao colégio e seguir viagem. Pelo menos esse era o plano…
Às 07:00 só me faltava andar de gatas ou aninhar-me em posição fetal… As dores eram tantas e tão fortes que não sei bem como é que mantive a compostura para não assustar a mais velha!
Chegámos ao Bloco de Partos às 07:45. A triagem desta vez foi bem mais rápida! Entrei, expliquei-lhe a situação e saí numa cadeira de rodas, enquanto a auxiliar ia buscar o marido. «Venha pai, isto vai ser tudo muito rápido!», dizia ela.
Às 08:00 descobri que estava totalmente dilatada e não havia tempo para analgésicos, nem tão pouco para aguardar o efeito de uma epidural. Às 08:10 estava instalada na «confortável» marquesa cirúrgica, com o marido ao meu lado e a parteira aos meus pés. O bebé estava muito subido, tínhamos que o fazer descer. Depois de muitos amassos, lá desceu a criança!
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