Maria Manuel E José Pedro Cyrne
“Agradeço a minha vida a Deus”

Nacional

Os condes Maria Manuel e José Pedro Cyrne revelam como vão passar o Natal, com os filhos gémeos, na quinta da família, em Lamego

Seg, 24/12/2018 - 13:30

Ao lado dos filhos gémeos, já com 17 anos, Maria Manuel e José Pedro Cyrne abrem as portas da sua quinta, em Lamego, à VIP. Este foi o pretexto para se falar do Natal da família. 

VIP – A casa dos Cyrne já está “vestida” para o Natal. Quem fez as decorações?
Maria Manuel Cyrne – Está “vestidíssima” com tudo o que é a mensagem de Natal: o nascimento de Jesus e o seu presépio. A árvore, enorme, e todos os efeitos de fitas e bolas e sinos. E os centros de mesa e os enfeites de luzes e nas portas a coroa natalícia. Ajudada, claro, mas sou sempre eu que comando as decorações. 

Como vai ser vivido o Natal?
Com 35 pessoas à mesa e muito amor. Por amor a nós nasceu Jesus Cristo. Vamos celebrar o Natal, juntos e agradecendo sempre. Eu agradeço sempre a minha vida a Deus.  

Que tradições não faltam aqui em casa para a ementa?
Não falta o tradicional bacalhau cozido e o polvo também lá vai estar. O peru bem recheado é obrigatório com batatinhas do forno. 

E quanto aos doces?
Ui… a lista é interminável. As filhós e rabanadas, o bolo-rei e as trouxas de ovos em lampreia, as broas e mais os doces de colher.

Quando abrem os presentes?
A abertura dos presentes é uma festa, já perto da meia-noite com a chegada do Pai Natal, que normalmente vem de charrete e, coitado, carregado de presentes… 

E como é passado o dia 25?
Almoçamos juntos, conversando e preguiçando à volta das lareiras, até porque normalmente nessa noite dormem todos lá em casa!

Como estão os seus filhos? 
Crescendo bastante e felizmente muito bem. Filhos maravilhosos de uma mãe e de um pai que os esperaram tanto e agora aqui estão ao nosso lado. Quando os vejo não paro de agradecer este “milagre“. Eles já têm 17 anos. 

Em termos de personalidade, quem é que é mais parecido com o pai e com a mãe? 
O Pedro sempre foi uma fotocópia do pai, quer estudar Agronomia… o que não admira, pois adora e sabe imenso de agricultura! Quem o quer ver bem é no campo no seu trator. Já o António é muito mais mãe. Gosta de ter os seus tempos e cultiva-os de uma forma própria. É senhor do seu nariz e quer estudar Turismo!

Em que ano andam?
No 12.º ano e são ótimos alunos. 

Os seus filhos gostam mais da vida campestre ou citadina?
Ambos adoram viver na quinta e, para já, dizem não se imaginar fora deste mundo. 

Eles gostam da magia desta quadra?
Claro que adoram o Natal e tudo o que é tradição… e com eles é mesmo Natal.

Já disse que o Natal passou a ter outro significado com o nascimento dos gémeos. Essa sensação mantém-se com o passar dos anos?
Sempre. A mesma magia é partilhada. Não há nada melhor no mundo.

Como tem sido a sua vida em Lamego? A quinta, onde tem o hotel de charme, continua a roubar-lhe muito tempo? 
Somos muito felizes em Lamego e tenho muita sorte, porque me divirto trabalhando… Vivemos em Lamego há 17 anos, depois do nascimento dos gémeos! 
A história da Maria Manuel para engravidar e a sua própria gravidez, aos 50 anos, foram assuntos muito mediáticos na altura. Como recorda essa fase? 
Sabe que, ter partilhado esta parte da minha, e nossa, vida, de uma maneira que se tornou um assunto mediático, foi uma experiência, para nós, que não éramos celebridades, inovadora. Mas, acima de tudo, foi uma experiência gratificante, pelo sentimento que recebemos de tanta gente, que nos acarinhou de uma forma que nunca esquecerei. Até hoje, ainda muita gente se lembra da história e pergunta pelos meus filhos e é tão bom sentir que somos “gostados” por quem não conhecemos, mas parece que são da família.   

A infertilidade é um assunto muito mais frequente do que se imagina. Que conselhos daria aos casais que lutam para ter um filho biológico e não conseguem? 
A infertilidade, tal como diz, é na realidade um assunto bastante frequente e, mesmo hoje em dia, com novas tecnologias médicas abertas a esse campo, há imensos casais que sofrem bastante, por não conseguirem ter filhos biológicos. Eu sei, exatamente, o que isso é. Foram muitos anos (quase 27) de tentativas goradas, em que apesar do desalento que cada uma trazia, não consigo bem explicar, mas depois de limpas as lágrimas, voltava a acender-se aquela “luzinha lá bem no fundo do túnel”, que me incentivava, uma vez e mais a tentar. Até que, num santo e belo dia, quando, pela idade, achei que aquela inseminação, no ano 2000, seria a minha (nossa porque o Zé Pedro, sempre esteve ao meu lado) última tentativa, destas “caminhadas” para a esperança de sermos pais. E conseguimos! Deus, os médicos e todas as “forças do bem“ estiveram do nosso lado e fiquei grávida não de um, mas de dois filhos. Portanto, conselhos que posso dar a casais que lutam para ter um filho biológico e não conseguem? Cada caso é um caso, e todos somos iguais nesta nossa “luta” para sermos pais, diferentes porque geneticamente as diferenças são muitas. No entanto, a esperança é igual para todos. Conservem-na o mais que possam, comigo, na que seria a última possível inseminação artificial, deu resultado… senão o desejo de ter filhos, pode também, passar pela adoção. E aí, cabe a cada um fazer suas escolhas, certos porém que o amor que em nós reside e temos para dar é imenso e pode ser partilhado também por quem escolhemos ou… por quem nos escolhe. O que quer dizer que os caminhos da vida são infindáveis e tantas vezes insondáveis. Como diria o nosso grande ator Raúl Solnado “façam o favor de serem muito felizes!”     

Imagina-se a voltar a viver, em definitivo, na capital?
Apesar as nossas raízes estarem muito aqui no Norte, e embora viajando sempre bastante, Lisboa sempre foi, para mim, uma espécie de “cidade encantada”. Foram bastantes anos de trabalho, desde, tanto eu como o Zé Pedro, primeiro como professores, na Casa Pia, e depois nas nossas mais variadas lojas de moda e decoração, com a marca Beautifull, que, felizmente, deu certo e abriu um vasto leque de clientes. Muitas delas passaram a ser nossas boas amigas e o protagonismo que ganhámos deve-se também à comunicação social. Mas a Várzea é hoje o nosso lar. A quinta era da nossa família, onde ambos crescemos, pois somos primos direitos. Começámos a namorar aqui e hoje tanto o Palácio de Quintã como a Quinta da Várzea, hoje conhecida tanto no nosso país e no estrangeiro, como o Palácio Viscondes da Várzea, ambos abertos a um turismo rural, são o nosso trabalho. Tentamos oferecer um serviço de cinco estrelas e, modéstia à parte, oferecemos mesmo.  

Tem sempre muito trabalho?
Muito. Os muitos casamentos, batizados e festas, que aqui organizamos, têm sempre um toque personalizado. Também organizamos jantares de congressos… 

E a casa de Lisboa?
A nossa casa no Restelo lá está! Sempre à nossa espera, para um, dois dias, para matar saudades. 

Como vai ser a sua passagem do ano?
Divertida e a trabalhar, com a vantagem que é privilégio ter a família por perto e a ajudar. O réveillon será com muitos amigos, que são também os nossos clientes, com bom jantar e ceia e a animação não vai faltar.

Qual o seu maior sonho para 2019?
Sonhos? Nesta altura o que peço, essencialmente a Deus, é que me dê saúde e vida para poder ver os meus filhos crescer. 

É uma mulher de sorte?
Sou uma mulher afortunada, sim! Tenho um marido que amo e sou amada, filhos, família e bons amigos. E tenho um trabalho que adoro. 

E o que pede mais?
Sou feliz e abençoada. Agradeço a Deus os filhos que tenho. O que conquistei foi com o meu trabalho e o do Zé Pedro. Pedir mais alguma coisa seria pecado.  

Texto: Alberto Madeira Miranda; Fotos: Helena Morais    

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