Entre terça-feira, 4 de dezembro e segunda-feira, 10 de dezembro, os trabalhadores da produtora Plural estarão em greve. Este protesto foi anunciado esta segunda-feira, 3 de dezembro, pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) e coloca, assim, em risco, as produções de ficção e entretenimento da TVI (que pertence, tal como a Plural, ao grupo Media Capital).
Em comunicado, O CENA-STE diz que os trabalhadores da Plural «não estão a ser valorizados nem respeitados naquilo que são os seus direitos laborais e decidiram, por isso, iniciar um período de greve entre os dias 4 e 10 de Dezembro».
Este protesto tem como reivindicação principal a «redução do Período Normal de Trabalho (PNT), que actualmente, atinge as 11 horas de trabalho». No comunicado lê-se que este horário é compensado pela Plural com o «pagamento de um subsídio de Isenção de Horário de Trabalho». «Ou seja, entende a empresa que a única coisa a respeitar são as 11 horas de descanso entre dois dias de trabalho – o que ainda assim nem sempre é cumprido, porque por vezes se passam as 11 horas de trabalho diário no período das gravações, e, para além disso, existem as deslocações e o trabalho de muitos trabalhadores que não termina com o fim do dia de gravações.»
Os trabalhadores da Plural irão, assim, durante o período de protesto, fazer greve «às horas que excedam as 8 horas de trabalho em cada um dos turnos e equipas».
Saúde de trabalhadores em risco!
O sindicato expõe ainda que foram esgotadas outras formas de negociação. «Esta greve surge também depois de, mais uma vez, a empresa ter falhado o prazo de entrega formal de uma proposta que fosse ao encontro das reivindicações apresentadas. Apesar de os trabalhadores e o CENA-STE terem comunicado que se mantêm disponíveis para negociar de modo a inclusivamente cancelar esta greve, optaram o GMC e GPE por declinar a reunião que estava agendada para o passado 27 de Novembro.»
Além da questão do horário laboral, os trabalhadores da Plural fazem outras exigências, como «aumentos salariais, que não ocorrem há cerca de 8 anos», «fim dos falsos recibos verdes», «criação de condições de trabalho em segurança, como é exemplo o trabalho em altura» ou «revisão do tipo de material que reveste acusticamente o tecto dos estúdios, e que está exposto, sem qualquer tipo de isolamento, com o risco de pós acumulados e várias toxinas».
Os trabalhadores da Plural, no mesmo comunicado, concluem: «as telenovelas e outros programas não são feitos nos gabinetes das administrações, são feitos pelas mãos destes trabalhadores, e é por causa do seu trabalho que os espectadores ligam a televisão. São eles que precisam de ser valorizados e respeitados.»
Esta já não é a primeira vez que os trabalhadores da Plural reclamam das condições de trabalho. Em 2011, os colaboradores acusavam a produtora de «exploração» e faziam protesto semelhante.
Texto: Raquel Costa | Fotos: Arquivo Impala
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