SuperNanny
Madrasta de Margarida revela que criança chorou quando se viu na televisão

Nacional

Teresa Paula Marques vai testemunhar esta tarde

Sex, 16/03/2018 - 14:15

Está a decorrer esta sexta-feira, dia 16, a terceira sessão do julgamento sobre a suspensão do polémico Supernanny. O julgamento decorre no Tribunal de Oeiras. Estão presentes Patrícia Marques e Luís Botelho, pais da menina do primeiro episódio e Carla e Ricardo Frade, família do segundo programa. Todos se fazem acompanhar dos respetivos representantes legais.

Mãe e pai do terceiro episódio – que nunca passou na TV – também estão presentes.

Tiago Félix da Costa, advogado da SIC, começou por se pronunciar sobre o terceiro episódio, visionado à porta fechada na última sessão. Durante a visualização, parte do som foi suprimido e o advogado pede que seja anexado um novo documento sem quaisquer falhas.

Mais ainda: a SIC «requer que o tribunal oficie decisões dos tribunais de Família, relativas às medidas de proteção» para «saber se efectivamente o programa representa ameaça para as crianças» envolvidas no processo. Estas decisões referem-se às crianças que aparecem no primeiro e segundo episódios.

A meio da manhã, a sessão foi interrompida para que o Ministério Público se pronunciasse sobre o requerimento. Cerca das 10h40 e a sessão voltou a ser interrompida. Desta vez, os assistentes da audiência saíram para visualizar o spot publicitário referente ao terceiro episódio. A visualização foi feita à porta fechada.

Antes do visionamento, o Ministério Público pronunciou-se, dizendo que nunca colocou em causa a veracidade «do terceiro episódio visualizado em tribunal». O Ministério Público e os mandatários judiciais da segunda e terceira famílias não se opõem a que os processos dos tribunais de família sejam anexados a este processo, mas pedem que sejam de «natureza não pública», ou seja, confidenciais.

Está neste momento a ser ouvida a testemunha Luísa Botelho, madrasta de Margarida, a menina que podemos ver no primeiro episódio.

Tensão sobe em tribunal

Lisa Botelho, de 32 anos, casada com pai de Margarida há quatro anos, garante que conhece a menina desde os dois anos.

Antes da exibição do programa, pai e madrasta tiveram uma conversa com a menina onde «ela disse que um operador de câmara lhe disse para bater com mais força na mesa e cuspir», afirma em tribunal a madrasta.

Lisa Botelho afirma que o pai da menina só soube do programa através de Patrícia Marques, que lhe foi dito que este  «envolvia uma psicóloga», que «seria uma coisa positiva» e que iria «reequilibrar alguns comportamentos de Margarida». O pai de Margarida terá assinado uma declaração de consentimento que não foi a mesma que recebeu no email.

A mãe de Margarida também presente no Tribunal de Oeiras exaltou-se.

A SIC considerou que o depoimento da madrasta «não é credível» e que apresenta contradições e dualidades. No entanto, identificou o operador de câmara e pediu ao tribunal se este podia prestar depoimento. O requerimento foi indeferido por tratar se de um testemunho indirecto no processo.

Madrasta afirma que ela e o marido foram ameaçados pela SIC

A madrasta continua o testemunho e afirma que o pai «não tinha noção do ia ser o programa», que deu o seu consentimento porque teve confiança nas informações que a mãe de Margarida lhe prestou. Mais ainda, Lisa garante que a menina «não sabia o que ia acontecer» e que o pai desconhecia ainda que havia uma contrapartida financeira.

Foi só com a transmissão dos spots publicitários que madrasta e pai perceberam o que se estava a passar. «Foi com extrema surpresa que de repente vimos uma menina (nos spots ) que não conhecíamos», refere Luísa.

Apesar de ter confirmado que sabia que Margarida tinha comportamentos mais agressivos com a mãe, Luísa afirma: «Na nossa casa não tem aqueles comportamentos». A madrasta avança que foi com o avançar dos spots publicitários que decidiram contactar a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e que foram até à SIC pedir para verem o episódio.

Lisa alega que na estação televisiva lhe  foi dito que os responsáveis directos não estavam no espaço e que não os podiam receber. Mais ainda, afirma que  foram ameaçados de que lhes interporiam um processo de 11 milhões de euros.

Quando Margarida se viu na televisão «chorou», afirmou em tribunal a madrasta da menina.

«Não acrescentou nada de positivo na menina. Ela era muito autónoma e agora está mais insegura», referiu.

De seguida, fala uma testemunha da Warner Bros, produtora do programa.  Edward Levan, vive em Londres, trabalha para a Warner, cria novos conteúdos e promove formatos para serem transmitidos a nível internacional. Faz-se acompanhar de uma intérprete e testemunha sobre o formato a nível internacional.

Trabalhou na produção do Supernanny no Reino Unido e Estados Unidos e também supervisionou o formato no Brasil e China.

«Os formatos internacionais e a versão portuguesa de Supernanny têm diferenças a nível técnico, mas penso que o programa português foi fiel ao formato», declarou.

«A versão portuguesa tem menos visualização de mau comportamento. É clara na ideia que as crianças não têm culpa, os pais assumem responsabilidade», afirma.

A sessão recomeçou às 14h30. Acompanhe mais em impala.pt.

 

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