Ativista negra assassinada no centro do Rio de Janeiro
«Não se esqueçam do nome desta mulher»

Nacional

Marielle Franco e o motorista foram assassinados a tiro no centro do Rio de Janeiro. A ativista lutava contra a violência, direitos humanos e das mulheres

Qui, 15/03/2018 - 15:22

Marielle Franco foi morta esta quarta-feira, a tiro, no centro de Rio de Janeiro, de acordo com o portal de notícias da Globo. Segundo o site brasileiro G1, a tivista, de 38 anos, «foi morta a tiro dentro de um carro» conduzido por Anderson Pedro Gomes, que também foi baleado e morreu.

Ao que tudo indica, esta terá sido «execução» na tentativa de silenciar a ativista, de acordo com os investigadores da Delegacia de Homicídios. Marielle tinha participado, no início da noite de quarta-feira, num evento denominado «Jovens Negras Movendo as Estruturas» onde questionou a violência na cidade e a ação da Polícia Militar.

Segundo a polícia militar, os homicidas colocaram-se ao lado da viatura onde estava a vereadora e o motorista e dispararam. Marielle foi atingida com quatro balas na cabeça.

De acordo com a Globo: «A perícia encontrou, pelo menos, nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada».

«Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?»
Esta foi uma das últimas publicações deixada pela vereadora no Twitter. Marielle Franco, vereadora na câmara do Rio de Janeiro há mais de um ano, lutava contra a violência, pelos direitos das mulheres, pela defesa dos moradores das favelas e pelos direitos humanos.

Para trás deixa um legado de luta que não é esquecido por aqueles que a acompanhavam.

Rita Ferro Rodrigues e Joana Solnado já mostraram a sua revolta nas redes sociais.

Joana Solnado: «Esta triste notícia abriu o meu dia e não consigo ficar indiferente. MARIELLE FRANCO, Mulher, vereadora, Socióloga, Defensora dos direitos Humanos e da Liberdade, Ativista, Negra, Gay, Guerreira. Esta lutadora tinha muito que incomoda muitos. A 28 Fev foi nomeada relatora da Comissão do Rio de Janeiro. A 10 de Março ela denuncia a barbarie da violência policial em Acari. E ontem, 14, foi morta a tiros no centro do Rio. Mulher da acção, da fala, da voz. “Paz sem voz não é Paz, é Medo.” Ela não se calaria. E nós também não.»

Rita Ferro Rodrigues: «Mulher negra. De axé. Mãe. Favelada, nascida na Maré. Socióloga. Mestre em administração pública. Vereadora eleita com 46 mil votos. Defensora dos direitos humanos. Feminista. Combatia o extermínio da juventude negra, a intolerância religiosa, a LGBTfobia. Foi hoje assassinada no Rio de Janeiro. Não se esqueçam nunca do nome desta mulher : MARIELLE FRANCO.»

 

Fotos: Impala e reprodução Instagram

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