Daniel morreu esta sexta-feira, dia 9 de março.
Sex, 09/03/2018 - 10:10
Daniel Raimundo, o emigrante português que vivia na Bélgica e que gerou grande onda de solidariedade à volta do seu desejo de vir morrer a Portugal, não resistiu ao cancro e acabou por falecer esta sexta-feira, 9 de março.
Daniel vivia na Bélgica quando descobriu que tinha um tumor e que este já se encontrava em fase terminal. O seu desejo era morrer em Portugal. Mas a falta de condições financeiras, não o permitiam. Assim, em janeiro, decidiu fazer um apelo e pedir ajuda no Facebook. O apelo, por nós divulgado, emocionou o país e permitiu que o emigrante regressasse à sua terra no final do mesmo mês.
Os Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste cederam uma Ambulância de Transporte de Doentes para se deslocar a Bruxelas e trazer o emigrante, uma viagem que aconteceu no dia 28 de janeiro.
«Estou muito feliz. É um sonho concretizado. Eu não vou morrer desta. Tenham fé em mim, eu vou conseguir. Na Bélgica, estava a perder as esperanças, mas agora aqui, em Portugal, estou com mais força ainda. Estou no meu país»
A 9 de Fevereiro o estado de saúde do português já era bastante preocupante. Em entrevista exclusiva à Impala, no dia 1 de fevereiro, Daniel confessou ter mudado de ideias no que à quimioterapia dizia respeito. Primeiramente, o português contou-nos recusar-se a fazer tal tratamento por considerar que o mesmo o colocaria em estado “vegetativo”, não querendo viver acamado para o resto da vida.
No entanto, depois de regressar a Portugal, Daniel ponderou a questão e decidiu avançar com o tratamento, mas o estado de saúde debilitado não o permitiu.
Daniel Raimundo emigrou para a Bélgica, em Grad, à procura de novas oportunidades, em suma, de uma vida melhor. Apesar de a mulher Sónia ter ficado em Portugal, Danny teve o apoio da tia-madrinha e de uma das suas irmãs, que se encontravam lá a viver. Segundo o emigrante, nos primeiros meses sentiu-se «fraco», mas não deu importância e continuou a trabalhar. Mas ao fim de seis meses, Danny perdeu peso significativamente e a seguir à passagem de ano já não conseguiu ter forças para desempenhar qualquer tipo de trabalho.
Fotos: Impala e D.R.
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