22 anos da morte da princesa Diana
Os pormenores da vida polémica da princesa do Povo

Realeza

22 anos depois da morte da princesa Diana, conheça todos os pormenores sobre a vida da princesa do Povo e recorde alguns dos momentos mais polémicos.

Sáb, 31/08/2019 - 15:00

Foi a 31 de agosto de 1997 que a mãe de William e Harry, na altura com 36 anos, perdeu a vida num trágico acidente de viação, em Paris, que ainda hoje causa polémica e dor. 22 anos depois da morte mais polémica do século XX, conheça todos os pormenores sobre a vida da princesa do Povo e recorde alguns dos momentos mais polémicos. 

As últimas horas de vida de lady Di

Divorciada do príncipe Carlos, Diana era, em 1997, a mulher mais popular e mais apetecida para os paparazzi, que faziam tudo por uma fotografia de Lady Di. No quente mês de agosto desse ano, a imprensa seguia atentamente a história de amor com Dodi Al-Fayed, filho do milionário Mohamed Al Fayed, proprietário dos armazéns de luxo Harrods. 

A amizade colorida dos dois era alvo de especulação constante, especialmente depois de o casal ser fotografado numas férias no Mediterrâneo, em águas francesas.

Após nove dias de descanso, Diana e Dodi chegaram a Paris de jato privado no dia 30 de agosto. Ficam hospedados no Hotel Ritz com planos para regressarem a Londres no dia seguinte.

Nessa noite, planearam jantar fora mas, quando saíram da unidade hoteleira de luxo, foram seguidos por vários paparazzi. Dodi terá entrado em pânico, o que levou o casal a regressar ao Ritz para a refeição. Foi-lhes arranjada uma mesa à pressa no restaurante do hotel, mas Diana começa a chorar. O jantar acaba por ser servido na suite imperial.

Após a refeição, Diana e Dodi saíram do hotel [pela terceira vez nessa noite] com o objetivo de se dirigirem ao apartamento do filho de Mohamed Al Fayed, situado nas proximidades. Câmaras de vigilância do Ritz captaram os últimos momentos de vida da princesa. As imagens do elevador tornaram-se virais.

Os dois voltam a ser surpreendidos por uma multidão de paparazzi, na Place Vendôme. Tentam distrair os jornalistas. O carro habitual do casal saiu pela porta da frente, mas Diana e Dodi abandonaram a unidade hoteleira pela porta dos fundos noutra viatura, um Mercedes S280 Saloon.

Quando iniciaram a viagem, repararam que estavam a ser seguidos por nove paparazzi de mota. Ao volante do Mercedes seguia o motorista Henri Paul. No banco dos passageiros seguia ainda o segurança de Al Fayed, Trevor-Rees Jones, o único sobrevivente.

O trágico acidente

Pouco tempo depois, acontece o aparatoso e trágico acidente no túnel Ponte de l’Alma. Pelas 00h25 do dia 31 de Agosto, a viatura onde seguia a mãe dos príncipes William e Harry perde o controlo, desvia-se para a esquerda e choca violentamente contra o 13º pilar do túnel. A primeira equipa de socorro chegou ao local à 0h32.

Testes revelaram que o Mercedes chegou a bater num Fiat Uno branco, antes de entrar no túnel, mas este segundo carro nunca foi encontrado.

A princesa Diana ficou presa nos destroços. Ainda foi retirada com vida, recebeu tratamentos médicos no local e foi transportada de ambulância para o hospital Pitié-Salpêtrière, onde chega às 2 h06. É operada, mas viria a morrer às quatro da manhã devido a forte hemorragia.

A morte foi anunciada à imprensa às 5h30. Notícias com o relatório médico dão conta que, devido ao forte impacto do acidente, o coração de Diana deslocou-se do lado esquerdo para o direito, rompendo a veia pulmonar esquerda e o pericárdio.

A investigação sobre o acidente concluiu que a tragédia aconteceu devido à alta velocidade da viatura [entre 118 km/h e 155 km/h], mas também ao facto de o motorista estar embriagado e sob o efeito de antidepressivos. Nenhum dos ocupantes usava cinto de segurança.

O funeral da princesa do Povo

O funeral da princesa do Povo aconteceu cerca de uma semana depois [a 6 de setembro] e foi seguido por todo o Mundo, tendo transmissão em direto em vários países. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi seguido por 33,2 milhões de norte-americanos através da televisão.

As cerimónias tiveram início às 9h08. Mais de um milhão de pessoas juntaram-se nas ruas de Londres para acompanhar os 13 quilómetros do cortejo fúnebre desde o Palácio de Saint James até à Abadia de Westminster, onde aconteceu a missa durante uma hora e dez minutos, perante várias figuras de renome mundial como Margaret Thatcher, Hillary Clinton ou Nelson Mandela.

William tinha 15 anos e Harry 12. Para a história ficam as imagens dos príncipes a caminhar atrás do caixão da mãe, junto ao príncipe Carlos, o duque de Edimburgo e a Charles Spencer, irmão de Diana.

Este acontecimento foi inédito dado que o funeral teve honras de Estado, apesar de Diana já não pertencer à família real britânica devido ao divórcio. A demora na reação da família real à morte de Diana foi motivo de muita polémica. No dia do acidente, a rainha Isabel II estava de férias em Balmoral e não se deslocou de imediato para Londres, permanecendo de férias e deixando os britânicos revoltados. 

A rainha de Inglaterra permaneceu na casa de férias da Escócia com os netos, William e Harry, porque os queria proteger e afastá-los da agitação mediática que se vivia em Londres.

O facto de a bandeira não ter sido colocada logo a meia-haste no Palácio de Buckingham, em sinal de luto, também foi motivo de acentuadas críticas. Apesar de ser pública a má relação entre a rainha Isabel II e a princesa Diana, os britânicos não compreenderam a falta de compaixão da Casa Real e foram tempos verdadeiramente difíceis para a popularidade da adorada rainha de Inglaterra.

É ainda de destacar que Elton John, amigo pessoal de Lady Di, fez uma homenagem na Abadia de Westminster ao tocar e cantar a música “Candle in the Wind [Goodbye England’s rose]”. Um momento que permanece na história pela carga emotiva e simbólica.

O corpo de Diana está sepultado em Althorp, na propriedade da família Spencer.

A história do Mercedes

Anos depois da morte de Lady Di, uma investigação jornalística da revista francesa Paris Match [“Qui a tué Lady Di?” (Quem matou Lady Di?)] garantiu que o Mercedes S280 Saloon não estava em condições de ser conduzido, devido a um aparatoso acidente anterior. 

«Já tinha tido um acidente, um primeiro acidente em que capotou várias vezes, antes de ficar destruído. Depois, obteve-se autorização para que o carro fosse reconstruido (…) Esse carro do Ritz nunca devia ter voltado a circular», defendem os jornalistas Pascal Rostain, Bruno Mouron e Jean-Michel Caradec’h que tiveram acesso às 8000 páginas da investigação judicial.

O que resta da viatura ainda está guardado num armazém da Scotland Yard.

Passaram 22 anos desde a morte da princesa Diana, mas o Mundo ainda chora a sua morte. 

O ano passado, Colin Tebbutt, motorista particular de Lady Di, quebrou o silêncio para lamentar não ter estado ao volante da viatura nessa noite. «Quem me dera ter sido eu a conduzir», disse.

O casamento conturbado da princesa Diana com o príncipe Carlos

De boas famílias, bonita, inteligente e muito solidária, a princesa Diana parecia a mulher perfeita para o filho da rainha Isabel II, mas o príncipe Carlos já tinha o coração ocupado e o nome da sua dona era Camilla Parker Bowles, a duquesa da Cornualha, e chegou a dizer que «casou por dever»

O príncipe Carlos e lady Di casaram-se em 1981, quando a princesa do Povo tinha apenas 20 anos. Segundo fontes próximas do filho da rainha Isabel II, o príncipe estava muito nervoso com o casamento e com muitas dúvidas sobre se devia ou não casar-se com Diana Spencer. 

Porém, assumiu a postura de um verdadeiro cavalheiro, e nunca mostrou as suas inseguranças à então noiva. Na verdade, o pai de William e Harry chegou a ligar a lady Di na madrugada antes do casamento para a tranquilizar. No entanto, a princesa do Povo sempre se mostrou bastante infeliz, bem como o príncipe Carlos.

Há quem diga que os únicos momentos felizes durante o casamento foram os nascimentos dos dois filhos e, mesmo assim, o príncipe Carlos deixou a mulher bastante irritada e incomodada com um comentário que fez quando Harry nasceu. O herdeiro ao trono de Inglaterra queria ter uma menina e foi muito desagradável quando foi visitar Diana ao hospital.

O casamento acabou por se desfazer em 1992, pouco mais de uma década depois, quando o príncipe Carlos assumiu que traía a princesa Diana e que estava apaixonado por Camilla, a atual mulher. No entanto, os dois só assinaram os papéis do divórcio em 1996, um anos antes do trágico acidente que tirou a vida à princesa do Povo, que tinha apenas 36 anos. 

Apesar do casamento falhado, um amigo íntimo de Diana defende que «ela amou o príncipe Carlos até ao dia da sua morte».

A Infância dolorosa 

Porém, a vida de lady Di já era complicada antes do casamento: com um passado de bulimia e depressão mediaticamente conhecidos, junta-se uma infância dolorosa. 

Os pais de Diana Spencer, John e Frances Spencer, separaram-se quando esta tinha apenas sete anos. Diana ficou à guarda do pai, com quem tinha uma excelente relação. Já com a mãe não se pode dizer o mesmo…

Diana e Frances davam-se mal e acabaram por cortar definitivamente relações quando a mãe da princesa do Povo assumiu-se publicamente feliz com o divórcio da filha e com o facto da mesma ter perdido o título de «sua alteza real». 

Frances Spencer perdeu um filho, John, à nascença e esperava que Diana fosse um menino, para continuar a linhagem da família. Como isso não aconteceu, Frances ficou com uma depressão pós-parto e lady Di sentiu-se «uma deceção» para a mãe. Além disso, Diana culpabilizou-se pela separação dos pais e a mãe nunca fez questão de a tranquilizar em relação a isso. Frances Spencer abandonou a filha a partir do momento em que se divorciou do visconde de Althorp.

A estreia como atriz que nunca chegou a acontecer 

Numa entrevista ao Couch Surfing da People TV, Kevin Costner revelou que Diana de Gales se iria estrear no mundo do cinema em Hollywood antes de morrer. No primeiro filme, o ator desempenhava o papel de um segurança destacado para proteger uma estrela pop: Whitney Houston. Se existisse uma sequela, era a mãe de William e Harry quem faria casal com o ator. 

«Lembro-me que ela foi incrivelmente doce ao telefone e perguntou-me: ‘Vamos ter cenas de beijos?’. Disse-o de uma forma muito respeitosa, estava um pouco nervosa, porque acredito que a vida dela fosse muito controlada nessa altura. Disse-lhe que sim, mas que poderíamos negociar», contou Costner.

A inveja da irmã da princesa Diana que teve um caso com o príncipe Carlos

Lady Sarah foi quem mais se manifestou com o casamento de Diana com o príncipe Carlos. A Lady Spencer, que até então era o centro das atenções da família Spencer, devido a várias polémicas que a envolviam, como o facto de beber muito e de ter tido anorexia, teve de abrir caminho para a irmã mais nova e deixá-la brilhar.

 «Apesar de estar feliz pela irmã mais nova, Sarah admitiu estar com inveja da nova fama de Diana» escreve Andrew Morton.

A irmã mais velha tinha tido um caso com o príncipe Carlos e, apesar de sempre ter apoiado a união da Lady Di com o ex-namorado, é provável que esta inveja também fosse impulsionada pelo facto de o relacionamento com o filho da rainha Isabel II não ter resultado. Podia ser Lady Sarah a estar no meio dos holofotes, a tornar-se princesa de Gales e, em vez disso, era a irmã mais nova quem tinha essa «sorte».

Lady Spencer demorou algum tempo a mentalizar-se de que passaria a ser «a irmã da princesa Diana».

As razões pelas quais lady Di nunca voltou a casar-se 

Ingrid Steward, editora da revista Magesty, esteve à conversa com Diana, em 1997, antes da princesa do Povo falecer no trágico acidente de viação, em Paris. Nessa conversa, a princesa Diana confessou que o filho mais novo, o príncipe Harry, queria muito ter um irmão mais novo e pedia-o muitas vezes. Harry estava farto de ser «o mais pequeno». Segundo Ingrid Steward, Diana explicou ao filho que era complicado dar-lhe um irmão uma vez que não era casada.

«Diana disse-me que adoraria ter mais filhos e que não queria estar sozinha para sempre», confessou Ingrid Steward, em entrevista ao Daily Mail. Harry queria que a mãe casasse, mas o príncipe William não. O filho mais velho do príncipe Carlos queria a mãe só para ele, não queria que lady Di formasse uma nova família com outra pessoa. O marido de Kate Middleton tinha ciúmes e receio de que a mãe não lhe desse a atenção a que estava habituado.

A princesa Diana pensou mesmo em casar-se. Mas o pedido de William, o assédio mediático e um novo amor que apareceu na vida de lady Di fizeram-na recuar. Em 1997, a ex-mulher do príncipe Carlos, de 70 anos, conheceu Dodi Al Fayed, o filho herdeiro de uma família milionária egípcia, e apaixonaram-se. Os dois acabaram por morrer no acidente de viação em Paris, em agosto de 1997, enquanto fugiam dos paparazzi.

A relação complicada com a rainha de Inglaterra 

Não é segredo para ninguém que a princesa Diana e a rainha Isabel II nunca foram as melhores amigas e o clima pouco convidativo entre as duas era notável. Apesar de nunca ter questionado o casamento do príncipe Carlos com Diana Spencer e de ter respeitado a presença da mesma em todos os compromissos reais, a rainha de Inglaterra não gostava da mãe de William e Harry e a situação só piorou quando a «princesa do Povo» decidiu fazer uma pergunta impertinente.

O momento constrangedor aconteceu durante um jantar da família real britânica em que lady Di fez uma pergunta inesperada que, dado o cenário, caiu muito mal à rainha Isabel II.

Segundo escreve o biógrafo da princesa Diana, Andrew Morton, no livro «Diana: a verdadeira história», a família real britânica estava a desfrutar do jantar de Natal, em Sandringham, Reino Unido, e lady Di decidiu perguntar à mesa se a família real britânica seria realmente relevante numa Europa federal. «A rainha, o príncipe Carlos e o resto da família real olharam para ela [Diana] como se ela fosse completamente louca e continuaram a conversa como se nem sequer a tivessem ouvido», conta Morton. «A princesa de Gales considerava a monarquia uma instituição claustrofóbica e completamente ultrapassada, sem qualquer relevância para a vida e os problemas atuais», acrescenta.

A princesa Diana deu assim mais um motivo para a rainha Isabel II não gostar dela. Sabe-se que a monarca não gostava da sobre-exposição de lady Di e que pediu por diversas vezes para esta parar de se mostrar tanto aos meios de comunicação social. Ainda no livro de Morton, o biógrafo refere que Diana de Gales confessou por diversas vezes que era muito difícil relacionar-se com a sogra: «Ela [a rainha] é uma pessoa que segue detalhadamente o protocolo real, é fria, distante e muito dura e exigente», explicou a princesa em entrevista.

Texto: Ricardina Batista e Mafalda Mourão; Fotos: Reuters

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