Polémica
Quem é Joana Ferrer? A juíza que absolveu Carrilho

Nacional

A magistrada que duvidou que uma mulher «destemida», como Bárbara Guimarães, aguentasse tanto tempo como vítima de violência doméstica, é uma fascinada pela Alemanha nazi e tem uma paixão por gatos

Sáb, 16/12/2017 - 17:49

Joana Ferrer é a juiza que absolveu Manuel Maria Carrilho do crime de violência doméstica e de outros 22 crimes de difamação, esta sexta-feira, dia 15 de dezembro. Carrilho foi condenado por um único crime de difamação, a uma multa de 900 euros e ao pagamento de três mil euros de indemnização a Bárbara Guimarães.

Esta é, também a mulher que duvidou que uma pessoa «destemida e senhora da sua vida», como Bárbara Guimarães, aguentasse tanto tempo como vítima de violência doméstica.

«Bárbara Guimarães é uma mulher destemida e dona da sua vontade, pelo que não é plausível que na sequência das agressões tenha continuado com o marido em vez de se proteger a si e aos filhos», disse a juíza no fim da sentença.

Contudo, diz ser particularmente sensível a questões que envolvam a violação de «direitos humanos».

Mas quem é esta mulher que está a chocar a opinião pública?

Joana Ferrer tem 53 anos. Nunca se embebedou. Não se lembra da última vez que foi a uma discoteca. Não tem conta no Facebook. Não tem automóvel. Não tem iPad. Não tem iPhone. Não não vê televisão nem lê revistas, como disse numa das audiências. E tem um rádio, sempre sintonizado na Antena 2.

Teve uma educação rígida e exigente. O seu pai era coronel de cavalaria, que terminou a carreira como comandante militar de Aveiro. Um homem de disciplina prussiana que lhe moldou decisivamente o carácter e a personalidade. Em criança, Joana Ferrer acompanhava-o para todo o lado. Aos domingos de manhã, era frequente ir com ele inspeccionar a carreira de tiro da Esgueira, que nesse dia da semana não funcionava. Era também o pai que lhe dava aulas de equitação: se Joana caísse do cavalo, o coronel permanecia em silêncio, esperando que a criança se levantasse e montasse de novo. Em casa, era também ele que a acompanhava nos estudos. E durante anos a fio, férias incluídas, deu-lhe lições diárias de matemática.

O fascínio pela Alemanha Nazi e por gatos

Tem um fascínio pela Alemanha Nazi. Chegou a ter pendurados no seu gabinete quadros que retratavam algumas das personagens do período mais negro da história da Alemanha. Esta adoração pública causou incómodo entre alguns colegas e que levou a uma inspeção do Conselho Superior da Magistratura, na sequência de uma queixa.

Gosta de assistir aos jogos da seleção de futebol alemã e sonha com o dia em que possa voltar à Alemanha para passar os seus dias.

Adora animais, especialmente gatos, porque, segundo a própria, não «traem» nem «desiludem» ao «contrário de muitos humanos». Vive com a Frida, a sua gata siamesa, mas cuida de cerca de outros 20.

O desabafo da juíza

Joana Ferrer é pouco dada a cuidados com a sua imagem. «Sou como me mostro, de uma frontalidade que, admito, chocará alguns. Mas sem ‘zonas de sombra.’ É assim que sou: como pessoa e como juiz.» Estas palavras, em jeito de desabafo, foram publicadas no perfil da magistrada, numa rede de contactos profissionais. «Também eu, à minha pequena e humilde escala, não vim trazer paz, mas a espada. Acima de tudo, contra a soberba, o abuso, a ignorância e o preconceito que existem até onde seria suposto não existirem», continuou.

Bárbara tentou afastar a juíza do caso

Recorde-se que, em fevereiro deste ano, Bárbara Guimarães pediu o afastamento de Joana Ferrer do caso. A defesa da apresentadora invocava a falta de parcialidade da juíza.

Na primeira audiência do julgamento, Joana Ferrer censurou a apresentadora por nunca ter apresentado queixa, tratando-a sempre pelo primeiro nome, enquanto o arguido foi sempre tratado por «senhor professor».

Na altura, quando a apresentadora contou que continuava a dar uma imagem pública de que tudo estava bem na relação, mesmo quando em casa vivia aterrorizada, a magistrada disse: «Causa-me alguma impressão a atitude de algumas mulheres [vítimas de violência, algumas das quais] acabam mortas». E acrescentou: «A senhora procuradora diz que não tem de se sentir censurada. Pois eu censuro-a! É que se tinha fundamento para se queixar, devia tê-lo feito».

Bárbara explicou que manteve o silêncio «por vergonha» e a juíza lamentou o facto de assim ser difícil provar que foi vítima de violência doméstica. «Preciso de provas»,, declarou, acrescentando: «Confesso que estive a ver fotografias do vosso casamento. Parece que o professor Carrilho foi um homem, até ao nascimento da Carlota [a segunda filha do casal], e depois passou a ser um monstro. O ser humano não muda assim».

Fotos: DR

 

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